No
trem, Draco abriu seus olhos em sobressalto.
-
Ah, não!_ ele disse – Harry, seu pirralho idiota, o que você fez?
**
Além
dos gritos do quadro, Harry podia ouvir o som dos passos correndo no corredor.
Ele olhou a sua volta violentamente. Só havia uma saída no aposento e dava
exatamente no corredor. Se ele ao menos soubesse Disaparatar...
A
lareira, uma
voz falou ao seu ouvido. Harry virou feito um louco, não havia ninguém perto
ali. Todavia, ele não ligou. Correu até a lareira e entrou nela ao mesmo tempo
em que a porta da sala de visitas abriu bruscamente. Havia uma saliência do
tamanho exato de um busto no tubo da chaminé; ele subiu dentro disso e se
segurou lá, ofegando.
Por
um pequeno buraco no tijolo, Harry viu Lúcio Malfoy entrar no aposento, seguido
pelos Death Eaters e de Narcissa. Ele estava furioso como Harry nunca o tinha
visto antes, mas furioso do que Harry havia pensado ser possível. Os olhos de Lúcio
examinaram a sala, parando no tapete desarrumado e no alçapão exposto. Então
seu olhar foi para o quadro.
-
Mona_ ele disse – Quem fez isso? Quem cometeu essa atrocidade?
Harry
se segurou para não escorregar da chaminé.
-
Um garoto_ disse a mulher do quadro – Um garoto desconhecido para mim.
-
Não era... Draco?_ perguntou Narcissa, que estava furiosa como seu marido, mas
seus olhos estavam passeando ferozmente pelo aposento, dando a ela um ar
esquisito, quase esquizofrênico.
Harry
olhou.
-
O intruso não tinha o sangue Malfoy nele._ disse o quadro
Ele entrou no calabouço?_ perguntou Lúcio
-
Não._ disse o Quadro – Ele fugiu quando eu gritei.
-
E onde ele foi?
Houve
uma pausa. Então o quadro falou:
-
Eu não vejo. Eu só sinto. Eu não vi para onde ele foi.
-
Então você falhou na sua proteção._ disse Lúcio numa voz congelante, e
ergueu sua varinha – Incendium!_ ele gritou
A
mulher do quadro gritou quando as chamas verdes a consumiram. Depois cinzas caíram
pelo aposento.
-
Lúcio..._ Narcissa começou, mas Lúcio virou-se e olhou para ela.
A
expressão de Narcissa não mudou, mas ela virou-se e deixou a sala.
Um
dos Death Eaters limpou sua garganta.
-
Meu Deus! Olhem a hora!_ ele disse – Lúcio, obrigado pela ótima noite.
Minhas estimas a Narcissa.
E
ele Desaparatou.
Um
por um, os Death Eaters disaparataram, até que Lúcio ficou sozinho com
Eleftheria Parpis.
-
Ora, ora, Lúcio,_ ela disse tentando acalmá-lo – Foi só o quadro fazendo um
estardalhaço por nada, ele fazem isso às vezes, quando você os ignora. Tenho
certeza de que não havia ninguém estranho na casa._ Lúcio parecia indiferente
a esse argumento; ele ainda estava observando o alçapão exposto – De todo
modo,_ Eleftheria continuou – Pelo penos estamos sozinhos agora.
Ela
andou furtivamente até Lúcio, que para o espanto de Harry, a agarrou e a
beijou no pescoço. Harry foi então submetido aos mais nojentos dez minutos de
sua vida quando Lúcio Malfoy e Eleftheria se agarraram apaixonadamente no sofá
de dois lugares. Harry manteve seus olhos bem fechados, mas ainda podia ouví-los;
ele não podia ao menos usar os dedos para tapar os ouvidos, já que precisava
de suas mãos para manter-se preso no tubo da chaminé.
-
Mestre Malfoy._ disse uma voz suave em seu ouvido
Harry
abriu seus olhos num estalo e viu Anton flutuando na sua frente, parecendo tranqüilo.
Ele não parecia nem espantado de ver o herdeiro da Mansão Malfoy pendurado no
cano da chaminé pelas unhas.
-
Mestre Malfoy, eu deveria sugerir que o senhor subisse um pouco mais alto no
tubo da chaminé? Se eu não estou errado, o senhor se achará num quarto do
segundo andar que não está em uso.
