"IGREJA MATRIZ E CAPELAS

DA FREGUESIA DE S. JOÃO DE AREIAS"

(REDÍZIMA - ELEITOS - OBRAS E ARTISTAS - BÊNÇÃO)

 de

António Nunes da Costa Neves

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CERIMÓNIA DE APRESENTAÇÃO

 

        

 

 

 

 

 

 

          

 

      No dia 9 de Novembro de 2002 foi apresentado o livro “Igreja Matriz e Capelas da Freguesia de S. João de Areias”, pelas 15 horas, no restaurante “O Pedro” em S. João de Areias.

     O livro é uma edição do Grupo de Arqueologia e Arte do Centro (Coimbra) com o apoio da Câmara Municipal de Santa Comba Dão e do Governo Civil de Viseu.

      A cerimónia contou com a presença de entidades oficiais locais, os Srs. Presidentes da Assembleia Municipal de Santa Comba Dão,  da Câmara Municipal de Santa Comba Dão e da Junta de Freguesia de S. João de Areias.

     Estiveram presentes os Párocos de S. João de Areias e de Tábua.

         A apresentação do livro deveu-se ao Sr. Presidente do GAAC, Dr. Mário Nunes.

 

 

O Sr. Presidente do GAAC, Dr. Mário Nunes, fazendo a apresentação da obra

 

 

 

 

Colegas, familiares e amigos do Autor...

 

 

 

 

 

O Autor mostrando alguns dos seus trabalhos aos presentes.

 

(Fotografias de António J. Lopes Santos Costa)                                   Voltar para o topo...

 

NOTÍCIAS NA IMPRENSA REGIONAL:

   . "Defesa da Beira" de 15 de Novembro: grande destaque feito à apresentação do livro pelo jornalista/colaborador Sr. Lino Dias, bem como por outros seus ilustres articulistas, Sr. Hermínio Cunha Marques e Sr. David Pereira de Oliveira;

 

OPINIÕES DO PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL

“A Câmara Municipal vê com muito carinho que há Santacombadenses que começam a pensar efectivamente na história do seu concelho. Isto é muito importante para nós, porque nos orienta e, sobretudo também, porque nos dá oportunidade de termos um referencial de orientação para o desenvolvimento não só cultural, mas também para todo aquele desenvolvimento sustentado que nós perseguimos há muito tempo.

(…) Portanto, todos estes momentos vividos aqui em S. João de Areias, são para nós, e nomeadamente para o presidente da Câmara, a constatação de uma felicidade por termos munícipes que bem deram algo do seu tempo a pesquisar, neste mundo que corre sem parar, em que a globalização é um dado sempre em presença.

A ânsia de ganhar a qualquer preço vê-se ultrapassada por estes exemplos que hoje aqui tivemos, pois todos nós sabemos que o autor do livro não vai ser ressarcido, nem do seu trabalho, que ajudámos na medida do possível, nem dos custos que teve com a publicação da obra”.

Opiniões do presidente da Câmara Municipal, Dr. Orlando Mendes recolhidas pelo colaborador do jornal “Defesa da Beira”, Sr. Lino Dias.

 

 

    . "Defesa da Beira" de 22 de Novembro: biografia do autor, razões da publicação em livro e apreciação crítica ao livro pela pena do jornalista/colaborador Sr. Lino Dias.

    . "Diário de Coimbra" de 24 de Novembro: análise crítica e simultaneamente poética do livro pelo Dr. Mário Nunes na sua habitual crónica ao Domingo neste jornal.

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O LIVRO -  ASPECTOS RELEVANTES

 

      1. PUBLICAÇÃO NA "BEIRA ALTA"

. Este trabalho foi previamente publicado na revista “Beira Alta” no volume LVIII, fascículos 1/2 e 3/4 (1999) e no volume LIX, fascículos 1/2 (2000), sendo agora revisto e acrescentado.

. A “Beira Alta” é uma revista publicada pela Assembleia Distrital de Viseu e cujo Director é o Sr. Dr. Alexandre Alves; tem prestígio a nível nacional e internacional; nela colaboram os mais prestigiados historiadores nacionais.

2. SOBRE O TRABALHO

. “Igreja Matriz e Capelas da Freguesia de S. João de Areias” resultou de uma investigação de mais de 5 anos nos Arquivos da Torre do Tombo, no Arquivo Distrital de Viseu, Arquivo da Universidade de Coimbra, Arquivo Distrital da Guarda e em outros arquivos públicos e particulares.

. O trabalho faz o levantamento do património religioso da freguesia de S. João de Areias (do concelho de Santa Comba Dão); este património construído e móvel encontrava-se por estudar (como aliás o da grande maioria das freguesias do distrito de Viseu) e nele se destacam alguns aspectos dignos de registo:

. as imagens dos séculos XV e XVI dos santos padroeiros;

. a arquitectura anterior ao século XVII de algumas capelas;

. a arquitectura da Igreja e a transição do Barroco para o Rococó na região;

. os cem anos de obras de talha na Igreja Matriz;

. e os portentosos retábulos colaterais da Igreja, em estilo rococó e que atribuímos ao grande mestre beirão José da Fonseca Ribeiro.

