Harry Potter e a Filha do Auror
by Talita Teixeira

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Capítulo 22 ~ Novas e velhas mágoas

Hermione saiu da ala hospitalar no mesmo dia que Harry, porém a noitinha, e Snape ainda permaneceu até o dia seguinte. Na escola, comentavam-se as coisas mais mirabolantes possíveis sobre o que ocorrera com Snape.

Harry, Rony e Hermione divertiam-se muito com tudo, especialmente com Justino Finch-Fletchey, que chegou a levantar a hipótese absurda de que Snape tentara transformar-se em um morcego e atirara-se do terraço do castelo, sobrevivendo por milagre, apenas tendo as costelas fraturadas. Haviam, também, comentários sobre o desaparecimento de Harry e Hermione, que foram ampliados ainda mais depois que descobriu-se que os dois haviam sumido a noite.

_ Estou dizendo para vocês...eu e Harry não fugimos! Fomos seqüestrados! - No salão principal de Hogwarts, Hermione explicava, muito zangada, para Parvati Patil, Lilá Brown e Neville Longbotton que não tinha nada a ver com romance a história do sumiço dela e de Harry. Era Segunda-feira e Hermione - assim como Harry - foi dispensada da aula naquele dia e sentava-se agora com o pessoal da Grifinória, esperando pelo jantar, que seria servido dali a uma hora.

_ Mas...seria tão romântico....fugir por amor...- falou Parvati, suspirando.

_Por amor! Eu fugiria de vergonha se tivesse que sair com ela! - a voz arrastada de Draco zombava por detrás das costas de Hermione. Crabbe e Goyle riam.

_ Caia fora, Malfoy! Sua mesa é mais adiante, se você ainda não sabe! - falou Hermione, muito contrariada.

_Ui, ui, ui...atrapalho alguma coisa? - falou, rindo, e sentou-se ao lado da menina. - Será que seu namoradinho vai ficar com ciuminho?

_ Saia, Malfoy! - disse Neville, levantando-se, enquanto Parvati e Lilá encaravam Crabbe e Goyle com repugnância.

Draco observava a todos com olhar de desprezo:

_ Vocês todos são desprezíveis, mas a sangue-ruim é pior...ainda bem que encontrou em Potter um companheiro a altura.... - falou, enquanto Hermione corou, furiosa. Harry e Rony, que desciam da sala comunal naquele momento, aproximaram-se indignados:

_ Dê o fora, Malfoy! - falou Rony, com a mão na varinha.

_ Ah...escute, Weasley...você sabia que Potter e Granger agora estão de casamento marcado? Seria bom para você e sua família se eles os convidassem para a festa...assim, vocês teriam o que comer....- falou, enquanto Crabbe Goyle se acabavam de tanto rir.

_ Não faça nenhuma besteira, Rony...Snape está vindo na nossa direção - disse Harry, segurando o braço do amigo.

Ao ver Snape se aproximando, Draco, Crabbe e Goyle pararam de rir e encaravam com desprezo Harry, Rony e Hermione.

_ O que está havendo aqui? - perguntou, observando friamente cada um dos alunos da Grifinória.

Neville, que estava sentado, começou a tremer. Draco adiantou-se:

_ Não é nada, professor...estávamos apenas passando quando fomos atacados verbalmente por eles... - falou, e Harry teve a mais absoluta certeza de que Snape sabia perfeitamente que o garoto estava mentindo.

_ Não foi nada disso, Malfoy, você falou... - começou Rony, mas foi interrompido por Snape.

_ Cale-se, Weasley - falou, encarando Rony com seu olhar mais perigoso - agora os alunos da Sonserina não podem mais caminhar livremente pelo Salão Principal? Dez pontos a menos para a Grifinória por isso.

_ Como? - Rony não entendia nada, mas estava tremendamente furioso com a injustiça contra a Grifinória.

_ É isso mesmo que você ouviu, Weasley. Parem de importunar os senhores Malfoy, Crabbe e Goyle. - disse

Snape, colocando a mão no ombro de Draco, que sorria, cínico. Imediatamente, Harry lembrou-se do que ouvira no terraço, quando a professora Luna perguntara a Snape o motivo dele proteger tanto a Draco. - Agora, Granger e Potter, venham comigo. - terminou, virando-se para eles e caminhando em direção aos corredores.