Harry
fez gestos de agradecimento e começou a subir. Demorou três minutos para que
ele alcançasse a lareira vazia. Ele subiu com dificuldade e chegou num quarto
com piso de pedra polida. Harry tossiu e teve ânsia de vômito com a fuligem.
**
Draco
piscou os olhos e viu Hermione olhando para ele boquiaberta.
-
O que aconteceu?_ ela perguntou - Você disse “Harry seu pirralho idiota”, e
depois você gritou “A lareira”!
-
Eu gritei?_ perguntou Draco, que tinha um sorriso estranho estampado em seu
rosto
-
Harry caiu numa lareira?_ perguntou Hermione – E não sorria assim, você
parece um doente mental.
-
Eu não sei ao certo o que aconteceu._ disse Draco – Eu não vejo o que ele vê,
você sabe, eu só vejo uns flashes que aparecem na minha cabeça de repente,
quando ele está sentindo algo particularmente forte.
-
Então não é como assistir a um filme?_ perguntou Hermione
-
Eu não sei, deveria saber?_ respondeu Draco – Eu nunca assisti a um filme
O
trem começou a diminuir a velocidade. Eles estavam numa estação trouxa.
Olhando pela janela, Hermione viu um grupo de adolescentes sentado num banco
debaixo de luzes fosforescentes. Eles pareciam que tinham voltado de uma festa;
estavam rindo e brincando uns com os outros. Um deles era um garoto alto, com
cabelos escuros e bagunçados e óculos.
Ele não lembrava tanto Harry, mas Hermione sentiu sua garganta apertar, de
qualquer jeito.
-
Ele está bem?_ ela perguntou sem olhar para Draco
-
Se ele morrer de repente_ disse Draco – Eu te conto.
**
Depois
de sair do quarto do segundo andar, Harry tomou um banho, já que ele estava
cheio de fuligem dos pés à cabeça. Ele vestiu o pijama de Draco, e voltou
para seu quarto, onde ele encontrou Lúcio e Narcissa esperando por ele.
-
Garoto_ disse Lúcio no momento que Harry pôs os pés dentro do quarto – Onde
você estava?
-
Eu fui tomar um banho, pai._ disse Harry, que estava muito grato por ter deixado
sua toalha molhada e cheia de fuligem no banheiro.
-
Venha cá!_ disse Lúcio, e Harry andou cautelosamente até ele
Logo
que ele alcançou uma distância na qual ele estava ao alcance dos braços de Lúcio,
este agarrou Harry pelos braços e olhou furiosamente para seu rosto.
-
Eu não sou idiota, garoto!_ Lúcio disse ameaçadoramente – Você está
agindo de modo estranho ultimamente e eu quero saber o motivo. Ir ao Jardim dos
Animais!_ ele disse asperamente. Harry olhou para Narcissa, que desviou o olhar
– Não lembrou das vestes de gala da família! Pediu licensa de um de MEUS jantares!_
ele gritou – Eu até pensei que você tivesse algo a ver com o fiasco de
depois do jantar...
-
O que seu pai está tentando dizer, Draco_ disse Narcissa, esfregando as mãosem
sua camisa – é... você está usando drogas?
O
queixo de Harry caiu.
-
Porque você pode falar conosco se você estiver usando_ ela disse com pressa
– Nós estamos aqui, hã... para te ouvir.
Harry
olhou de Narcissa, cujos olhos estavam passeando pelo quarto, para Lúcio, cujo
rosto estava tão cheio de raiva que parecia uma máscara de carnaval.
-
Não_ Harry disse – Não estou usando drogas. Desculpe!
-
Então..._ Narcissa olhou para Lúcio querendo ver sua reação
-
Sua mãe... _ disse Lúcio, que tinha agora um sorriso muito desagradável no
rosto – está preocupada com a hipótese de que você está ficando louco, meu
jovem Draco. Claro que há loucos em nossa família, já que nós somos
descendentes quase diretos de Uric, o bizarro, mas eu confesso que eu não
pensei que isso fosse se manifestar em você. Mas agora que ela levantou a hipótese...
-
Eu NÃO estou louco!_ disse Harry rapidamente – Eu levei uma batida forte com
a cabeça outro dia, foi isso! Sinceramente! Não é como se eu tivesse começado
a falar sozinho.
-
Ainda não._ disse Lúcio rapidamente, e então ele se inclinou e disse no
ouvido de Harry – Eu às vezes me pergunto o que eu fiz de errado, para ser
amaldiçoado com uma criança idiota ao invés do herdeiro que eu deveria ter
tido.
