Custos

Home ] AFA Adm ] FAPCCA ] Textos ] Fórum ] Guestbook ] Links ] Sugestões ] Pesquisar ]

 

DEPARTAMENTALIZAÇÃO

Para a contabilidade de custos departamentalização é o critério mais eficaz para uma racional distribuição dos custos indiretos. Com isso cada departamento pode ser dividido em mais de um centro de custos. Os departamentos são divididos em produção e serviços. Para a apropriação dos custos indiretos dos produtos, é necessário que todos esses custos estejam nos departamentos de produção. É necessário que todos os custos dos departamentos de serviços sejam rateados de tal forma que recaiam sobre os de produção.

Centro de custo

É a menor fração de atividade ou área de responsabilidade para a qual é feita a acumulação de custos.

Centros de custos podem coincidir com departamentos, mas em alguns casos um departamento pode conter vários centros de custo. Por exemplo; um departamento de beneficiamento pode ter apenas um supervisor, mas podem existir várias linhas de beneficiamento. Para cada linha poderíamos criar um centro de custo a parte e avaliá-lo separadamente.

A noção inicial de contabilidade por responsabilidade dimensionou os centros de custo com a maior ou menor facilidade de seu responsável em poder controlar os custos de seu centro de custo. O problema recaiu numa definição e separação dos custos que seriam controláveis e dos que não seriam controláveis.

É fácil dizer que o desempenho de um gerente deve ser julgado somente com base nos itens sujeitos a seu controle. Mas esta longe de ser fácil decidir se um item é controlável ou incontrolável.

Os custos controláveis são os que podem ser regulados em determinado nível de autoridade administrativa. São os diretamente influenciados por um gerente dentro de determinado período. Com freqüência, admite-se que os custos variáveis sejam controláveis, e os fixos incontroláveis. Esta forma de pensar pode levar a conclusão errôneas. Por exemplo; o aluguel não é controlável pelo o encarregado da montagem, mas pode ser controlável pelo vice-presidente executivo, que pode ter a responsabilidade de escolher as instalações da fábrica e decidir se a organização deve alugar ou possuir.

A distinção entre controlabilidade e incontrolabilidade também tem dimensão cronológica. A longo prazo, todos os custos são sujeitos a pelo menos certo grau de controle administrativo.

Em síntese, a controlabilidade é um caso de grau que é afetado por dois fatores importantes: a área de responsabilidade administrativa e o período em questão. Todos os custos são controláveis em algum grau e por alguém, a longo prazo. A curto prazo, menos custos são controláveis, e os que são, estão sujeitos a vários graus de influência.

Em determinada situação, certos custos podem ser interpretados como controláveis, e outros como incontroláveis. esta é uma distinção útil na atribuição de responsabilidade para controle de custos. A opinião atual favorece a exclusão dos itens incontroláveis do relatório desempenho. Opiniões contrárias dizem que pode haver algum benefício na inclusão de itens incontroláveis para criar consciência da organização toda e seus custos. O importante é que, quando aparecem juntos, custos controláveis e incontroláveis não devem ser misturados indiscriminadamente.

Porque Departamentalizar

Pois na maioria dos casos onde não se usa o critério da departamentalização o que ocorre é a subavaliação ou superavaliação dos produtos. Ocasionando com isso, que devido a superavaliação ou subavaliação dos produtos ocorra distorções acentuadas na apuração dos custos. A não ser que existam fortes indícios de que taxa única seja um bom estimador dos custos, é perigoso utilizá-la.

Diferença entre utilizar e não utilizar a departamentalização

Caso não se opte por departamentalizar verifica-se um grau de distorção nos números finais. Apesar de quaisquer arbitrariedades ocorridas na forma de apropriação por hora-máquina, é claro que na alocação com base na departamentalização estarão sendo cometidas menos injustiças e diminuídas as chances de erros maiores. Caso a empresa do exemplo abaixo fixasse seus preços de venda com base em seus custos de produção, com base na departamentalização, precisaria aumentar os produtos A e B, diminuindo os de C. Sérios problemas poderiam ocorrer em processos de concorrência ou na competição no mercado com outras empresas pelo inadequado processo de custeamento.

Exemplo de Departamentalização

Uma empresa produz três produtos A, B, C para eles são alocados os seguintes Custos Diretos.