_ Será que pegamos detenção? - Hermione sugeriu, tensa.

_ Acho que não....- Harry falou, virando-se para sair.

_ Que pena...vocês vão perder o jantar....- disse Rony,

_ Ainda bem que você não vai perder, não é Weasley? - disse Draco, e Harry ainda pode ouvir o nome bem feio que Rony falou para o garoto.

 

Harry e Hermione seguiram Snape sem pronunciar uma palavra sequer pelos corredores desertos até chegarem a um quadro onde havia duas senhoras conversando.

_ Aspargos! - falou o professor, e o quadro girou para a esquerda. Era mais uma passagem secreta, um tanto estreita e alta, que dava acesso a um corredor escuro. Snape entrou primeiro, depois Harry, que ajudou Hermione a subir. Tiveram que andar levemente agachados uma boa parte do trajeto, que felizmente não era longo, e chegaram a uma pequena sala circular onde havia uma lareira.

_ Onde estamos indo? - perguntou Harry, desconfiado.

_ Você já vai ver, Potter. - Snape falou, lançando-lhe um olhar feroz e, com um toque da varinha, acendeu a lareira.

_ Nós vamos viajar pela rede de Flu? - disse Hermione, apontando para as chamas que crepitavam.

_ Não exatamente, Srta. Granger - começou, desagradável - apenas esta lareira está conectada a outra. Agora vamos! - falou, tirando um saquinho de dentro das vestes e apanhando um pouco de pó de Flu. - Digam "esconderijo" quando entrarem nas chamas. - e atirou um pouco de pó no fogo. Harry foi primeiro, falando claramente "esconderijo". Não gostava muito daquelas viagens pela Rede de Flu, mas tinha uma breve idéia de onde estavam indo. Sentiu seu estômago revirar um pouco e manteve os cotovelos bem junto ao corpo, mas a viagem foi bastante curta e, quando ele percebeu, já estava saltando da lareira e correndo para abraçar seu padrinho.

_ Sirius! - berrou, levemente engasgado pela fumaça - Como você está?

Hermione, que não tinha muita experiência com viagens pela Rede de Flu, caiu com estrondo no chão, parcialmente coberta pela fuligem. Snape veio logo atrás, saindo normalmente das chamas.

Sirius lançou primeiro um olhar desdenhoso a Snape, depois correspondeu ao abraço do afilhado:

_ Tudo bem, Harry, e você? Hermione! - falou, estendendo um braço para tocar o ombro da menina. - E a cabeça, melhorou?

_ Melhorou - respondeu ela, um tanto tímida. - Oi, professor Lupin!

Harry então correu os olhos pelo restante do aposento e se deu conta de que Lupin sentava-se perto da janela, um tanto abatido, mas com um sorriso no rosto:

_ Olá, meninos...Olá, Severo. - falou, lançando a Snape um sorriso sincero, ao qual o professor respondeu com um grunhido.

_ Vamos sentar - convidou Sirius, apontando algumas cadeiras espalhadas pelo aposento. Snape aproximou-se de Lupin para falar-lhe em particular.

_ Então Harry...que tal a minha casa? - falou Sirius, sorrindo.

Harry e Hermione olharam com curiosidade para o esconderijo de Sirius e Lupin. Era um amplo aposento iluminado por candeias, que parecia ser um velho depósito há muito desativado. Uma escrivaninha gasta estava esquecida em um canto, e duas camas mofadas completavam a decoração.

_ Para mim, está ótimo - disse Harry, lembrando-se do seu velho armário-quarto na casa dos Dursley.

_Bem...a decoração poderia ser melhor...mas estas teias de aranha dão muito charme...- falou Hermione, rindo.

_ Vejam quem está chegando...- falou Sirius, abrindo o Mapa do Maroto na frente de Harry e Hermione, e apontando quatro minúsculos bonequinhos que representavam os professores Dumbledore, Minerva, Moody e Luna. Harry observou que eles tinham uma certa dificuldade para passar pelo corredor e então, depois de algum tempo, já estavam todos entrando na lareira da sala circular e saindo no esconderijo de Sirius e Lupin.