A
irritação de Harry transbordou.
- Sinceramente!_ Harry disse asperamente – Assassinatos,
torturas, muita Magia Negra... o que você não fez de errado? Você tem
sorte de não ter tido um filho com três cabeças. Você deve ter o pior karma
que alguém já viu!
Lúcio
olhou para ele. Narcissa deu um pequeno soluço.
-
Você deve estar louco de falar comigo desse jeito. _ disse Lúcio – Ou talvez
você esteja apenas tentando mostrar o seu temperamento._ ele sorriu mostrando
seus dentes afiados – Eu admiro isso. Não vou te punir.
Os
ombros de Narcissa caíram em alívio, e ela virou-se para esconder sua expressão.
Logo que ela fez isso, Lúcio sussurrou no ouvido de Harry:
-
Se você pisar fora da linha, meu garoto, você vai direto para o hospício e
hospital St. Mungo para enfermos mágicos, Eles podem te colocar com os
Longbottom, e você pode passar o resto de sua vida preso a uma cama babando.
A
menção ao nome dos pais de Neville deixou Harry tão bravo que ele teria
esquecido de sua situação e acertado Lúcio no olho, se a porta do quarto não
tivesse aberto, deixando entrar dois homens vestidos com capas de viagem. Um
deles era Angus Macnair. O outro era um homem baixo vestido com uma capa verde
escura, com os olhos cobertos pelo capuz. De uma manga de sua capa, saía uma mão
coberta com uma luva preta; da outra, uma mão muito trêmula feita inteiramente
de metal.
Rabicho.
-
Desculpe entrar desse jeito, sem pedir licença._ disse Macnair puxando seu
capuz – Anton nos disse que vocês estavam aqui em cima.
-
De volta tão cedo?_ perguntou Lúcio
-
Sim_ disse Angus, um pouco nervoso – A viagem à Cornuália levou menos tempo
que esperávamos.
- E Sirius Black?
Por
favor, deixe-o ter ido!_
Harry rezou silenciosamente.
-
Está aqui!_ disse Rabicho rapidamente. A última
vez que Harry o viu, ele estava pedindo a Voldemort para que ele curasse
sua mão danificada pela falta de um dedo, o que o Lord das Trevas fez. Ele deu
a Rabicho uma mão de metal, que agora refleti a luz quando ele a ergueu e a
apontou para a porta, quase como se sua mão fosse uma varinha – Everriculum!_
ele gritou, e um raio de luz esbranquiçada brotou da palma de sua mão metálica
A
luz aumentou e se expandiu pelo ar, até que virou uma rede de cordões
prateados, como uma teia de aranha. Quando os filamentos da teia se romperam,
alguma coisa passou por eles, e caiu pesadamente no chão.
Era
Sirius.
Ele
stava em seu formato animal, na forma de um grande cão preto. Todos os seus
membros estavam rígidos, bem esticados; só seus olhos estavam se movendo,
olhando de um lado para o outro ente Rabicho e Lúcio.
-
Impressionante, Rabicho!_ disse Lúcio, mas seus olhos estavam sobre Sirius.
-
Meu mestre me deu uma mão com grande poder._ disse Rabicho olhando para sua mão
de metal com afeição.
Ele
virou sua mão na direção de Sirius cuidadosamente e o cão preto começou a
derrapar indefeso pelo chão até Lúcio.
Narcissa
deu um pequeno grito.
-
Isso é o suficiente!_ disse Lúcio
-
O transforme de volta!_ adicionou Macnair numa voz rouca
Rabicho
estalou seus dedos de metal.
-
Sapiens!_ ele recitou e o cão preto estremeceu de repente e era Sirius
de novo; Sirius vestido em trapos, com cortes e arranhões por todo o seu corpo,
e que não apareciam em sua forma canina. Ele ainda não podia se mecher, mas
seus olhos estavam fixados com ódio em Lúcio.
Harry
ouviu Narcissa ofegar. Então Lúcio andou até Sirius e o chutou, com os pés
calçados em botas, nas costelas. Harry tentou correr atrás, mas tropeçou na
bainha do pijama de Draco e caiu no chão.
Ele
mal começou a se levantar quando parou ajoelhado ainda pela visão de Narcissa,
que de repente, silenciosamente, e para a surpresa de todos, desmaiou sobre o chão.
**
-
Chegamos!_ disse Draco, levantando-se e cutucando Hermione no ombro
Ela
se levantou e olhou pela janela. Eles estavam numa pequena estação, cuja placa
de madeira indicava que eles estavam na cidade de Chipping Sodbury.