      . O trabalho faz igualmente o enquadramento sócio-económico da feitura destas obras, dando um particular destaque à redízima e à biografia dos eleitos para a direcção das obras; estes dois aspectos são abordados pela primeira vez num trabalho de História de Arte.

       . Na secção Artistas e suas Obras o trabalho procura integrar as obras da freguesia no contexto da diocese e da vida dos artistas que nelas trabalharam, sendo de salientar:

            . o deslindar do nome dos mestres pedreiros da célebre família Ribeiro [Alves] que foram responsáveis pela Igreja da Misericórdia de Santa Comba Dão e por muitas outras obras na diocese de Viseu – ver nota 115;

. a contribuição para definir os contornos da vida e da obra do grande mestre pedreiro da segunda metade do século XVIII, António da Costa Faro;

. e sobretudo o estudo da vida e da obra do grande mestre entalhador, escultor e arquitecto José da Fonseca Ribeiro (ver págs. 156-162):

. damos a conhecer pela primeira vez a data e o local do seu nascimento, do seu casamento e do seu óbito;

. deste artista foi-nos possível igualmente dividir a sua obra por fases estilísticas;

. apresentamos documentos inéditos sobre obras que foram por ele entalhadas e que o tornam o maior entalhador e escultor da Beira em meados e na segunda metade do século XVIII (por ex. é de sua autoria da obra de talha da bela Igreja da Misericórdia da Guarda);

. José da Fonseca Ribeiro terá de constar forçosamente nas próximas Histórias da Arte em Portugal, bem como se terá nelas de fazer referência à até agora só vislumbrada Escola Regional de Talha Rococó da Beira e de que ele foi o maior expoente;

. Assim, o trabalho não se confina à freguesia de S. João de Areias, mas alarga-se à região e mesmo ao todo nacional, pelos documentos inéditos que dá a conhecer, bem como também pela forma inédita de abordar a história local.

3. RAZÕES DA PUBLICAÇÃO EM LIVRO

. Um trabalho deste tipo, no qual é investido o amor do seu autor pela sua terra, os tempos livres que a profissão e a família lhe deixam e uma parte das suas economias gastas na investigação, só tem sentido se através da publicação em livro também alcançar um público menos erudito do que o dos leitores de uma revista como é a “Beira Alta".

. O facto de até ao momento ter sido solicitado por alunos do nosso concelho (desde o Ensino Básico ao Ensino Superior) para lhes ceder fotocópias do trabalho e mesmo para guiar visitas de estudo na ânsia de conhecerem o património da sua região, fazem-me acreditar da utilidade desta publicação em livro.

. O trabalho poderá servir como modelo para outros possíveis estudos no distrito.

4. SUMÁRIO E INTRODUÇÃO do livro

  4.1. SUMÁRIO

Algumas palavras (Sr. Presidente da Câmara Municipal)

Prefácio (Sr. Presidente do GAAC)

1. INTRODUÇÃO

2. A IGREJA MATRIZ E AS CAPELAS

     2.1. S. JOÃO DE AREIAS

2.1.1. Igreja Matriz

2.1.2. Capela de S. Sebastião

2.1.3. Capela de Santo Cristo

2.1.4. Capela de S. Pedro

2.1.5. Capela do Menino Jesus

2.1.6. Capela de S. José [e de Nossa Senhora]

2.1.7. Capela de Santo Estêvão

2.1.8. Cemitério

2.2. VILA DEANTEIRA

            2.2.1. Capela de S. Silvestre

            2.2.2. Capela de N. Sr. Jesus Cristo (Casa de D.ª     Georgina   Loureiro)

     2.3. GUARITA

            2.3.1. Capela de S. Sebastião (Solar dos Serpa Pimentel)

     2.4. CASTELEJO E CASAL

            2.4.1. Capela de S. João Evangelista (Castelejo)

            2.4.2. Capela de S. Francisco (Casal)

     2.5. SILVARES

            2.5.1. Capela de Santo António

            2.5.2. Cemitério

     2.6. S. MIGUEL

            2.6.1. Capela de S. Miguel

     2.7. PÓVOA DOS MOSQUEIROS

            2.7.1. Capela de Nossa Senhora da Graça

            2.7.2. Capela da Casa dos Neves de Lemos

3. ANÁLISE DE CONJUNTO DO PATRIMÓNIO RELIGIOSO

3.1. PATRIMÓNIO ANTERIOR A MEADOS DO SÉCULO XVII - Vestígios

3.2. PATRIMÓNIO POSTERIOR A MEADOS DO SÉCULO XVII - As grandes obras

3.2.1. Redízima

3.2.2. Eleitos

3.2.3. Artistas e suas obras

3.2.3.1. Risco e Pedraria

3.2.3.2. Risco e Talha

3.2.3.3. Imaginária

3.2.3.4. Azulejos

            3.2.4. Bênção

4. NOTAS, BIBLIOGRAFIA, ÍNDICE ANALÍTICO

 