_ Ah...como eu odeio essas viagens pela lareira! - falou Luna, batendo do vestido a fuligem que havia. Harry pensou que, até mesmo coberta de pó e fuligem, a professora deveria ficar bonita. Sirius mordia o lábio inferior enquanto observava a professora limpando a sujeira.

_ Francamente, Alvo - falou a professora Minerva, zangada - não poderia haver uma passagem mais estreita? Oh, deixe-me ajudá-lo, professor Moody! - disse, ajudando Olho-Tonto Moody a levantar-se do chão.
Dumbledore sorria.

_ Minerva...como poderíamos prever que Moody ficaria entalado no corredor?

Harry observava a cena, divertido. Snape e Lupin aproximaram-se, o professor de poções com a pior cara do mundo.

_ O que há com Snape? - sussurrou baixinho para Sirius.

_ Ele terá que vir preparar a poção de Mata-cão aqui - começou Sirius, também sussurrando - você sabe...a poção que deixa Remo menos...perigoso...a semana passada inteira o coitado ficou preso aqui, se chocando contra as paredes...eu não podia fazer nada, tinha que ficar transformado em cão para que ele não me atacasse...

Harry compreendia, mas sentia imensa pena pelo seu antigo professor de Defesa contra as Artes das Trevas, com o rosto jovem e pálido e os cabelos enbranquecidos prematuramente. Dumbledore então convidou todos a sentarem-se novamente e Harry imaginou que haveriam novos esclarecimentos:

_ Bem...a razão de eu ter convocado todos vocês aqui é para esclarecer tudo o que tem ocorrido desde o início das aulas. - começou, grave.

"Tivemos nesta Sexta-feira um incidente isolado envolvendo os senhores Malfoy, Avery e Pettigrew, que certamente agiram sem a aprovação de Lord Voldemort. O Sr. Malfoy quis resgatar a antiga amizade que possuia com o professor Snape, e tentar convencê-lo a retornar para o seu antigo Mestre."

Nesse ponto, os olhares convergiram para Snape, que ficou muito levemente corado.

"Naturalmente, o Sr. Malfoy precisaria contar com alguém daqui de Hogwarts para consumar as suas intenções e, para isso, envolveu o Sr. Filch, que está sinceramente arrependido de ter indiretamente participado desta trama. Os senhores Avery e Pettigrew devem ter concordado em trabalhar com o Sr. Malfoy em troca de favores junto a Lord Voldemort, dado o prestígio que o Sr. Malfoy desfruta com seu Mestre. Arquitetaram um ardiloso plano, onde o professor Snape seria transportado, juntamente com o Sr. Potter para um poço de esquecimento...

_ Poderíamos ouvir uma definição do que seja um poço de esquecimento, Snape? - perguntou Moody, maliciosamente, para o professor. Dumbledore calou-se, não sem antes lançar um olhar repreensivo para o velho auror.

Snape pareceu muito ofendido, mas encarou Moody e sua voz era um tanto insegura quando falou:

_ Um poço de esquecimento, Sr. Moody, como o senhor mesmo deve se lembrar, é uma invenção dos aurores da época de Bartolomeu Crouch. Eu estive preso em um...- falou, procurando palavras, enquanto a professora Luna olhava para o chão, evitando encará-lo - ...quando...quando o pai da Srta. Luna, Pablo Palomba, prendeu-me por engano em uma festa na casa dos Lestranges. Trata-se de um poço desativado, qualquer poço, impregnado com uma poderosa magia que faz com que esqueçamos os feitiços mais simples. Começa-se a pensar como trouxa dentro de um poço de esquecimento. - concluiu, encarando Moody com olhos ameaçadores.

_ Mas então - começou Hermione, interrompendo o professor - como foi possível que eu tenha me lembrado sobre a rede de esgotos de Hogwarts e tudo o mais?

Snape lançou-lhe um olhar enviesado, sorrindo desagradavelmente:

_ Naturalmente, Srta. Granger....nem todos os poços de esquecimento do mundo poderiam vencê-la, não é? - falou, e Harry teve certeza de que, se Dumbledore e Minerva não estivessem por ali, o professor acrescentaria "porque a Senhorita é uma intragável sabe-tudo". - Porém...acredito que nossos algozes não haviam executado o feitiço corretamente...seria preciso tocar o poço para esquecer de tudo, caso contrário, a senhorita Cortazar não lembraria como se transformar em uma ave.... - falou, e a professora Luna ergueu a cabeça e arregalou os olhos para Snape. Todos ficaram tensos, mas Dumbledore interviu:

_ Calma, Luna... - começou, sorrindo - ...apenas Moody não sabia que a senhorita era, também, um animago. Aliás, temos descoberto muitos animagos clandestinos, não é, Senhorita Granger? - falou, referindo-se, naturalmente, a Rita Skeeter - Mas eu percebi que era a senhorita que voava no salão principal entregando bilhetes para o professor Snape...