Isso
não era exatamente o que ela havia imaginado. Hermione tinha imaginado que os
Malfoy moravam num castelo deserto no topo de um penhasco rochoso no meio de um
árido deserto onde abutres estavam sempre atacando quem não andasse rápido o
suficiente. Não uma pequena e bonitinha cidade chamada Chipping Sodbury. As
aparências enganam...
-
Vamos!_ disse Draco, e ela o seguiu para fora do trem e descer até a
plataforma, onde ele virou para a esquerda em direção ao final da plataforma.
-
Hã... Malfoy!_ ela chamou, seguindo ele, com sua mochila batendo na sua perna
– A estação é por aqui!
Nesse
momento, ele virou para a esquerda novamente e passou pelo muro de concreto do
final da plataforma.
-
Diabos!_ ela disse correndo até o muro – Como ele pôde fazer isso?
Um
braço surgiu no muro. Era de Draco. Ele a puxou para o outro lado do muro, o
que deu nela uma sensação de tropeçar. Ela escorregou pelo muro e
estatelou-se no chão do outro lado.
-
Ai!_ reclamou Draco.
A
mochila dela havia atingido-o na cabeça.
-
Desculpa!_ disse Hermione, levantando-se e olhando em volta com interesse.
Eles
estavam do lado de um enorme portão de ferro batido no qual havia a inscrição
Parque Malfoy.
-
Eu suponho que não estejamos mais em Chipping Sodbury. Estamos?
-
Certamente não._ respondeu Draco, que começava a andar – Esse é o Parque
Malfoy, o vilarejo na base da colina onde fica nossa casa. Você pode, todavia,
chegar lá em casa vindo de Chipping Sodbury se souber como.
-
Você tem um vilarejo inteiro com o nome em sua homenagem?_ perguntou Hermione
horrorizada
-
Sim. É surpreendente que eu não tenha uma cabeça enorme, não é?_ disse
Draco
Hermione
estava prestes um comentário ferino quando ela se deu conta que ele estava
brincando. Devemos ter que subir isso aqui, ela disse para si mesma.
Eles
saíram de uma ruela para uma rua mais larga e movimentada, onde havia lojas e
bares. Parque Malfoy era em vários aspectos, uma pequena cidade mágica, assim
como Hogsmeade, mas havia uma diferença: tudo lá parecia ou ter a palavra
“Malfoy” ou ser de algum modo relacionado à Magia Negra... era a Travessa
do Tranco imaginada por Lúcio Malfoy. O Mercado Malfoy estava encaixado entre a
Casa de Terríveis Feitiços de Helga, a megera, e um bar frio, chamado
Estalagem Natal Gelado, que vendia um almoço Malfoy especial (sanduíche de
morcego torrado).
-
Eles realmente devem gostar muito de vocês aqui._ disse Hermione tentando não
rir
-
Há!_ riu Draco – Eles odeiam minha família, nós vimos oprimimos eles
por gerações, e de vez em quando, meu pai desce ao vilarejo e faz umas coisas
horríveis de Magia Negra que aterroriza a todos e os mantém na linha.
-
Isso não te incomoda?_ ela perguntou
Mas
Draco balançou sua cabeça para ela e sussurrou:
-
Shhh... A última coisa que queremos ´é que alguém me veja aqui e
avise ao meu pai que Harry Potter está passeando pelo vilarejo!
-
Certo!_ disse Hermione, que não estava prestando atenção.
Por
alguma razão, quando ele chegou perto dela como tinha acabado de chegar, e
sussurrado como ele tinha acabado de sussurrar, ela sentiu arrepios por toda sua
espinha.
Draco
virou-se e começou a andar até a estrada que os deixaria fora da cidade.
Hermione o seguiu. Eles caminharam por um tempo em silêncio; Draco parecia
perdiod em seus pensamentos. Finalmente, ele virou para a direita no topo da
colina, e eles saíram da estrada de três linhas para um campo vazio. Hermione
não podia fazer outra coisa senão ofegar: era exatamente como ela imaginava a
Mansão Malfoy. Uma cerca pontuda e alta que se extendia por todas as direções;
exatamente no centro estava um portão aberto com o formato de um enorme M.
Grandes colunas com estátuas de serpentes enroscadas, no topo; e pelo portão,
Hermione podia ver a sombra preta com o formato de uma enorme e volumosa casa.
