Harry
Potter e a Filha do Auror
by
Talita Teixeira
Capítulo 10 ~ A nova professora de Astronomia
O grande salão de Hogwarts era um dos lugares no castelo de que Harry mais gostava. Seu teto enfeitiçado, as compridas mesas das casas, as bandeiras da Grifinória tremulando (pois havia ganho o campeonato das casas nos últimos quatro anos), a algazarra dos alunos - tudo isso sempre fazia o coração de Harry pulsar mais rápido.
Naquele
seu quinto ano, é claro, não poderia ser diferente, apesar da
sombra triste que pairava sobre o mundo da magia com o ressurgimento de Voldemort.
Pouco a pouco, o salão foi se enchendo dos estudantes que retornavam das férias, e os "olá, como está você" se somaram ao ruído de cadeiras arrastadas e risadas alegres. Logo, as quatro mesas - representando as casas de
Grifinória,
Sonserina, Lufa-Lufa e Corvinal - estavam repletas de jovens que esperavam ansiosamente
a cerimônia de seleção para iniciar o banquete (um dos pontos
altos da noite). Harry sentou-se ao lado de Rony e Hermione na mesa da Grifinória,
casa a qual pertenciam. Antes, deu uma discreta olhada para a mesa da Corvinal,
percebendo Cho no meio das suas amigas. Seu coração bateu estranho
dentro do peito, e ele sentiu uma pontada boa no baixo-ventre. Porque será
que isso sempre acontecia quando via Cho?
_
Rapaz, estou com uma fome! - Rony sentou-se, observando, desolado, os pratos
vazios em sua frente.
Hermione,
que recuperara um pouco do bom humor, virou-se para o amigo:
_
Também...no dia em que você não estiver com fome, libertarão
todos os elfos domésticos do mundo!
Rony
não perdeu a oportunidade e retrucou, sorrindo:
_
Bem...se isso fizer você feliz, eu até passo fome....- Hermione
ficou muito vermelha e desviou o olhar para o prato em sua frente. Harry sorriu
para o amigo.
Desde
o ano anterior, Harry notara que Rony tinha freqüentes crises de ciúme
por causa de Hermione; não queria, no entanto, pensar que Rony gostasse
dela como ele, Harry, gostava de Cho. Achava que isso poderia abalar a amizade
deles, afinal, Hermione nunca dera mostras de gostar de Rony sem ser como amigo.
_
Veja a mesa dos professores.....- sibilou Dino Thomas, que sentara em frente
a Harry.
Harry
correu os olhos pela mesa dos professores, que ficava no fundo do salão.
Observou um a um os professores: entre muitos outros, ali estavam a profª.
Sprout, diretora da Lufa-Lufa - olhando gravemente para a mesa da sua casa,
evidentemente tentando imaginar Cedrico Diggory no meio dos seus colegas - ,
o minúsculo prof. Flitwick, diretor da Corvinal, a etérea profª.
Sibila Trelawney, a profª Sinistra, do departamento de Astronomia e o verdadeiro
Alastor "Olho-Tonto" Moody (tão assustador quanto sua réplica
do ano anterior). Hagrid, que era o professor de Trato das Criaturas Mágicas,
provavelmente estava chegando com os alunos do primeiro ano, enquanto a profª.
Minerva McGonagall saía da lateral do salão carregando um banquinho
e o chapéu seletor.
_
Onde estão Dumbledore e Snape? - Harry esquadrinhou a mesa com os olhos
e não vira nem diretor, nem o professor de Poções.
Nesse
instante, um burburinho de muitas vozes novas desviou a atenção
de Harry, e ele viu Hagrid entrando no salão com os alunos do primeiro
ano. Hagrid deu uma piscadela quando passou por Harry, e o menino seguiu-o com
os olhos até ele sentar-se na mesa dos professores. Surpreso, viu saírem
- da mesma sala lateral onde os campeões escolhidos pelo cálice
de fogo estiveram no ano anterior - o professor Dumbledore, Snape e ......
_
É a mulher que vimos no trem! - Rony cutucou-o tão forte nas costelas
que ele achou que estas fossem se partir.
Alvo
Dumbledore era diretor de Hogwarts há muitos anos, desde antes da época
de seu pai. Era um bruxo muito idoso, com uma longa barba prateada, e Harry
confiava nele acima de tudo. Tomou seu lugar ao centro da mesa, como de costume,
enquanto Severo Snape - o odioso professor de poções, diretor
da Sonserina - sentou-se ao seu lado. Tinha a mesma expressão dura e
impenetrável de sempre, mas parecia ligeiramente mais pálido,
se é que isso era possível. Harry correu os olhos para um outro
extremo da mesa, ainda a tempo de ver a jovem mulher que encontraram no trem
sentar-se com elegância entre a profª. Sibila e Hagrid.