Luna corou violentamente e Sirius fez um movimento brusco ao lado de Harry.

_ Por favor, Alvo...continue. - falou a professora Minerva, um tanto impaciente.

_ Bem...depois que as Senhoritas Cortazar e Granger foram envolvidas e presas também, e que lembraram-se do porquê da rede de esgotos ter sido desativada, Harry e Hermione puderam sair...

_ Porque..ham...porque vocês não vieram atrás de nós? - perguntou Harry, com coragem, para Snape. O professor não respondeu, e então Dumbledore continuou:

"Creio que o professor Snape não goste muito de tocar neste assunto, Harry...mas, no momento em que vocês saíram do poço, ele e a professora Luna decidiram ficar para ganhar tempo para vocês."

_ O professor Snape sentiu a Marca Negra ardendo em seu braço. Foi por isso que fez questão de que vocês saíssem primeiro - começou Luna, lançando a Snape um olhar decepcionado, que Harry interpretou como resposta ao professor ter falado, na frente de todos, que ela era um animago.

_ Exatamente - continuou Dumbledore, ignorando os olhares hostis que os dois professores trocavam - o professor Snape demonstrou muita coragem, mais uma vez.

_ Coragem? - Sirius levantou-se, exaltado - coragem? Malfoy poderia ter matado Luna ali mesmo!

_ Cale-se, você nem sabe o que está falando! Lúcio jamais faria alguma coisa contra ela! - falou Snape, também levantando-se e encarando friamente Sirius. Luna interviu, empurrando Snape suavemente e forçando-o a sentar-se:

_ Ele está diferente agora, Severo...- falou, e Harry percebeu que sua voz estava um tanto embargada.

_ Creio que você estava muito fora de si para perceber que o seu amiguinho chutou Luna e tentou matá-la, atirando-a no poço....- concluiu Sirius, e, em seu rosto, desenhava-se o mais profundo ciúme. Lupin apertou o ombro de Sirius e fez com que se sentasse, também.

_ De qualquer forma - continuou Dumbledore, acalmando os ânimos - o Senhor Black e o professor Snape tiveram coragem em enfrentar, praticamente sozinhos, três bruxos das trevas. Agora, eu gostaria de esclarecer também outro fato inusitado....

"No início do ano letivo, os professores Snape e Luna tomaram algumas liberdades no que diz respeito a condução das suas aulas. Gostaria de dizer que não vi mal algum no que fizeram".

_ Como não? - Moody pulou da cadeira - Snape poderia ter comprometido Potter de muitas maneiras! E essa...essa moça...ainda pensa que a Floresta Proibida é um lugar para piqueniques!

_ VOCÊ ANDOU ESPIONANDO AS MINHAS AULAS! - vociferou Snape, com uma veia latejando no pescoço. Luna também erguia-se e encarava Moody com olhos ameaçadores.

_ Como...como você pode, Moody! Você nem ao menos conhece Firenze! Ele seria incapaz de fazer mal a alguém! - falou, com incompreensão.

Harry e Hermione trocaram olhares cúmplices. Lembravam-se perfeitamente do que ouviram da professora McGonagall enquanto estavam invisíveis em sua sala.

Dumbledore deixou que os professores terminassem as acusações e pediu a todos que se acalmassem:

_ Bem..gostaria sinceramente de me desculpar com os professores Snape e Luna. Acho também que o professor

Moody exagerou na vigilância que lhe pedi quando eu estivesse ausente.

Snape balançava a cabeça, inconformado:

_ Mas, diretor...pensei que houvesse confiança envolvida... - falou, amargurado.

_ Meu bom Severo...jamais deixei de confiar em você ou em qualquer um dos professores de Hogwarts. É claro que tivemos alguns casos isolados, e eu não gostaria que isso se repetisse novamente - disse, referindo-se, naturalmente, a Quirrel e Bartô Crouch Junior.