  4.2. INTRODUÇÃO

 

    S. João de Areias é uma freguesia “sem história"; o seu património encontra-se mudo e, para além da sua beleza, pouco tem para dizer aos naturais e muito menos aos visitantes. De facto esta terra não tem atraído os historiadores e estes também para aqui não foram chamados. Assim, para além das referências rápidas que lhe são feitas nas corografias e nas enciclopédias, pouco mais se escreveu sobre ela, apesar dos seus mais de dez séculos de existência.

    Este nosso trabalho é um contributo para ultrapassar esse anátema e constitui uma parcela de um outro em que procuraremos fazer o levantamento histórico da freguesia. Não tem pretensões, apenas tenta acabar com a injustiça que temos tido para com aqueles que construíram a nossa terra e a quem nós pagamos com o esquecimento total.

     Vão pois desfilar, em seguida, alguns momentos importantes da história da freguesia de S. João de Areias, em que a fé e o empenho dos seus filhos, uns mais célebres outros mais anónimos, num trabalho colectivo, fizeram nascer o vasto património do qual hoje nos orgulhamos.

     A nossa freguesia também merece que a ela se aplique o pensamento de autoria do Professor Doutor Nelson Correia Borges, docente da Univ. de Coimbra, quando refere que “...grandes ou insignificantes, de inexcedível traça e execução ou raiando pelo nível popular, as obras de arte que se espalham pelas nossas aldeias são igualmente merecedoras de atenção e salvaguarda. A sua linguagem formal poderá não ser a mais correcta, mas têm sempre algo a contar das gentes que as acolheram, dos artistas que as criaram ou dos homens que as patrocinaram; em suma, da época que as gerou e da enorme carga cultural que em si encerram”.

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CRÍTICAS AO LIVRO:

 

Apreciação crítica sobre o livro feita

pelo Professor Doutor Nelson Correia Borges,

professor do Instituto de História da Arte

da Universidade de Coimbra e autor

do Volume nº 9 (do Barroco ao Rocócó)

da História da Arte em Portugal das Edições Alfa.

 

 “(...) Já tinha acompanhado com interesse, o seu trabalho Igreja Matriz e Capelas da Freguesia de S. João de Areias, à medida que foi saindo na "Beira Alta", e fiquei surpreendido não só pelo interesse do património estudado, mas também pelo espírito científico que presidiu a todo o trabalho.

Além do mais tudo nos é apresentado com uma redacção leve e fluente como já pouco se usa.

A publicação deste trabalho em livro foi mais do que oportuna e pode servir de modelo a trabalhos semelhantes que se possam fazer para outras freguesias.

(...) Espero que possa avançar com o trabalho sobre José da Fonseca Ribeiro. Os retábulos da matriz parecem-me excelentes!... Creio que se podem inserir dentro do rococó coimbrão, que se estende pelas Beiras até à Guarda ...

Auguro-lhe muitos êxitos para o seu trabalho.”

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  O AUTOR

 

. Nasceu em Vila Deanteira (freguesia de S. João de Areias, concelho de Santa Comba Dão, distrito de Viseu) em 1960;

. Professor do Ensino Secundário.

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LOCAIS DE VENDA: Livraria ALMEDINA - Rua Ferreira Borges, 121 a 127, 3000-180 Coimbra - Tel. 239851900 - livraria@almedina.net

                

 

 

 

O Livro

"Aspectos relevantes sobre o trabalho"

O trabalho faz o levantamento do património religioso da freguesia e enquadra-o na diocese de Viseu

 

Presidente da Câmara

"Referencial  para o desenvolvimento sustentado"

O Presidente da Câmara Municipal de Santa Comba Dão, Dr. Orlando Mendes, considera que o trabalho será um referencial de orientação para o desenvolvimento sustentado que a Câmara persegue há muito tempo.

 

Presidente do GAAC

"Monografia de monografias"

O Presidente do Grupo de arqueologia e Arte do Centro, Dr. Mário Nunes considera que o trabalho reúne numa só várias monografias

 

Prof. Doutor Nelson Correia Borges

"Espírito científico presidiu a todo o trabalho"

O Professor Doutor Nelson Correia Borges, docente do Instituto de História de Arte da Universidade de Coimbra ressalta o espírito científico que presidiu  a todo o trabalho"

 

LOCAIS DE VENDA DO LIVRO:

 

COIMBRA

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Telef.: 239 851 900

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 DISCURSOS

 

DISCURSO DO DR. MÁRIO NUNES

*****

 

 

