O
termo ORTOMOLECULAR vem do grego ORTHOS que significa normal, direito,
correto, e a denominação Medicina Ortomolecular foi proposta por LINUS
PAULING, (Prêmio Nobel de Química em 1954 e da Paz em 1962), conhecido
mundialmente por seus trabalhos e pela ênfase com que recomenda o uso
diário de vitaminas (principalmente a vitamina C) e minerais. Linus
Pauling que faleceu aos 94 anos de idade, de uma patologia que costuma
ocorrer aos 65-70 anos, (ou seja, adiou em 30 anos uma patologia à qual
era predisposto, devido ao uso que fazia das vitaminas e minerais), era
um entusiasta do uso de grandes doses de vitaminas diariamente.
Linus
Pauling escreveu: "A doença tem uma base, um substrato molecular.
Distúrbios na complexa interação e cadeia de reações entre moléculas
geram doenças".
As
doenças representam a convergência e o somatório de distúrbios sutis
iniciados na intimidade das células; as unidades que formam os seres
vivos.
Medicina Ortomolecular constitui, portanto, uma abordagem médica, um
enfoque diverso, não divorciado da Medicina tradicional, mas que caminha
com ela contribuindo para o bem-estar do ser humano.
Está
voltada para a prevenção de doenças, corrigindo as alterações que as
induzem, pelo uso de moléculas adequadas - daí o termo Ortomolecular.
O que é
o RADICAL LIVRE?
Um
Radical Livre é qualquer átomo, molécula ou íon que possui um ou mais
que um elétrons livres na sua órbita externa. Esses elétrons livres não
pareados têm uma instabilidade química muito grande, sendo assim, mesmo
tendo meia vida de frações de segundos, são altamente reativos e são
capazes de reagir com qualquer composto que esteja próximo, a fim de
"roubar" desse composto, seja ele uma molécula, uma célula, ou tecido do
nosso organismo, o elétron necessário para sua estabilização, produzindo
reações em cadeia de dano celular, e sendo assim chamado de oxidante.
Daí
vem o termo ANTIOXIDANTE, que são as vitaminas e minerais usados
para combater esse efeito oxidante prejudicial para o organismo.
Existem Radicais Livres de íons metálicos, de ferro, de Carbono etc.,
mas os principais na Medicina são os Radicais Livres de OXIGÊNIO,
que são aqueles relacionados com as enfermidades.
-
RADICAL LIVRE: É toda molécula que apresente um número ímpar de
elétrons na sua órbita externa, ou melhor, um elétron desemparelhado
naquela posição, criando uma instabilidade molecular.
-
Espécies
tóxicas de oxigênio (Superóxido, Peróxido de hidrogênio e Radical
hidroxila) que vão lesar a membrana celular e levar a patologias
Assim
podemos entender a formação de Radicais Livres pelo nosso organismo
em condições normais, pois são necessários:
-
No processo de respiração celular que ocorre nas mitocôndrias
("usinas energéticas") das células, a fim de gerar o ATP (energia).
-
Também os Radicais Livres produzidos pelos macrófagos e neutrófilos
(glóbulos brancos de defesa), são usados contra bactérias e fungos
invasores do nosso organismo, e sem eles, não teríamos uma defesa
adequada contra as infecções.
Eliminação
dos Radicais Livres:
Existem dois sistemas naturais de eliminação de Radicais Livres, que são
os chamados "Varredores (scavengers) de Radicais Livres, que atuam
eliminando-os ou então impedindo sua transformação em produtos mais
tóxicos. Esses sistemas podem ser divididos em Enzimáticos e em Não
Enzimáticos.
O
efeito prejudicial dos Radicais Livres ocorre quando eles estão em
quantidade excessiva no organismo, ultrapassando nossa capacidade de
neutralizá-los com os sistemas enzimáticos que possuímos.
Esses sistemas enzimáticos de defesa são compostos pelas
seguintes enzimas:
-
Glutation-Peroxidase (que necessita do Selênio),
-
Catalase,
-
Metionina-Redutase e
-
Superóxido-Dismutase (há vários tipos, e os 2 principais necessitam
de Zinco e Cobre, e Manganês), os quais combatem, em nosso organismo
os seguintes Radicais Livres: Peróxido de Hidrogênio, Superóxido,
Oxigênio Singlet, Íon Hidroxila, Óxido Nítrico e Óxido Nitroso.
Já
os Antioxidantes Não Enzimáticos (Veja em anexo1), em sua maioria são exógenos, ou
seja, necessitam ser absorvidos pela alimentação diária, ou como
complementos nutricionais. Os principais podem ser divididos em:
-
Vitaminas Lipossolúveis (vitamina A, vitamina E, beta-caroteno),
-
Vitaminas Hidrossolúveis (vitamina C, vitaminas do complexo B),e os
-
Oligoelementos (Zinco, cobre, selênio, magnésio etc.),
-
Os bioflavonóides (derivados de plantas), etc.