"Eu faço questão que ambos continuem com as matérias que foram interrompidas. É importante que os alunos conheçam as poções usadas pelos magos das trevas, e é importante, também, que saibam interpretar os sinais estelares".

_ E quanto a esse garoto, Dumbledore? - disse, apontando para Harry - Snape testou a poção comprometedora nele!

Snape olhou com muita ferocidade para Moody, enquanto Sirius crispou os punhos com raiva:

_ Talvez Harry esteja tão ameaçado aqui quanto em qualquer outro lugar, Moody. - disse, encarando Snape perigosamente.

Lupin interviu:

_ Não fale assim, Sirius...todos sabemos o quanto o professor Snape preocupa-se com Harry... - disse, sorrindo, e Harry duvidou muito do que o professor dissera. Snape limitou-se a atirar ao ex-professor seu mais desprezível olhar:

_ Talvez Potter seja, de todos aqui, o que mais corre riscos...achei... importante que conhecesse uma das poções mais empregadas nas Artes das Trevas...para que pudesse defender-se, caso fosse forçado a ingerí-la. - falou Snape, lançando a Harry um sorriso desagradável.

_ Bem... - prosseguiu Dumbledore - ...acredito que é uma justificativa válida. Agora, há outra coisa que precisa ser esclarecida...

Harry e Hermione entreolharam-se, mortificados, e o menino observou que Snape e Luna faziam o mesmo.

_ ...no dia do seu aniversário, Harry - continuou o diretor - você sofreu uma grave queda do telhado, fraturando um braço...

"Bem...ao contrário do que pensávamos sobre este incidente, ele não foi causado pelos Comensais da Morte ou por Lord Voldemort...ele foi causado pela Sra. Figgs".

_ O quê? - Harry perguntou, surpreso por ver o nome de sua vizinha envolvido no seu acidente - Como?

_ Naturalmente, você desconhece que Arabella Figgs é uma bruxa que vive há muitos anos no mundo dos trouxas... mais precisamente, há quinze anos. Ela é uma bruxa infiltrada como sua vizinha para manter-nos informados de que você não esteja correndo perigo. - falou Dumbledore, sorrindo.

_ Mas...mas...eu fui...fui atacado por balaços! - Harry disse, exaltado.

_ Exatamente, Harry...- prosseguiu Dumbledore - naquele dia, a Sra. Figgs havia tirado do armário seu velho Kit de quadribol...porque, se você prestasse mais atenção na sala de troféus, saberia que a Sra. Figgs foi uma excelente rebatedora em seu tempo...acho que ela queria dar uma polida no pomo de ouro, e não percebeu que as amarras dos balaços estavam gastas pelo tempo...

_ Então...então...os balaços devem ter escapado...- continuou Harry.

_ ...e atacaram a primeira pessoa que estava no alto...no caso, você, que estava em cima do telhado - terminou Dumbledore. - Ainda assim, a Sra. Figgs tentou salvá-lo quando você se pendurou na calha...acho que ela teria conseguido, se não fosse a sua tia Petúnia....

Harry lembrava-se perfeitamente de ter observado a Sra. Figgs assistir, horrorizada, ele manter-se dependurado na calha, e depois desabar sobre as tulipas premiadas de tia Petúnia.

_ Bem, Alvo...acho que isso é tudo, então. - falou a professora Minerva, dando por encerrado o inusitado encontro no esconderijo de Sirius e Lupin. - Vamos voltar, você precisa esclarecer para os alunos tudo o que aconteceu. - Harry percebeu, com a observação da professora, que Dumbledore havia adotado uma política de transparência para Hogwarts, e não esconderia mais nada para os alunos. Naturalmente, não se referiria a Sirius Black ou a transformação de Luna.

Dumbledore atravessou as chamas primeiro, seguido da professora Minerva e de Moody. Quando chegou a vez da professora Luna, Sirius segurou-lhe o braço:

_ Fique...precisamos conversar...- disse, baixinho.

Snape, lançando um estranho olhar para os dois, encaminhou-se para as chamas. Harry e Hermione despediram-se de Lupin e seguiram atrás de Snape, ainda a tempo de verem Luna e Sirius indo conversar próximo da janela.


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