Hermione
andou na frente; ela havia dado apenas alguns passos quando Draco a agarrou pelo
braço.
-
Não!_ ele disse severamente – O que eu te disse?
-
Ah!_ ela exclamou – Dezessete feitiços. Certo!
-
Meu pai inventou o feitiço desse portão._ disse Draco parecendo orgulhoso –
É chamado o feitiço do quebra-cabeça, porque se você tentar passar por esse
portão sem ter sido convidado, ele te retalha em pedacinhos.
-
Seu pai parece se divertir muito nas festas_ disse Hermione ironicamente
Em
resposta, Draco tirou uma caneta de seu bolso e fê-la rolar pelo chão até a
passagem do portão. Como a caneta passou debaixo da grade, houve um clarão de
luz verde muito forte e um agudo som metálico. Houve uma pausa, e então, a
caneta rolou de volta para Draco cortada caprichosamente em duas metades.
-
Então é esse o feitiço do quebra-cabeça..._ disse Hermione indistintamente
– Um desses quebra-cabeças simples de duas peças!
-
Isso não é engraçado!_ ele disse severamente sacando sua varinha do bolso.
Ele a apontou para o portão – Raptus Regaliter!_ ele disse.
Houve
um novo clarão de luz, dessa vez, azul, e Draco passou pela entrada do portão.
Hermione se abraçou, e como ela permaneceu ilesa, seguiu.
Eles
estavam agora na propriedade dos Malfoy. A terra era muito escura e se estendia
por todos os lados, e ela pôde ver ao longe, a luminosidade da casa.
-
Nós podemos evitar a maioria dos feitiços só contornando eles._ disse Draco
– Pegue! Minha mão!
Ela
pegou a mão dele.
Eles
seguiram a cerca por um tempo, então Draco puxou Hermione para atrás dele para
que andassem por uma estreita trilha escondida pelas árvores. Ocasionalmente,
eles ouviam barulhos altos de pancadas e estalos como se algo estivesse
quebrando em um dos arbustos perto deles. Hermione não queria pensar sobre
isso, então ela se concentrou em não fazer barulho.
Eles
estavam exatamente no sentido oposto ao da casa. Não haviam mais arbustos e uma
estreita trilha branca seguia até a mansão e depois pelos seus lados. A trilha
brilhava fracamente sob a luz da lua. Uma alta torre preta estava acima de suas
cabeças, iluminada por algumas janelas que acabavam com a escuridão. Draco
apontou para cima, para uma fileira de janelas brilhando com bastante luz.
-
Aquele é o meu quarto!_ ele sussurrou
-
Harry está lá?_ ela perguntou ansiosamente
Draco
afirmou com a cabeça. Foi um erro Hermione imediatamente se mover até a trilha
iluminada. Ele estendeu a mão para agarrar o braço dela e puxá-la de volta,
mas sua mão foi impedida. Ele ouviu melhor do que viu, o pequeno portão de
metal abrindo na base da torre, ele sabia o que iria acontecer, é claro ele
devia saber, já que ele mesmo pôs em prática o mecanismo de ataque.
Ele
praguejou, correu, e empurrou Hermione para o lado com força.
Houve
um zumbido que terminou num barulho de pancada bem alto, e Hermione ouviu Draco
cair no chão do lado dela.]
Ela
olhou em volta; a trilha estava vazia exceto por ela e Draco, que estava sentado
no chão, olhando para si mesmo com uma expressão de surpresa. O cabo de uma,
de cerca de quatro polegadas, era a única parte que estava para fora de uma
flecha brilhante, que estava encravada na parte superior da coxa de Draco. Havia
sangue escurecendo a calça jeans dele.
-
Diabos!_ falou Draco, e depois várias outras palvras, a maioria delas
grosseira.
Contudo,
Hermione não o censurava: havia realmente muito sangue e parecia estar doendo
muito.
Ela
se ajoelhou perto dele e pôs a mão no cabo da flecha. Estava extremamente
gelado. Ela sentiu lágrimas idiotas escorrendo de seus olhos.
-
É tudo culpa minha!_ ela gaguejou
– E eu não tenho nenhuma atadura aqui... se bem que eu posso rasgar um pedaço
da mochila de Harry... talvez você precise de um torniquete... e, ah, Draco,
tire suas calças, por favor!
Draco
olhou para ela incrédulo.
