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OS MELHORES BOTECOS DO RIO por Victor Paschoal e Tiago Carvalho
DRM.news também é gastronomia. E gastronomia da boa.
Para quem aprecia a arte de se sentar com algumas pessoas em um bar tendo
o simples objetivo de beber e conversar a noite toda, aí está
a primeira de várias reportagens que vão identificar e dizer
o que nos parece haver de melhor em cada um dos bares mais agradáveis
do Rio.
O leitor pode até ter uma opinião diferente da nossa crítica,
mas isso realmente não importa, já que nós nunca nos
propomos a garantir que o leitor fosse concordar. O objetivo desta coluna
é ganhar a consideração de "partidários",
em vez de fazer alianças com personalidades incompatíveis.
Algumas casas já são conhecidos do público; outras serão
aquelas raridades, bares muito pequenos e desconhecidos mas, nem por isso,
menos dignos de estrelarem entre os melhores da cidade. Pode parecer uma "trapaça"
que o conjunto de botecos da Lapa apareça como um todo, mas isso se
explica: a região tem bares para se sentar e ficar, como o Lamas, e
tem também um conjunto de botecos muito propício para pôr
em prática a faceta nômade da boemia. É desse conjunto
que vamos tratar.
Por ser ainda um revista online de pequena projeção (o que não
durará muito tempo), DRMNEWS ainda não dispõe de recursos
para freqüentar os bares mais caros e mais pomposos. O prejuízo
é deles; isto conta pontos negativos para estes estabelecimentos, pois
isso vem diretamente de encontro à um dos principais critérios
da crítica de bares DRM: a acessibilidade. Estamos falando de cerveja
barata. Um bom bar não elitiza sua clientela com preços proibitivos,
ele abre suas portas para todos homens e mulheres de bom coração
interessados como eu já disse, em beber e conversar. O bar deve ser
sempre um espaço coletivo.
Antes de começar a matéria algo muito importante. Beber é
coisa muito séria e já não se bebe tão bem como
antigamente. Durante uma iluminação sub effectum ocorrida nas
terras altas dos sagrados campos de cevada, este repórter recebeu diretamente
de Deus as tábuas com os mandamentos abaixo com as ordens de repassá-las
aos infiéis.
Os dez mandamentos do Santo Ofício:
1) Toma sempre muito cuidado com a procedência do convite para ir a um bar desconhecido. Se desobedeceres, podes acabar cantando no karaoke ou, se for um bar de musica ao vivo, sofrer uma noite inteira ouvindo mpbs irrelevantes, ou pior, Legião Urbana. Quando não na Le Boy, ou algum bar com temas de São Francisco (esse repórter já ouviu cada caso). Portanto, arranca a verdade por completo da pessoa que te convidou.
2)Não te submetas a pagar mais de 1,80 (o que já é abusivo) num chope. Um filho da puta que cobra tanto merece a fogueira.
3) Freqüenta
lugares dignos.
Bares são: cerveja, ambiente e freqüentadores.
Se tu fores a bares em shoppings, por exemplo, és um buxa. A cerveja
pode ser a mesma, mas o ambiente e os freqüentadores nunca serão.
4)Nunca rechaces de imediato os bêbados que puxam papo, eles podem ter estórias geniais. Se não tiverem, dá para fazer eles bancarem cerveja com jeitinho.
5)Nunca desdenhes daqueles bêbados que, estando de acordo com teu sexo e sexualidade, se apresentam como uma janela aberta ao prazer.
6)Nunca leves nada muito a sério, principalmente as pessoas que encontrares. Não há como aproveitar se tu ficas apenas criticando tudo a tua volta (tipo: "pô, cara. não da para entender essas pessoas, elas me irritam...") ou se ficas te obrigando a ter uma noite muito maneira. Deixa a felicidade acontecer naturalmente.
7)Se tiveres problemas para encontrar companhia, não esquentes. Se tu não fores muito fechado, acabarás conhecendo pessoas e se divertindo. Parafraseando a minha psicóloga: "tu deves saber ser uma boa companhia para ti mesmo."
8) Repara sempre nas situações e pessoas bizarras que tiveres a oportunidade de ver e guarda todas na memória. Nada como estórias desse tipo para contar nas mesas de bar futuras.
