|
De Olho no Grajaú |
|
|
edição
2 |
junho
de 2004 |
Edição 2 - junho
perfil
Vida sofrida e a ilusão da cidade grande
notas
O
que era e o que é
outros
textos
Grajau: o que se parece
não é
Inclusão digital e governo eletrônico dão certo?
Gentil,
o legado vivo
|
principal |
comunidade
- entrevista

Gentil, o legado vivo
Uma
pessoa que vive do passado e sabe retirar o melhor dele.
Quem se lembra de Chico Buarque? Ou do cafezinho moído
na hora? Ou da capoeira de angola? São essas coisas boas
do passado que foram esquecidas. Nós, em nosso mundo conturbado,
preferimos coisas rápidas, modernas e mesmo estranhas. Ninguém,
ou grande parte, se preocupa com isso ou aquilo que seja ''antigo''.
O povo precisa saber um pouco sobre o ''antigo''. Foi nessa intenção
que resolvemos falar sobre um homem que, mesmo vivendo nesse estranho
e exigente mundo, soube preservar o passado. Gentil (Argentil José
Lemes) como é conhecido pelos amigos. Uma pessoa que vive
do passado e sabe retirar o melhor dele. Pilões, gamelas,
carranca, talha entre outras são as inúmeras coisas
que Gentil aprendeu no passado e hoje utiliza para sobreviver. Vamos
conhecer um pouco mais sobre ele?
|
|
|
|
|
|
|
|
|
contato |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|

|
Gentil,
há quanto tempo o senhor trabalha com artesanato?
Desde 1970. Por motivo de doença não consegui trabalhar
com carteira assinada, tornando-me autônomo.
|
|
O
senhor compra o material que utiliza?
Não. Reciclo troncos que vêm boiando na água. Nem
todos são possíveis de utilizar, mas eu uso a maioria.
|
|
Quem
ensinou o senhor a trabalhar com artesanato?
Aprendi com meu avô paterno (Joaquim José Lemes), homem rude
e analfabeto, porém muito criativo. Durante a crise econômica
ele fabricava engenhocas de madeira para moer a cana e fazer garapa. Com
essa garapa ele fazia os melaços e açúcar mascavo
que ele usava e vendia para outras pessoas. Ele fazia artesanato com madeira
em geral.
|
|
|
O que o senhor acha da reciclagem?
Na reciclagem eu vejo um grande futuro porque você faz uma grande
mudança no meio ambiente.
O que o senhor ganhou com esses 30 anos de artesanato?
Eu consegui criar meus filhos e manter minha família. |
|
O
senhor acha que o povo deveria saber mais sobre artesanato?
Sim. Precisava buscar no meio do povo pessoas que tenham habilidade
para poder estar ensinando aos outros.
|
|
|
|
Quem
disse que o ''antigo'' deve permanecer no passado ? E quem teve a ousadia
de afirmar que isso é pra velho? Pessoas que fazem esse tipo de
afirmações são chamadas... Como que é mesmo?
Ah! Manés. E para quem gostou não pára por aqui.
Gentil ainda tem planos de escrever um livro falando sobre O homem em
busca do equilíbrio no espiritual e natural.
Maurício Paulo
Ricardo Monteiro
fotos
Paula Takada
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|