Ex.mo Sr. Presidente da Assembleia Municipal de S.ta  Comba Dão,

Sr. Presidente da Câmara Municipal,

Sr. Presidente da Junta de  Freguesia de S. João de Areias,

Senhores Párocos de S. João de Areias e de Tábua,

Minhas Senhoras e Meus Senhores

 

         Numa época em que o homem não tem tempo, porque saborear o tempo pertenceu ao homem medieval, quando o homem quase não tem tempo para se olhar a si próprio, encontram-se, ainda, homens, que inventam o tempo e dão tempo aos outros homens. Homens que sabem lançar os seus olhos e a sua alma para horizontes dilatados, movimentarem-se em espaços carcomidos pelo tempo e desfolhar páginas amarelecidas e quase ilegíveis, por decifrar, interpretar e redigir, e entregá-las, em letra de forma e legíveis, numa mensagem para o presente que incarna na memória colectiva e individual, e se perpetua no ciclo vivencial de gerações que hão-de, no futuro, usufruir deste bem.

         O Dr. António Nunes da Costa Neves é um dos homens com tempo, na voragem do tempo, no tempo sem tempo para diálogo, para reflexão, para descanso e para conviver. Costa Neves, superou-se no comum dos homens, recolhendo, estudando, investigando e lançando agora, a público, trabalhos que, para ver a luz do dia, obrigaram a esforço, a sacrifício, a paciência evangélica, ao sacudir do pó da indiferença e a limpar a poeira dos séculos. Costa Neves mergulhou no espaço e no tempo, percorreu séculos de história, ultrapassou barreiras de silêncio e proclamou, bem alto, que o Mundo teve sempre no Homem o sinal de mudança, de esperança e de força para vencer.

         Costa Neves, um bairrista de puro coração, um intelectual de reconhecidos méritos, e, porque não, um historiador de inegáveis virtudes de investigador, caldeou o tempo no tempo, ampliou pensamentos meio desenhados, desbravou caminhos de incerteza e de dúvida, aplainou montanhas aparentemente intransponíveis, e ofereceu ao universo dos leitores, aos conterrâneos em particular, aos cultores da língua pátria e aos valores da história, um manancial de educação, de património, de humanitarismo, de legislação, de arte, de religiosidade, de artistas, de cultura.

         O leitor recebe na obra, hoje vinda a lume “Igreja Matriz e Capelas da Freguesia de S. João de Areias”, um rol destas mensagens, descodificadas, que contribuem, inquestionavelmente, para enriquecimento pessoal e para conhecimento de riquezas – humanas, materiais, religiosas, morais e culturais – que estiveram longe de todos, escondidas na densa escuridão que aprisionou a alma da freguesia, e restringiu a memória que conduz à realidade, à luz.

         Por tudo isto, compreende-se ser difícil e agradável, apresentar este livro. Difícil, porque saber interpretar e caminhar no percurso multicentenário, que remonta aos princípios da nacionalidade, é absorver milhares de riquezas, compreender vicissitudes de toda a ordem que marcaram uma existência quase milenária, explanar em sínteses de sínteses, um projecto meticulosamente elaborado e que constitui, hoje, uma coroa de ouro e um palmarés de glória. Agradável, porque ler e reflectir um e sobre um trabalho desta envergadura e beber o seu conteúdo, torna-se deveras gratificante, pelo contexto diversificado de temas que envolvem o estudo e que rebentam em catadupa nas páginas do livro.

         Nesta comunhão de valores materiais e espirituais, de entusiasmos e de desânimos, de fé e de esperança, que o autor carreou num número ilimitado de informações, numa infinidade de documentos consultados, se coseram grandezas, se derramaram alegrias, se construíram sonhos, se adensaram nuvens de incredulidade e se afirmaram poderosos movimentos que edificaram uma freguesia, S. João de Areias, e galvanizaram uma população enraizada na frondosa árvore milenária, que superando crises e derrotando pessimismos e faltas de esperança, chegou até nós e se orgulha, no presente, da alma e da memória das suas origens e das suas riquezas multisseculares.

         Analisando a obra, uma verdadeira monografia, artística e religiosa, Costa Neves caminha no espaço e no tempo e busca as origens históricas, lê os testemunhos documentais que alicerçam uma identidade, associa a dicotomia homem/meio, potencia virtualidades, catalisa vontades, expressa fluidos de entusiasmo e proclama que gente fidalga e brasonada, existiu na freguesia, houve hierarquias religiosas, homens da justiça, que cimentaram um lugar e evidenciaram um mundo em plena ascensão. E, se a história é importante, a geografia, o património arquitectónico, e outros valores evidenciam a coragem dos homens e mulheres da freguesia. Não satisfeito com este manancial de informações, eis o ciclo religioso, constatando o autor que a freguesia, religiosamente, é muito antiga. Impôs-se pela força da fé das suas gentes. Descreve a paroquialidade, mostrando os párocos que, sequentemente, tomaram conta do rebanho que são todos aqueles que vivem e acreditam no evangelho, na mensagem de Jesus Cristo.