Produto A  $ 500.000
Produto B $ 300.000
Produto C $ 450.000
Total $ 1.250.000

 

Os Custos Indiretos são os seguintes:

 

Depreciação de Equipamentos

$200.000

Manutenção de equipamentos

$350.000

Energia Elétrica

$300.000

Supervisão de Fábrica

$100.000

Outros Custos Indiretos

$200.000

Total

$1.150.000

Devido à preponderância de Custos Indiretos ligados a equipamentos, decide-se então fazer a distribuição aos diversos produtos com base no tempo de horas-máquinas que cada um leva para ser feito.

Produto A.........................................400 horas-máquina - 40%

Produto B.........................................200 horas-máquina - 20%

Produto C.........................................400 horas-máquina - 40%

Total........................................... 1.000 horas-máquina - 100%

Custo Indireto médio por hora-máquina = $1.150.000 ö 1.000 hm = $ 1.150/hm.

 

Custos Indiretos

 

$

%

Custos Indiretos

Total

Produto A

460.000

40

$ 500.000

$960.000

Produto B

230.000

20

$ 300.000

$530.000

Produto C

460.000

40

$ 450.000

$910.000

Total

1.150.000

100

$ 1.250.000

$2.400.000

 

Estariam por esses valores acima os custos totais de produção dos três produtores.

Suponhamos , entretanto, que, ao se analisar mais detidamente o processo de produção, se verifica que, apesar de os totais de horas-máquina consumidos serem aqueles mesmos, existe uma grande disparidade entre os produtos pelo seguinte: o produto A gasta um total de 400 hm, mas distribuídas nos setores de corte, montagem e acabamento, enquanto o produto B só passa pelo corte, não necessitando nem a montagem nem o acabamento, e o produto C só passa por esses dois últimos setores, não precisando passar pelo corte. A distribuição total é essa:

 

 

Corte

Montagem

Acabamento

Total

 

hm

hm

hm

hm

Produto A

100

50

250

400

Produto B

200

-

-

200

Produto C

-

250

150

400

Total

300

300

400

1.000

 

O gasto com os custos indiretos de produção não é uniforme entre os setores.

 

 

Corte

Montagem

Acabamento

Total

Depreciação

$100.000

$30.000

$70.000

$200.000

Manutenção

$200.000

$30.000

$120.000

$350.000

Energia

$60.000

$40.000

$200.000

$300.000

Supervisão

$50.000

$20.000

$30.000

$100.000

Outros C.I.

$40.000

$30.000

$130.000

$200.000

Total

$450.000

$150.000

$550.000

$1.150.000

Custo Médio

$ 450.000 ÷

$ 150.000 ÷

$ 550.000 ÷

$ 150.000÷

por

300 hm =

300 hm =

400 hm =

300 hm =

Hora-máquina

$ 1.150/hm

$ 500/hm

$ 1.375/hm

$ 1.150/hm

Usando uma taxa horária para cada departamento:

 

 

Corte

Montagem

Acabamento

Total

 

100 hm x

50 hm x

250 hm x

 

Produto A

$ 1.500/hm =

$ 500/hm =

$ 1.375/hm =

$ 518.750

 

$150.000

$25.000

$343.750

 

 

200 hm x

 

 

 

Produto B

$ 1.500/hm =

-

-

$ 300.000

 

$300.000

 

 

 

 

 

250 hm x

150 hm x

 

Produto C

-

$ 500/hm =

$ 1.375/hm =

$ 331.250

 

 

$125.000

$206.250

 

Total

$ 450.000

$ 150.000

$ 550.000

$ 1.150.000

 

Valores dos custos indiretos alocados a cada produto com e sem departamentalização:

 

 

Custos Indiretos

 

 

Sem

Com

Diferença

 

Departamentalização

Departamentalização

Em $

Em %

Prod. A

$460.000

$518.750

$58.750

12.8

Prod. B

$230.000

$300.000

$70.000

30.4

Prod. C

$460.000

$331.250

($128.750)

28.0

Total

$1.150.000

$1.150.000

-

-

 

 

Por Luciano Zanuz Gonçalves e Marcio Carrijo

 


Voltar ] Princípios ] Benchmarking ] Sistemas de Informação ] Terceirização ] Cultura Organizacional ] Downsizing ] [ Custos ] Reengenharia ] Just In Time ] Normas ISO ] Qualidade ] Os 5S ] WorkFlow ]