STRESS OXIDATIVO
Normalmente, aproximadamente 95% do oxigênio advindo da respiração é
neutralizado pela cadeia respiratória celular, e termina seu ciclo
metabólico, transformado em água, mas os 5% restantes são transformados
nos Radicais Livres, que se não forem adequadamente combatidos, ou
se estiverem sendo formados em excesso ,podem vir a ser
prejudiciais para nós, causando uma situação patológica chamada de
STRESS OXIDATIVO.
Esse Stress Oxidativo, pode ser causado:
-
Por fatores genéticos, quando nosso sistema de defesa
antioxidante não se encontra funcionando adequadamente, e também por
-
Fatores ambientais,
como por exemplo:
ü
o
fumo, pois a cada tragada aspiramos quantidade incalculável de radicais
livres,
ü
a
radiação (ultravioleta, raios x etc.),
ü
poluição atmosférica, pesticidas,
ü
drogas,
ü
excesso de atividade física,
ü
intoxicações metálicas,
ü
ingestão de gorduras, frituras, carne vermelha,
ü
inflamações e infecções,
ü
consumo de álcool,
ü
stress físico, mental e emocional, etc.
DOENÇAS & EXCESSO DE RADICAIS LIVRES:
Várias doenças hoje em dia são ligadas à patologia pelos Radicais
Livres, comprovadamente como por exemplo:
ü
Câncer,
ü
Aterosclerose,
ü
Artrites,
ü
Catarata,
ü
Enfisema Pulmonar.
Outras doenças se auto-sustentam na presença de excesso de Radicais
Livres como:
ü
Infecções graves,
ü
Diabetes,
ü
Mal
de Parkinson,
ü
Doença de Alzheimer,
ü
Enfermidades neurológicas desmielinizantes (Esclerose lateral
amiotrófica), e a lista cresce conforme os mecanismos das doenças vão
sendo melhor esclarecidos.
O papel
das vitaminas, aminoácidos, ácidos graxos, enzimas e minerais na
terapêutica tem sido revistos graças aos estudos estimulados pelo uso
dessas substâncias na prática clínica e descobertas da pesquisa básica.
Medidas Gerais para combater ou prevenir o excesso de radicais livres:
-
evitar exposições prolongadas à luz solar,
-
evitar exposição à poluição ambiental,
-
eliminar o fumo,
-
reduzir o consumo de gorduras e eliminar frituras,
-
neutralizar o stress cotidiano (melhor filosofia de vida, atividade
física constante e adequada, mas não excessiva, alimentação
saudável).
Medidas Específicas:
-
Quelação com aminoácidos ou EDTA (terapias usadas principalmente em
casos de intoxicação por metais pesados como mercúrio, chumbo,
alumínio etc.),
-
enzimas antiradicais livres específicas,
-
ANTIOXIDANTES (vitaminas, minerais, bioflavonóides etc.)
EXAMES EM ORTOMOLECULAR
MINERALOGRAMA CAPILAR:
nos mostra se há excesso ou carência dos oligoelementos (minerais) em
nosso organismo, e também dos minerais pesados (tóxicos), orientando-nos
mais precisamente em nossa terapêutica através de:
ü
Método de
triagem para possíveis ameaças à saúde
ü
Melhor
forma de identificar intoxicações de metais pesados
ü
Stress
oxidativo
ü
Suspeita de
permeabilidade intestinal aumentada
ü
Má -
absorção intestinal / Hipocloridria
ü
Depressão
ü
Osteoporose
ü
Orienta
terapêutica a ser traçada inicialmente
ü
Disbiose
COPROLOGIA FUNCIONAL:
análise das fezes para detectar alterações de fermentação ou putrefação,
de disbiose recente ou antiga, alterações de enzimas digestivas e
parasitos intestinais. Estas alterações podem levar a um aumento da
permeabilidade intestinal, levando a deficiência de nutrientes
(antioxidantes) e/ou aumento da absorção de metais tóxicos, ainda
alterações da flora intestinal.
ALGUNS EXAMES LABORATORIAIS
em sangue e urina:
Ø
Dosagem de R.L por quimioluminescência
Ø
Dosagem de MDA(malonilaldeído) no plasma e na urina.
Ø
Dosagem da SOD
Ø
Dosagem da ceruloplasmina
Ø
Dosagem da Glutation peroxidase
Ø
Dosagem de vitaminas
Ø
Metais pesados no sangue e na urina
Ø
Dosagem da Hidroxila no plasma e nas fezes
Ø
LDL - Lipoproteína oxidada
Ø
Dosagem da homocisteína
Ø
Anticorpo Anti- LDL – oxidada
Ø
Dosagem de cobre
Ø
Dosagem da melatonina
Ø
Dosagem da catalase
Ø
Prova da lactulose
Ø
D-Xilose
COMO USAR OS ANTIOXIDANTES
Devemos alertar que é extremamente importante contra indicar o uso de
vitaminas, e minerais indiscriminadamente como vem sendo feito hoje em
dia. Os médicos que estudam a Terapia Ortomolecular sabem que o uso
inadequado de vitaminas, em doses maiores que as recomendadas, faz com
que essas vitaminas exerçam no organismo um Efeito Pró-Oxidante,
e elas se tornam produtoras de Radicais Livres!! Também
sabemos que certas vitaminas devem ser combinadas com outras a fim de
impedir tais efeitos deletérios e para que uma vitamina potencialize o
efeito protetor das outras. O uso de vitaminas e minerais em doses
inadequadas pode ter efeitos colaterais, e sendo assim, vemos que não é
tão simples como parece, nem tão inócuo o uso de Antioxidantes.