         Sem património construído esvai-se parte da identidade de uma povoação, de uma freguesia, de um concelho. E, S. João de Areias soube engrandecer-se com a criação de bens que perduram e são esplendor e marca de qualidade e identificação. Falamos da igreja matriz e das capelas, marcas de qualidade e identificação. Falamos do seu espólio, dos passais e da côngrua. Um acervo respeitável provido de séculos de construção, de dádivas sem esperarem recompensa, de amor sem limites de homens e mulheres, de gente rica e pobre, que no auge do seu bairrismo, na responsabilidade dos seus cargos e na afirmação da sua entrega, souberam erguer e transmitir uma riqueza, que continua a ser orgulho e fervor, bandeira e guião, alegria e satisfação de todos os sanjoanenses.

         Se, a monografia de uma freguesia ou de outro espaço territorial ou até institucional implica que o autor estude, o mais exaustivamente possível, os diferentes aspectos que integram e formam a povoação e as freguesias, ao longo de gerações, e que carreie a diversidade dos elementos que lhe foram evidentes, de forma a evitar inexactidões e a oferecer, no produto final, uma janela que veicula uma memória, que serve para responder a um questionário formulado a partir do presente, proporcionando argumentos e razões para contribuir para um futuro melhor, a obra de Costa Neves é um exemplo acabado do valor da pesquisa e do interesse da investigação.

         Um livro aberto que fala sem ter voz, um ouvido que escuta, um som que se propaga na dimensão sem limite de um universo sem fronteiras. Enfim, uma monografia que aglutina diversas monografias, ou seja, reúne num mesmo volume, o produto final – artístico, religioso, social, económico, jurídico – das diferentes valências que estiveram na origem da construção e na valorização desta herança sem preço. Costa Neves atravessa a fronteira temporal e percorre as terras que são referências, mescladas de história e de bairrismo, escalpelizando bens que são a alma e a memória dos seus habitantes, que são o sangue das suas veias, que fortalecem os laços da sua identidade. S. João de Areias, Vila Deanteira, Guarita, Castelejo e Casal, Silvares, S. Miguel e Póvoa dos Mosqueiros respondem a altruísmos incomensuráveis de amizade, invocam matrizes históricas renovadas no decurso de gerações e incarnam um oceano de vontades que alcançou as margens do futuro, vencendo as vagas alterosas que se abateram sobre a firmeza de vidas. Percurso construído no querer indómito dos habitantes que jamais esqueceram que o amanhã se constrói na ambição exemplar de ir longe e voar mais alto.

         Se o religioso se caldeou na formação e educação das gentes, o espírito fraterno e a solidariedade não conheceram diferença e não esvaziaram corações. Romperam hábitos e registaram práticas que remontam a todas as épocas. Que valores sem preço, o autor traz ao nosso conhecimento? Que memória e que alma entesouraram existências e ofereceram alegrias? Mas, se o ciclo da vida constitui uma base estrutural que se espelha na comunidade e enlaça gentes anónimas ou pessoas com rostos conhecidos, Costa Neves agarra artistas e as suas obras e através dos documentos estudados e dos outros testemunhos garante uma análise e desbulha nomes de inquestionável talento, artistas credenciados, exemplo de José da Fonseca Ribeiro, António Rodrigues Pereira, Francisco José Castanheira, José da Costa, graças à interpretação dos trabalhos que deixaram registo. Se o homem sente a sua terra e as gentes, tem de escolher quem saiba levar a bom termo as vontades e os desejos que impõem o progresso e elevam a qualidade de vida das populações.

         S. João de Areias teve os seus políticos, teve os seus sacerdotes e teve os homens e mulheres que lhe permitem ser o que hoje é. Eles, aí estão presentes na monografia de Costa Neves. Eles avivam dias e encerram monumentos gloriosos da freguesia. Costa Neves não descurou este aspecto, já que permanece vivo e é semente que deu frutos e alimenta o progresso da freguesia. Costa Neves nas 202 páginas do livro, dimensionou-se, dimensionando-se, ou seja, percorre todos os caminhos, mesmo aqueles que são registo de entendimento e harmonia, a arte dos riscos, da pedraria, da talha, da imaginária e do azulejo e aborda as vicissitudes por que passou, as crises momentâneas e as coragens e dinamismos sem limites, que cimentaram obras e engrandeceram pessoas que olharam em frente, souberam elevar a terra e levar a todos os cantos do mundo o valor da sua freguesia.