_
Espero que tenhamos aula com ela, Harry! - disse Rony, esfregando as mãos.
O amigo tinha a cara era a mais feliz
do mundo, enquanto Hermione, pelo visto, recuperara todo o seu mau humor.
-
O que será que ela ensina, hein?! - Neville também parecia emocionado.
Mas
Harry reparara que a nova professora também parecia pálida, e
vez ou outra puxava um lencinho azul e os levava aos olhos.
Dumbledore
ergueu-se, batendo com um talher em seu cálice. Pedia silêncio.
_
Boa noite a todos. Desejo que tenham aproveitado bem as suas férias,
e, aos alunos novos, que sejam bem-vindos
na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Vamos dar início a seleção.
E
então o chapéu seletor cantou uma nova canção, e
um a um os alunos do primeiro ano foram sendo chamados.
Depois
que Wyller, Tom, foi escolhido para a Corvinal, Dumbledore ergueu-se mais uma
vez:
_
Antes de iniciarmos o banquete, gostaria de apresentar para todos os novos professores
de Hogwarts.
"Como
acredito que vocês todos devam saber, tivemos um impostor entre nós
o ano passado inteiro. Estou falando de Bartolomeu Crouch, que passou-se por
professor para permitir que Voldemort ressurgisse".
Um mórbido silêncio tomou conta do salão principal. Dumbledore
continuou:
"Este
ano, receberemos, com muito prazer, o verdadeiro Alastor Moody, que será
o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas".
Moody
ergueu os dois olhos - o olho normal e o olho mágico - e encarou a todos
com ferocidade.
Alguns
poucos aplaudiram, e, entre eles, Harry, Rony e Hermione.
Dumbledore
pediu silêncio mais uma vez.
"Além
de Moody, temos, no entanto, outra contratação. Suas aulas serão
para os alunos do quarto ano em diante. Tenho o prazer de apresentar a todos
a professora de Estudos Avançados de Astronomia, Luna Cortazar".
Dessa vez, os aplausos, gritos e assobios - principalmente da ala masculina
de Hogwarts - foram tantos que Harry pensou que fosse ficar surdo.
Quando
o salão voltou a ficar em silêncio, Dumbledore bateu palmas:
_
Que se inicie o jantar!
Então, como por mágica, as terrinas e travessas de vidro encheram-se das mais variadas comidas - todas preparadas por atenciosos elfos domésticos nas cozinhas de Hogwarts - e Harry voltou toda a sua atenção para os deliciosos pratos a sua frente.
Nem
bem havia acabado de jantar, a profª. McGonagall acercou-se de Harry.
_
Vamos até a ala hospitalar, Potter.
Harry,
dizendo um "adeus" com os olhos para Rony e Hermione, seguiu a profª.
McGonagall pelos corredores até a ala hospitalar. Durante o trajeto,
ela lhe perguntou como foi que fraturara o braço.
_
...e então eu estou assim há um mês - Harry finalizava o
relato quando chegaram à enfermaria.
Mas, para o espanto de Harry e de McGonagall, a enfermaria não estava
vazia. Madame Pomfrey atendia Argo Filch.
A
profª. McGonagall parecia bastante surpresa:
_
Filch? o que houve com você?
Argo
Filch era o temido zelador de Hogwarts, sempre pronto para captar qualquer infração
que os alunos pudessem estar tramando. Com sua voz de asmático, sua carranca
medonha e acompanhado de Madame Nor-r-ra, sua inseparável gata, patrulhava
os corredores de Hogwarts incansavelmente. Agora, estava ali, sentado em uma
maca, sem Madame Nor-r-ra e com um enorme galo sanguinolento na testa.
_
Pirraça, professora, Pirraça....sempre esse poltergeist infeliz....acertou-me
com um castiçal....
Pirraça era o azucrinante poltergeist que habitava o castelo. A profª.
McGonagal franziu o cenho, desconfiada:
_
Estranho, Filch...então Pirraça está ficando violento.
Precisamos tomar providências....
Filch
pareceu um tanto irritado:
_
Nada disso, professora....isto é...pode deixar que eu vou cuidar dele
pessoalmente! - e, levantando-se da maca, saiu em direção a porta.
A
profª. Minerva o acompanhou com o olhar e então virou-se para Madame
Pomfrey:
_
Papoula, Potter fraturou o braço. Gostaria que você desse um jeito.
Madame
Pomfrey observou Harry clinicamente e então falou:
_ Está certo. Venha aqui, Harry.
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