Medicina Ortomolecular é um enfoque médico, não uma medicina alternativa
ou uma nova especialidade.
Direciona-se para a prevenção de doenças, mantendo-se a saúde, entendida
como "um estado de total bem-estar físico, mental, social e não
meramente a ausência de doença ou enfermidade".
O
exercício da Medicina Ortomolecular é prerrogativa exclusiva de médicos.
Regina
Dias
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NA estratégia biomolecular o médico deve estar apto a :
1- descobrir quais nutrientes essenciais estão em déficit ;
2- se existe metais tóxicos no organismo;
3- como está funcionando o sistema endócrino;
4- como estão os sistemas de excreção : intestinos, fígado e rins, e
5- se existe intolerância ou alergia alimentar.
O nosso primeiro desafio junto ao paciente é descobrir quais os
nutrientes que estão faltando e o segundo desafio é descobrir se estão
presentes elementos estranhos ao meio interno e ás células. Muitas
vezes a correção dos desvios encontrados é o suficiente para
proporcionarmos o necessário equilíbrio metabólico/energético
requerido para retornar novamente o paciente ao estado de saúde.
Esta primeira abordagem da Medicina Biomolecular constitui-se nos
rudimentos, na parte geral comum a todas as especialidades médicas. A
sua aplicação aumenta a eficácia dos tratamentos convencionais ou
complementares. O pensamento lógico, comprovado por inúmeros trabalhos
científicos é simples: devemos introduzir nas células e no meio
interno os elementos químicos que porventura estejam faltando e retirar
os elementos em excesso ,geralmente estranhos ao organismo. É fácil
compreender que um organismo sem deficiências e sem substâncias a ele
estranhas reagirá muito melhor a qualquer tipo de tratamento. E muito
mais que isso: se o organismo estiver saudável, ele estará em melhores
condições de assim continuar, pois todos os seus mecanismos de defesa
estarão em condições ideais de funcionamento.
Vamos nos ater neste artigo à parte geral da medicina biomolecular,
aquela parte comum a todas as especialidades médicas convencionais ou não.
Todas as células do corpo produzem energia com a finalidade de fabricar
vários tipos de moléculas necessárias para o seu bom funcionamento.
Das centenas de substâncias que entram neste processo todas são
sintetizadas pelo organismo, exceto cerca de 47 delas. Estas substâncias
são chamadas de "nutrientes essenciais" e portanto o
organismo deve recebê-las já prontas do meio externo. Isto quer dizer
que necessitamos de um aporte nutricional adequado, em elementos
essenciais, e não é difícil compreender que a falta de um ou mais
desses elementos prejudicará o funcionamento das células e, conseqüentemente
do organismo como um todo. ( Anexo 1 : Os 47 nutrientes essenciais )
Devemos ressaltar que as deficiências de nutrientes essenciais, tão
freqüentes hoje, coincide com o alarmante aumento de várias doenças
como: hipoglicemia funcional, depressão, astenia, hiperatividade, infeçções
de repetição, etc, incluindo as doenças degenerativas: aterosclerose,
câncer e artropatias, as quais não mais estão se limitando à idade.
Na época que Casimir Funk cunhou a palavra vitamina, as deficiências
dessas substâncias eram intensas e provocavam doenças bem definidas,
com quadros clínicos completos e facilmente identificáveis como o
escorbuto, a pelagra e o beriberi. Hoje o que habitualmente encontramos
são deficiências vitamínicas parciais e portanto as expressões clínicas
são incompletas e de difícil diagnóstico para o profissional não
atento. E não estamos nos referindo ás camadas de baixa renda, e sim
às pessoas de classe média ou alta . A maioria desses indivíduos se
alimentam bem e se nutrem mal. Possuem quantidade, mas não qualidade.
A indústria alimentícia e as agro indústrias expoliam os alimentos de
diversos tipos de nutrientes ao lado de a eles adicionarem metais e
substâncias estranhas. A colheita, o armazenamento e o transporte de
legumes, verduras e frutas nas condições atuais, reduzem drasticamente
a quantidade de vitaminas e sais minerais neles contidos. Por outro lado
e agravando a situação, está a pobreza do nosso solo em vários
micronutrientes tais como: selênio, cromo, zinco, cobalto, manganês,
etc.
Tudo isso vem ocorrendo após a era industrial, onde o organismo vem
sendo submetido às substâncias alienígenas como conservantes,
acidulantes, estabilizantes, edulcorantes, antioxidantes sintéticos,
agrotóxicos e, particularmente a diversos tipos de metais como o
chumbo, o Cádmio, o mercúrio, o alumínio , acrescido da má qualidade
dos alimentos ingeridos.
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