-
Não que eu não goste de que uma garota me peça para que eu tire as calças,
Hermione!_ ele disse – Quero dizer, em outra hora, claro, mas porque agora você
não pára para pensar por um minuto?_ ele sibilou a última parte –
Quem é a bruxa mais inteligente de nossa classe? Quem está tendo aulas em nível
avançado de Mágica Medicinal? Quem aqui pode curar minha perna em cinco
segundos, num piscar de olhos?
-
Ah!_ ela disse – Claro! Desculpa!_ ela procurou, desajeitada, por sua varinha,
tirou do bolso e apontou-a para o ferimento sangrento na calça dele – Asclepio!
_ ela disse suavemente, e viu a tensão do corpo dele desaparecer quando o
ferimento cicatrizou empurrando a flecha que caiu para o lado. Ela pegou-a com
cuidado: a flecha estava pegajosa, cheia de sangue e uma espécie de cola, uma
substância brilhante. Hermione jogou a flecha nos arbustos.
-
Obrigado!_ disse Draco, sentindo sua perna cautelosamente. Parecia estar curada.
-
Você está bem?_ ela perguntou, olhando para ele ansiosamente
-
Positivamente alegre._ ele disse alcançando a mão dela para ajudá-lo a se
levantar – Agora eu terei uma adorável cicatriz para mostrar para os meus
netos.
-
Seis polegadas para a esquerda e os netos estariam fora de questão._ disse
Hermione – Agora você tem algo para estar realmente alegre!
**
Harry
estava no quarto de Draco; na verdade ele não tinha muita escolha, já que ele
estava amarrado na cama.
Por
um lado, foi muita sorte dele Narcissa ter desmaiado quando desmaiou, porque o
desespero de Harry de correr até Sirius foram interpretados por Lúcio e pelos
outros como esforços desesperados de correr até ela. De outro modo, Lúcio
teria ficado ainda mais furioso quando ele tentou impedir Harry de passar por
ele e Harry, perdendo totalmente a cabeça, deu um soco em Lúcio. Furioso, Lúcio
jogou em Harry o feitiço do Amarramento, que envolveu seus punhos, e
prendendo-os no pilar da cama. Depois, Lúcio fez uma mágica do levantamento para
Narcissa e saiu do quarto com ela, latindo para Rabicho e Macnair que eles
deviam levar Sirius logo para o calabouço e trancá-lo lá.
Harry
estava tentando se soltar do Feitiço do Amarramento por várias horas, mas tudo
o que ele conseguiu foi tirar a parte de cima de seu pijama, então ele estava
agora tanto com muito frio quanto inconfortável e extremamente infeliz pensando
no quê deveria estar acontecendo a Sirius no calabouço naquele momento. Isso,
ele pensou, não pode ficar pior.
Então
a janela arrebentou.
**
Depois
de uma reunião sussurrada, Draco e Hermione decidiram usar o Feitiço do Içamento,
para chegarem até a janela de Harry. Draco iria primeiro e Hermione executaria
a mágica; se tudo corresse bem, ele a traria para cima depois dele.
-
Certo!_ disse Hermione – Aqui vamos nós. Wingardium Leviosa!_ e ela
apontou sua varinha para Draco.
Ele
sentiu que estava subindo pelo ar, girando e balançando como se estivesse
subindo por uma corda. Ele viu Hermione enrugando a testa, concentrada, e
mostrou para ela o polegar virado para cima, querendo dizer a ela que tudo
estava bem. Ela fez um gesto dizendo a ele que ele podia fazê-la subir também,
então Draco apomtou sua varinha para ela e sussurrou as palavras mágicas.
Ele
não era tão bom nesse feitiço quanto Hermione. Ao invés de fazê-la subir
vagarosamente pelo ar, ela subiu como se tivesse sido atirada de um canhão. Ela
estava muito assustada para gritar, e colidiu em Draco. Com nada para se
segurar, ele voou para trás, batendo no muro da mansão. Hermione,
aterrorizada, tinha suas mãos em volta do pescoço de Draco e suas pernas
enroscadas na cintura dele, quando eles rodopiaram violentamente no ar.
-
Faça isso parar!_ ela disse no ouvido dele
Draco
apenas balançou sua cabeça;ele estava tentando equilibrar sua varinha. O feitiço
parecia ainda estar impelindo Hermione para cima; até o cabelo dela estava
voando para cima quando ela se segurou em Draco desesperadamente (ela tinha suas
mãos onde nenhuma garota havia segurado ele antes, mas ele não estava com
humor bom pra aproveitar isso).