         Páginas ilustradas com fotos de ontem e de hoje, pretendendo relacionar espaços e cenários, descobrem e redescobrem locais conhecidos ou, apenas, lugares de saudade. Páginas escritas em linguagem acessível a quem sabe ler, que, por si, é um hino à sua terra. A monografia de Costa Neves, é um trabalho de fôlego e de mérito, reafirmando um querer sem limites do autor, uma tenacidade sem fronteiras, uma caminhada de gerações à procura da alma e da memória de S. João de Areias. Sem memória não há identidade cultural e a mesma tem uma acção preponderante na formação dos jovens, futuros cidadãos. Com a leitura desta obra estão criadas as condições para que se conheçam as raízes que alimentam o húmus cultural, verdadeiro substrato onde permanecem os nossos valores culturais que face à globalização em curso, cada vez mais urge preservar.

         No tal mundo de globalização onde todos temos vestuário semelhante, comemos produtos idênticos, sabemos o que se passa em todo o planeta no mesmo instante, a obra do Dr. António Costa Neves é um produto diferente, uma marca de identidades, um factor de autonomia, um acto cultural que se projecta e se afirma na individualidade das pessoas e na memória colectiva das suas gentes. Parabéns ao autor. Um livro com a assinatura de um homem de cultura e que S. João de Areias jamais esquecerá. Será memória na memória de todos.

         Coimbra, 9 de Novembro de 2002

         Mário Nunes                                                  Voltar para o topo...

 

DISCURSO DO AUTOR

 

*****

 

. Agradeço as palavras dos oradores anteriores, que claro são palavras mais de amizade do que de objectividade.

. Agradeço às entidades que apoiaram a edição em livro deste trabalho:

- Câmara Municipal de Santa Comba Dão

- Grupo de Arqueologia e Arte do Centro

- e Governo Civil de Viseu

. Agradeço a todas as pessoas que me ajudaram durante a investigação, algumas delas já são saudade, uma vez que faleceram durante os anos em que decorreu a feitura deste trabalho... os seus nomes estão registados no livro e eu repito-os agora com respeito e agradecimento:

- Sr. Padre Avelino Coelho Lopes (já falecido)

- Sr.ª D.ª Sara de Oliveira Nunes (já falecida)

- Sr.ª D.ª Ana Palmira Rodrigues Miranda (já falecida)

- Sr. José dos Santos Costa

- Sr. D.ª Maria da Conceição Rodrigues Miranda

- Sr.ª D.ª Maria Alice Coelho Lopes

- Sr.ª D.ª Lurdes Maria Durães Pinto

- Sr. Carlos Antunes Ferreira

- Sr. Manuel dos Santos Rodrigues de Oliveira

- Sr. Joaquim Alves

- Sr. António Marques Antunes

- Sr. António Vieira Pinto

Senhoras e senhores que das mais diversas formas colaboraram comigo, quer ajudando-me a destrinçar a teia de acontecimentos e de ligações familiares da nossa freguesia, quer pela sua permanente disponibilidade para me acompanharem durante as diversas visitas que fiz aos templos das suas aldeias.

. Agradeço por fim ao Dr. Alexandre Alves, a quem dedico o livro. O Dr. Alexandre Alves é o director da revista “Beira Alta” e o mais ilustre investigador de História de Arte da terra beirã; basta ver a bibliografia de qualquer trabalho que se publique sobre o distrito de Viseu para nos apercebermos o quanto lhe devemos. Foi um trabalhador incansável durante toda a vida... e sempre arredio aos elogios e aos títulos

É de facto um dos meus mestres e agradeço-lhe todos os conselhos e incentivos.

A sua saúde precária impediu-o de estar presente, como gostaria...

 

. Este livro “Igreja Matriz e Capelas da freguesia de S. João de Areias” resultou de uma investigação de mais de 5 anos nos Arquivos da Torre do Tombo, no Arquivo Distrital de Viseu, Arquivo da Universidade de Coimbra, Arquivo Distrital da Guarda e em outros arquivos públicos e particulares, e,... bem como de informações recolhidas junto das pessoas mais idosas e/ou mais conhecedoras de cada aldeia da nossa freguesia.

No Arquivo Distrital de Viseu fizemos o levantamento de todos os registos notariais do concelho de Santa Comba Dão (escrituras de venda e compra, arrendamentos, partilhas, filiação, contratos com artistas, etc..., algumas centenas de livros manuscritos), fizemos igualmente o levantamento de todos os registos paroquiais de S. João de Areias (ou seja registos de baptismos, casamentos, óbitos entre o século XVI e o século XX), para além de outra documentação diversa (do judicial, do cabido, etc) num total de largos milhares de documentos, a grande maioria inéditos. O mesmo fizemos e continuamos a fazer em outros arquivos como sejam o da Universidade de Coimbra e da Guarda.

Consultámos também toda a documentação que se encontra na nossa Igreja Matriz, tendo-se aproveitado a ocasião para, a solicitação do sr. Padre José António Almeida, organizar o Arquivo Paroquial e elaborar um Inventário que facilitasse a sua consulta.

