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Maria Fernanda: o gesto histórico
joana angélica
Brasil, 1981
Direção, concepção e montagem: Walter Lima Jr.
Produção: Embrafilme e Walter Lima Jr.
Fotografia: Edson Santos
Cenografia: Carlos Liuzzi
Som direto: Cristiano Maciel
Pesquisa: Manoel Maurício de Albuquerque e Walter Lima Jr.
Texto: Washington Novaes
Entrevistas: Prof. Cid Teixeira, Prof. Calazans, Padre  Elísio, Sr. Sena, Hélio Pelegrino
Duração: 58 minutos
Cor 16 mm

Elenco:
Maria Fernanda (Joana Angélica), Walmor Chagas (Madeira de Melo), Luís Jasmin (conspirador), Harildo Deda (padre), Benvindo Cerqueira (soldado), Sônia dos Humildes (freira), Antônio Adorno, Arly Arnaud, Beatriz Dias, Betânia Guaranys, Carmen Corrêa, Dina Silvani, Diógenes Rebouças, Frieda Gutmann, Giovanni Luquini, Henrique Almeida, Lola Laborda, Lygia Gutmann, Marcos Rebu, Tereza Briggs, cadetes da Escola de Oficiais da Polícia Militar do Estado da Bahia.

Melhor filme, direção, roteiro e fotografia no I Festival Nacional de Filmes para a Televisão (Curitiba, 1981)
Em fevereiro de 1822, num clima de insatisfação popular com o domínio português, um grupo de soldados bêbados tenta invadir o convento franciscano da Lapa, em Salvador. A Madre Joana Angélica resiste ao assédio colocando seu próprio corpo como obstáculo e é assassinada à porta do convento. Com esse gesto, tornou-se mártir da Independência brasileira e passou a ser reverenciada pelo povo baiano nos desfiles do 2 de julho.

As várias versões sobre os motivos da atitude de Joana Angélica são encenadas e comentadas por historiadores num misto de documentário e encenação realizado como filme-piloto da série de televisão “Gesto Histórico”, imaginada por Walter Lima Jr. e o historiador Manoel Maurício. O projeto não teve continuidade e este filme nunca chegou à televisão comercial, embora tenha ficado como modelo de uma investigação audiovisual sofisticada sobre a História do Brasil.

A narrativa confunde deliberadamente os tempos histórico e atual, e os atores e equipe rompem constantemente os limites da representação. Fatos, mitos e sua análise combinam-se numa visão multifacetada do contexto pré-Independência. A gênese da figura do herói é objeto de um depoimento memorável do psicanalista Hélio Pelegrino.
“O que levou essa mulher até a porta do convento é o que interessa discutir. Ela queria apenas impedir a entrada na clausura, devido ao rigor da sua própria formação, ou era uma pessoa comprometida com as lutas políticas da Independência? A proposta era mostrar um momento histórico como um leque em aberto, não impondo ao espectador uma visão única, mas tornando-o objeto de uma discussão viva”.  Walter Lima Jr.
Leia crítica do filme por José Carlos Avellar
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