-
Leviosa!_ ele
gritou histericamente, perdendo completamente a cabeça.
e
eles mergulharam para o lado, como uma asa-delta fora de controle, então voaram
para cima de novo, rolaram outra vez, e foram lançados até a mansão com a força
de uma bola de canhão. Hermione gritou quando eles irromperam na janela,
espalhando vidro por todos os lados, e caíram no chão num emaranhado de pernas
e braços.
Por
um momento, eles ficaram deitados lá, sem se mover. Hermione tinha o rosto
enterrado no pescoço de Draco, e estava respirando fundo, ofegando. Por um
segundo, eu realmente pensei que fôssemos morrer, ele pensou, Acho que
ela também pensou que morreríamos.
Nesse
momento, uma voz falou acima da cabeça deles, uma voz muito familiar.
-
O quê...?_ a voz dizia – Como...?
Draco
tinha seus olhos fechados, então ele mais sentia do que via Hermione se
soltando de seu agarramento de morteno seu pescoço. Depois ela sentou-se.
-
Oh!_ ele ouviu ela exclamar – Harry!
**
-
O-o quê?_ perguntou Harry – Como?
Harry
sabia que devia manter a boca fechada, mas ele não parecia capaz de tanto.
Hermione, cujos cabelos estavam cheios de pedaços de vidro, olhava para ele do
chão, e ao mesmo tempo que ele estava inacreditavelmente feliz de revê-la, ele
estava terrivelmente chocado de ver que ela não tinha somente os braços, mas
também as pernas enroscadas em... Draco Malfoy? Um Draco Malfoy
fisicamente igual a Harry em cada detalhe, mas ainda Draco Malfoy.
-
Oh!_ ela exclamou, e Harry pensou que havia um tom de culpa na voz dela – Harry!
Draco
tinha seus braços em volta de Hermione também. Seus olhos estavam abertos,
agora, e ele estava olhando para Harry com uma tênue expressão de divertimento
que Harry queria desesperadamente bater.
-
Olá, Harry!_ Draco disse – Pelo que vejo você achou meu pijama. Se bem que
eu normalmente uso a parte de cima.
Hermione
desfez-se em lágrimas.
-
Harry!_ ela
disse de novo, mancando até onde ele estava sentado – Você está vivo!
-
Eu te disse que ele estava vivo!_ disse Draco parecendo irritado
Hermione
parecia que queria abraçar Harry, mas não o fez pelo fato de que ele estava
sem camisa e amarrado à cama.
-
Isso é...?_ ela perguntou apontando para os punhos de Harry
-
Feitiço do Amarramento_ disse Harry rapidamente
Hermione
pegou sua varinha e apontou para Harry:
-
Finite Incantatum!
Os
punhos de Harry caíram em seu colo, e um segundo depois, Hermione estava abraçando-o
e chorando no seu cabelo. Pelo ombro dela, Harry podia ver Draco se levantando e
tirando o vidro de sua roupa. Ele estava olhando para Harry e Hermione, e seus
olhos estavam muito frios.
Harry
pôs seus braços pesadamente em volta de Hermione. Por alguma razão que ele não
podia entender, ele estava extremamente furioso com ela.
-
Cadê o Ron?_ ele perguntou de modo agudo
-
Ron?_ Hermione se soltou de Harry e esfregou seus olhos – Ele está... ele está
na escola!_ ela disse, assustada – Eu deixei um bilhete para ele.
-
Você deixou para ele um bilhete?_ Harry perguntou, incrédulo
Hermione
abriu sua boca, e então fechou-a de novo. Ela não podia acreditar que Harry
estava sendo tão insensível; ela também não podia acreditar que as primeiras
palavras da boca dele tinham sido “Cadê o Ron?”. Ele não estava feliz o suficiente
em vê-la?
-
Ron odeia o Draco._ ela disse numa voz tremida – Ele não concordaria em vir.
-
Ele concordaria!_ disse Harry
Isso,
Hermione tinha de admitir que era verdade.
-
Certo, ele concordaria, já que era por você._ ela disse – Mas eu teria que
explicar tudo para ele, e ele demoraria uma eternidade até aceitar a idéia de
ir com Draco, e isso levaria horas, e de qualquer forma, temos de estar
de volta até amanhã de manhã, e Harry...” Ela parou de falar – Quando eu
descobri tudo... tudo que eu queria era ir até você e ver se voce estava bem.