Foi sempre nosso objectivo, ao estudar a freguesia de S. João de Areias, integrar o seu património no que se conhecia da diocese de Viseu e por isso recolhemos na diocese informação diversa relacionada com a da nossa freguesia... informação que tanto foi recolhida no Arquivo de Viseu, como nas próprias localidades, ...nomeadamente fez-se o registo fotográfico da maior parte das Igrejas Matrizes da diocese de Viseu, para deste modo podermos comparar com ele o património da nossa terra.

 

. De tudo isto resultou um trabalho que faz o levantamento do património religioso da freguesia de S. João de Areias no qual se destacam alguns aspectos dignos de registo:

- as imagens dos séculos XV e XVI dos santos padroeiros;

- os vestígios da arquitectura primitiva de algumas capelas;

- a arquitectura da Igreja na transição do Barroco para o Rococó;

- os cem anos de obras de talha na Igreja Matriz;

- e, de um modo geral, a “paisagem uniformemente barroca” da paróquia.

O trabalho faz igualmente o enquadramento sócio-económico da feitura destas obras, dando um particular destaque à redízima (ou seja, o modo de angariação de dinheiro para as obras) e à biografia dos eleitos para a direcção das obras; estes dois aspectos são abordados pela primeira vez num trabalho de História de Arte.

         O estudo ao integrar o património da freguesia de S. João de Areias no contexto da diocese de Viseu dá a conhecer pormenores da vida dos artistas que nela trabalharam, dando mesmo a conhecer a biografia e as fases estilísticas daquele que se afigura ser o maior entalhador e escultor da Beira na segunda metade do século XVIII – José da Fonseca Ribeiro – e a quem atribuímos os portentosos retábulos colaterais da nossa Igreja Matriz  – os altares do Sagrado Coração de Jesus e de Nossa Senhora das Neves.

 

. Mas porque fui eu a fazer este trabalho?

 

         Em criança surgiam-me muitas vezes dúvidas sobre o património da minha freguesia, dúvidas que eu colocava aos meus familiares e amigos e para as quais não havia respostas ou as que havia eram vagas e não me satisfaziam...

         Lembro-me que me sentava em frente ao altar de Nossa Senhora da Conceição, e... em vez de estar a tomar atenção à missa... olhava para o altar... e não percebia porque é que ele...  parecia não ter sido feito para ali... não percebia porque num altar tão rico em talha apareciam painéis que não a possuíam, não sabia onde estava a imagem original desse retábulo, dado que a que lá se encontra apesar de ser uma bela imagem não é a original... e não compreendia tantas outras coisas... e isto porque... todo este património estava por estudar.

Como digo na introdução do meu livro, o património encontrava-se mudo... e para além da sua beleza pouco tinha para dizer aos naturais e muito menos aos visitantes. De facto, esta terra não tem atraído os historiadores e para além das referências rápidas que lhe são feitas nas corografias e nas enciclopédias, pouco mais se escreveu sobre a freguesia de S. João de Areias, apesar dos seus mais de dez séculos de existência...

Nisso sinto que dei um contributo para ultrapassar esse anátema... e deste modo acabar com a injustiça que temos tido para com aqueles que construíram a nossa terra e a quem nós pagamos com o esquecimento total.

 

. Uma outra razão, mais filosófica, me levou à investigação e à publicação deste livro... é que ele representa uma paga, um saldar de contas.

Paga a quem?...

À terra onde nasci...

A minha ligação a esta terra sempre foi muito forte e de facto este território sempre constituiu para mim uma Mãe-grande.

Quando eu estava longe da minha terra e me surgiam problemas, corria para cá... não era só para as saias dos meus familiares... para perto das pessoas com quem brincara em pequeno... era também para este território... para estas árvores, para perto destas penedias, para estes espaços físicos junto dos quais, por inexplicável força telúrica, me sentia protegido...

Por isso... o que faço, faço-o para pagar a esta terra o conforto espiritual que me tem dado...

Entenda-se que este investimento em esforço, em dinheiro durante a investigação, e na publicação do livro... não se traduzirá nem num cêntimo de lucro... bem pelo contrário...

 

. Este trabalho traz-me outros lucros, outros benefícios: o prazer artístico e aprendizagem para a vida.

- O prazer artístico é bem evidente no contacto com a beleza da arte da nossa freguesia e da nossa diocese...

- As aprendizagens para a vida são variadas, mas destaco... o sentido de transitoriedade de tudo na vida... que aliás passou a ser o meu lema.

Exemplos desta transitoriedade retirados do meu livro:

Em 1721 dizia o sr. Padre Manuel Neves de Brito, “clérigo rico e abonado” que a capela particular em honra do Menino Jesus, que acabara de mandar construir na vila de S. João de Areias, e os bens que lhe estavam vinculados “nunca em tempo algum” poderiam ser vendidos ou trocados... e dizia orgulhoso... “que a capela andaria sempre na família dos Britos... enquanto o mundo durasse”...

Onde está essa capela?... onde ficava situada?... Não o sabemos... nem o rasto dela ficou na memória da vila de S. João de Areias.

