Lembranças

(Fase - IV)

             Sentados em tamboretes, um ao lado do outro, eu punha uma camisa xadrez de mangas compridas sob nossas pernas. Nessa altura eu já estava num estado de excitação que beirava às raias da loucura, mas possuía a lucidez e argúcia dos dementes não totalmente insanos. 

              Sempre que ficávamos a sós, em movimentos furtivos bolinava-a por baixo da camisa, e sob o vestido curto encontrava meu prêmio aromático e tesouro encantado. A minha disfarçada concupiscência harmonizava-se com o calor das coxas, umidade e maciez dos fartos pêlos púbicos da menina-moça que me transtornava com seus gemidos quase imperceptíveis. Não foi fácil chegar àquela intimidade, mas "tudo neste mundo tem o seu tempo; cada coisa tem a sua ocasião" (Eclesiastes - 3).

            Sempre criativo e motivado pelos lábios entreabertos e vermelhos, os quais tinham uma intimidade feminina adulta, quase impudica, às vezes lhe mordiscava os ombros sussurrando: - "Gosta assim?" - Ouvia com a voz sumida em um suspiro ouu gemido amoroso: - "Morde mais forte!"- Em ato contínuo seu corpo apertava-se ao meu em uma tentativa de fusão homogênea de anseios, encorajando-me cada vez mais a ponto de suplicar-lhe por um afago acima dos joelhos como prova de amor.  Acho que foi nessa ocasião que descobri, temeroso, minha suposta e ainda hoje incompreendida algolagnia ativa.

            Lembro-me, até hoje, que em seu rosto havia a fragrância gostosa de uma espécie de pó-de-arroz barato e era bom senti-lo misturado ao seu próprio odor. O cheiro de algo almiscarado pairava no ar excitando-me e encorajando-me mais ainda. Inventava que as mãos precisavam aquecer. Queria mesmo era colocar uma delas, buliçosa, entre suas pernas para vez por outra tocar furtivamente em seu tesouro macio.  

            Quando o dedo médio (Aquele que porta secular carga conotativa como símbolo fálico) insinuava-se pela fresta da calcinha de algodão, com quatro botões (Não se usa mais esse tipo de vestimenta) em um dos lados,  imaculadamente branca, ela se encolhia e seu arrebatamento, inclinando a cabeça bem-feita num movimento desfalecente, era transmitido aos joelhos, os quais prendiam e comprimiam-me o pulso em instinto de autodefesa. 

            Wilson M. Pereira

(Continua na Fase - V)

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