Harry
estava olhando para ela com outra expressão bastante esquisita.
-
Eu escutei direito?_ Harry perguntou - É impressão minha ou você acabou de
chamar o Malfoy de Draco?
Draco
deu um passo à frente, ficando no meio de Harry e Hermione.
-
Olhe, Potter!_ Draco disse agudamente – Eu sei que você não gosta de mim. Eu
também não gosto de você. Se dependesse de mim, eu deixaria meu pai te jogar
no calabouço para morrer. Mas não
depende. E acredite ou não, você deveria no mínimo acreditar em Hermione que
estamos aqui para SALVAR SUA VIDA, SEU INGRATO!_ Draco berrou a última parte
– Então, vamos embora!
Harry
piscou. Então ele disse numa voz totalmente controlada:
-
Eu não vou com vocês!
Hermione
e Draco embasbacaram-se com ele. Até mesmo Draco parecia não ter nada para
dizer. Finalmente, Hermione falou, com uma voz bem baixa e entrecortada:
-
Por quê não?
Harry
suspirou. Então ele explicou sobre Sirius, sobre o plano de Macnair de preparar
uma armadilha para Harry na mansão, e entregá-lo para Voldemort, e sobre
Rabicho. Finalmente ele adicionou:
-
E eu acho que tem algo de errado com a sua mãe, Malfoy!
-
Ah!_ suspirou Draco – Insultos! É claro!
-
Não!_ disse Harry – Eu quero dizer que realmente tem algo de errado com ela.
Ela parece bastante infeliz e ela desmaiou essa tarde quando trouxeram Sirius.
Isso
calou Draco.
Os
lábios de Hermione estavam tremendo, mas seu queixo estava determinado.
-
É isso!_ ela disse – Estamos em missão de resgate. Nós temos de pegar
Sirius também.
-
Isso não vai ser fácil._ disse Harry – Eu tentei entrar no calabouço hoje e
parece que lá tem todo o tipo de alarmes...
-
Há feitiços em todas as entradas para os aposentos debaixo da casa._ disse
Draco – Você precisa ter o sangue Malfoy em você até para abrir as portas.
Nós não gostamos de estranhos.
-
Nem de ninguém mais!_ disse Harry – Não há muita energia positiva nesta
casa, você sabia disso, Malfoy? Isso é quase tudo que eu aprendi aqui. Isso, e
você realmente precisa de um sistema de calefação central melhor.
-
Harry, aposto que você aprendeu muitas coisas úteis._ disse Hermione, tentando
apaziguar – Tenho certeza que...
-
Tudo é dever de casa para você, não é, Hermione?_ interrompeu Harry
gravemente – Muito bem, então. Eu descobri que os Malfoy tem loucos na família,
o que faz sentido, já que todos nessa casa são completamente malucos;
descobrii que louros não se divertem mais; ah! E eu descobri que Draco tem uma
marca de nascença com o formato exato do Reino Unido na bunda!
-
Eu não tenho!_ disse Draco
-
Você tem, sim!
-
AH! Deixe-me ver!_ disse Hermione
-
NÃO!_ gritaram Harry e Draco juntos
-
Por que se importa, Harry? Não é nem o seu corpo!_ Hermione salientou
sensatamente
-
Bem, se você se comportar direito, eu te deixo ver a Escócia!
-
É o meu corpo!_ disse Draco agudamente – E eu não vou deixar você tirar
proveito disso. Olhe para você!_ ele adicionou – Desfilando sem camisa! Você
mal podia esperar para tirar minhas roupas, não é? É bom ter músculos para
variar, não é, Potter?
-
Não seja idiota!_ disse Harry – Você tem braços de encanador, Malfoy, e você
sabe disso!_ ele mostrou o braço para dar mais ênfase – Olhem! É só osso!
-
CALEM A BOCA VOCÊS DOIS!_ gritou Hermione definitivamente – Nós deveríamos
estar falando sobre Sirius!
-
Ah!_ esclamou Harry sentindo-se extremamente culpado – Certo!
E
então quilo aconteceu. Alguém bateu na porta do quarto. Eles todos gelaram,
olhando uns para os outros com os olhos bem abertos, esperando que quem quer que
seja que estivesse atrás da porta fosse simplesmente embora. Mas as batidas
ficaram mais insistentes e altas e a porta começou a tremer.
Harry
apontou para Hermione e Draco.
-
Vocês dois!_ ele disse – Para o armário! Agora!
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