Índice

Index
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Introdução
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A História da Pesquisa
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Das Populações Pré-históricas da Ilha de Santa Catarina
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Terminologias e Convenções para o Estudo da Arte Rupestre
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As Possibilidades de Estudo do Material Rupestre
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Análise Comparativa
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Descrição do Material Rupestre da Ilha de Santa Catarina 
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Análise e Documentação
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Os Sítios de Arte Rupestre
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Considerações Finais
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Referências Bibliográficas
 

Análise e documentação


 
Ao analisarmos a arte rupestre de determinada região, é importante a busca de atributos cronológicos e culturais: quando e por que foram feitas. (Arcà, 1997) Para isso, utiliza-se de diferentes técnicas, assumindo o estudo da arte rupestre um caráter sumamente científico.

Quando um pesquisador se depara com um painel de gravações rupestres, pode-se estar diante de séculos de diferença entre gravações. Para atribuir os símbolos à determinada cultura ou culturas, deve-se valer do estudo das sobreposições, como se faz num estudo de estratigrafia arqueológica em uma escavação tradicional (Arcà, 1997) .

Segundo Arcà, 

O reconhecimento das sobreposições pode ser comparado a compreensão da estratigrafia em uma escavação arqueológica tradicional. Cada figura sotaposta está obviamente seguida de figura que está em sobreposição. Se bem que esta observação não permite estabelecer o intervalo de tempo transcorrido entre as duas inscrições, que pode variar então, ao menos na teoria, de poucos minutos à vários milênios. A comparação de figuras análogas em forma e estilo permite estabelecer uma seriação que, confrontada com outros objetos arqueológicos correspondente aquele inciso (arma e utensílio), ou com outras manifestações artísticas contemporâneas (pintura em vasos, decorações sobre metal), pode corresponder a uma precisa seriação arqueológica.4
4 ARCÀ, Andrea; FOSSATI, Angelo; MARCHI, Elena & TOGNONI, Emanuela .Rupe Magna - La roccia incisa più grande delle Alpi. Sondrio: Edição do Consorzio per il Parco delle Incisioni Rupestri di Grosio, Ministério per i Bieni Culturali e Ambientali e Soprintendenza Archeologica della Lombardia, 1995, Pág. 112. Traduzido.

Trabalhando com estratigrafia rupestre, deve-se buscar elementos sobrepostos que, ao constatar-se diferenciação estilística, indicam por sua vez diacronismo e desta forma pode se determinar os níveis de ocupação rupestre. Alguns critérios que podem ser usados para determinar os níveis estratigráficos rupestres: COR, SULCO, TÉCNICA DE EXECUÇÃO E TÉCNICA DE REPRESENTAÇÃO. Através da relação entre estas variáveis pode-se atribuir níveis de ocupação rupestre à um sítio arqueológico considerado (Mills: 1976). 

Na preparação do material, observa-se a disposição dos desenhos sobre a rocha suporte, montando uma tabela tipológica, onde, o mesmo tipo serão os elementos absolutamente iguais, observando a distribuição destes sinais-tipo no espaço físico do sítio e nos conjuntos.

Deve-se enfocar os seguintes aspectos principais:

Da contextualização do sinal rupestre deve-se primeiramente testar a hipótese de um sistema cronológico na área a ser estudada. Verificamos se a sequência de sobreposições é constante para todos os sítios. Começa-se a comparação para cada conjunto de sinais de cada sítio, passando para todo o sítio e finalmente para toda a área estudada.
 
 

As formas de registro

Trabalha-se atualmente com formas de registro que se adaptem as condições da superfície da rocha, que muitas vezes exigem meios especiais de iluminação. Para isso, conta-se com o registro fotográfico, registro de frottage (método transfer), registro fotogranométrico e relevo de contato (Arcà, 1995: 111). Nesta pesquisa optei pelo uso de fotografias e relevo de contato, que são traçados de contato direto com uso de folhas plásticas, resultando numa cópia fiel em tamanho natural. É importante observar que o relevo de contato deve ser utilizado somente para petroglifos, e no caso de pinturas rupestres deve o pesquisador se limitar à fotografia sem flash e fillmagens.

Com o constante vandalismo que consome gradativamente os petroglifos, já agredidos pelas intempéries, torna-se necessário uma forma mais substancial de registro, além da fotografia. Uma cópia em tamanho natural das inscrições em folhas plásticas tem sido constantemente utilizado por grande parte dos pesquisadores. Segundo Arcà, é o melhor meio de registrar petroglifos em desaparecimento, onde os olhos treinados do arqueólogo remontam os detalhes muitas vezes impossíveis de serem notados na fotografia.

Com todos os dados coletados, parte-se para a montagem de um banco de dados em computador, onde todas as informações disponíveis são facilmente acessáveis. O cruzamento destes dados é que podem conduzir  à seriação arqueológica e ao entendimento do código rupestre.

Relevo de contato do Painel do Letreiro - 5 setores. 
Ilha do Arvoredo.

Ver resultado do relevo de contato.