No mesmo século XVIII e no seguinte, um membro da família Silva Mendes que era o proprietário de uma casa apalaçada junto à Igreja... compra terras, terras... talvez não exagere muito se disser que uma boa parte de S. João de Areias lhe pertencia... era comum as pessoas nestas épocas de crise pedirem dinheiro às pessoas ricas, hipotecando os seus bens... como não cumpriam os prazos de pagamento... lá ficavam sem as terras...

Comprou terras, comprou terras... mas um dia (como irá acontecer connosco) morreu... a esposa e a filha vão viver para Viseu e de imediato trataram de vender a maior parte desse património ao longo de tantos anos arrebatado... os tabeliães durante mais de um mês estiveram praticamente ocupados com a venda dos bens destas senhoras... e provavelmente por tuta e meia, dada a afluência de compradores...

São lições que nos ficam...

 

. Várias pessoas amigas ao saberem que eu ia publicar o livro disseram-me: “Parabéns... És uma pessoa importante... ficas na história da nossa terra...” e eu... tendo conhecimento desta transitoriedade da vida, sinceramente sorrio...  sorrio perante estas certezas e estes elogios...

Não foi para isso que eu fiz este trabalho, mas sim pelas razões apontadas anteriormente e também... devo confessá-lo... pelo prazer pessoal de conhecer todas as histórias que eu conto no livro e todas as personalidades esquecidas que eu trago de volta ao nosso quotidiano... e faço isto sem aquele ar “sério” de investigador... mas sim divertindo-me... gosto desta gente... falo com eles... com os mestres pedreiros que trabalharam na nossa terra: o sr. José da Costa, o sr. João Fontes, com o escultor sr. José da Fonseca Ribeiro... com os eleitos das obras dos templos (pessoas ilustres da nossa terra que estavam completamente desconhecidas...) o sr. Dr. Caetano de Carvalho, o sr. Dr. Feliciano Ribeiro de Campos, o sr. Capitão José Correia de Almeida... falo com eles como se eles fossem muito lá de casa... e lá no Céu onde eles devem estar, hão-de ficar todos contentes por eu os dar a conhecer... e até me parece que eles às vezes mo querem demonstrar...

 

. Já agora conto-vos uma história.. e é precisamente sobre uma destas personalidades que acabo de mencionar... o grande escultor José da Fonseca Ribeiro.

Certa vez na Guarda atingi o desânimo total... (sim... porque apesar de entrar para esta investigação com um certo ar despreocupado, isto sempre tem os seus momentos penosos e aborrecidos...). Eu desconfiava que o altar-mor da Igreja da Misericórdia da Guarda tinha sido feito pelo José da Fonseca Ribeiro... tinha visto a fotografia do altar no livro “As mais belas Igrejas de Portugal” e logo me pareceu que a talha da igreja tinha sido feita por ele e mais ou menos previ a data.

Faltava encontrar o documento... toca de ir para a Guarda, estar lá à hora de abertura do Arquivo, passar o dia inteiro à volta de papelada velha e nada... e esta situação voltou a repetir-se...

Aborrecido... pensei em desistir...

“Mas eu preciso de andar nisto?” – falei eu para a minha esposa que tinha ido comigo. – “Venho eu de S. João de Areias para a Guarda, estamos aqui fechados dentro do Arquivo a mexer em papéis velhos e cheios de pó... para quê? Estou farto disto... Nunca mais cá volto...” - E passo o livro que estava a ver para a Fátima, dizendo-lhe... “Continua tu se quiseres...”

É claro que o mestre José da Fonseca Ribeiro lá no Céu ficou aflito... porque perdia uma oportunidade de ser conhecido cá na terra... intercedeu rapidamente e... precisamente na página seguinte àquela em que eu tinha abandonado a pesquisa... a Fátima encontrou o contrato tão procurado – o contrato de ajuste da obra do Altar-mor da Igreja da Misericórdia da Guarda ao mestre escultor José da Fonseca Ribeiro... 

Acreditam que foi um acaso? Eu não... foi de certeza influência do dito mestre...  pois ele que embelezou tanta igreja... há-de ter, com toda a certeza... alguma influência lá no Céu!...

Claro que não abandonei a obra do José da Fonseca Ribeiro e as idas à Guarda ainda continuam...

 

. Posto isto... e para terminar gostaria que todos os presentes lembrassem este nome - José da Fonseca Ribeiro - nosso vizinho do Carregal do Sal, autor dos altares do Sagrado Coração de Jesus e de Nossa Senhora das Neves da nossa Igreja Matriz (que são dos melhores da diocese)... e o maior mestre de riscos, entalhador, escultor e arquitecto da segunda metade do século XVIII e seria bom que em conjunto constituíssemos um “lobby” para o colocar no lugar a que tem direito... as páginas da História de Arte em Portugal.

           Obrigado a todos!

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