9)Aumenta, mente, muda ou adapta. Faz tudo para contar uma boa estória e melhorar as que já te foram contadas sempre que necessário. Contar em 1a pessoa uma estória alheia também é válido.
10)Levanta-te de vez em quando. É muito importante. Chama-se teste de equilíbrio. Fica sempre atento para o nível de bebedeira em que tu estás.
Sem mais delongas, aqui estão os prometidos três primeiros bares
da série de reportagens.
Café Lamas
- rua Marquês de Abrantes, logo no começo
- preço do chope: 1,50
Fica aberto até
bem tarde, tem bom atendimento, cardápio variado, lanches apetitosos
e chopps muito gostosos (o preto chega a ser excelente). Tudo a preços
acessíveis. Enfim, quem mora ali por perto não precisa nem se
preocupar com comida em casa, basta dar uma descida e ir ao Café Lamas.
O Lamas é o mais tradicional café de uma região tradicionalmente
boêmia do Rio de Janeiro, as redondezas do Flamengo e do Largo do Machado
(que ainda vão ter muitos bares criticados nesta coluna). É
inevitável a comparação com os cafés parisienses
dos anos 20 descritos por Hemingway e outros escritores da "geração
perdida". É aquele ambiente cheio de intelectuais dos quais nós
gostamos ou não, se dedicando à bebida, às mulheres e
sendo felizes, porque bebida e mulheres deixam os homens muito felizes desde
sempre.
É verdade que os intelectuais cariocas que freqüentam o Lamas
estão velhos, solitários e, alguns, até gays. Nada contra,
é claro. É até gostoso conviver com esses senhores nostálgicos
que quando eram jovens se encontravam no meio da ditadura militar. Mas, enfim,
toda geração tem a sua decadência e a geração
na qual eu me encontro promete bastante em se tratando de revolução
boêmia.
Em breve, podem apostar, o Lamas vai ganhar uma nova clientela fixa formada
de grandes apreciadores da cevada e do lúpulo. Porque o Lamas é
isso: beber e conversar. Pode parecer uma grande besteira para alguns, mas
é o que há de melhor os que pertencem ao grupo acima. O Lamas
é uma festa.
Boteco Taco
- rua Humaitá, logo depois do Ballroom
- preço do chope: 1,60
Fica bastante
cheio Sexta e sábado, esvaziando nos domingos, quando é possível
aproveitar a sinuca e a jukebox sem espera. Com certeza não vai ser
o programa da sua vida, mas pode ser bem divertido dependendo da sua companhia.
Majoritariamente freqüentado por duas "galeras" diferentes:
os forrozeiros antes de entrar no Ballroom e os velhos malandros do Humaitá,
que adentram o bar com a intenção de colocar Zeca do Pagodinho
na jukebox. uma mistura bem interessante para quem não é de
nenhuma das facções e só quer saber de bebida, sinuca
e rock n' roll.
Por quê o Taco é um grande bar?
Primeiro, por causa do garçon que, sendo apenas um, consegue reunir
em si três dos estereótipos da profissão: ele é
o baixinho, ele é o bigode e ele também é o careca (não
se deixe enganar pelo boné). Se o nome dele for Oliveira (o mais marcante
de todos os clichês de garçon) é urgente tombá-lo
como patrimônio histórico. Em segundo lugar, para matar a fome,
o Taco oferece um grande sanduíche (vou ficar devendo o nome) por apenas
R$2,10, que quando ficar famoso ainda vai quebrar a barraca de podrões
do Oliveira. Por fim, jogar sinuca é muito bom e a sinuca do Taco está
em ótimo estado.
A casa ainda conta com grandes figuras em seu plantel de freqüentadores.
Lembra daqueles malandros-boêmios-que-ouvem-Zeca-do-Pagodinho? Bem,
é sempre bom correr o risco de esbarrar com um deles, o senhor chamado
Don Henrique, homem de olhar ao mesmo tempo contemplativo e vago, de modo
que ele parece estar olhando para o sentido da vida. Seja legal com Don Henrique
e lhe pague um chopp. Ouça o que ele tem a dizer. Suas histórias
podem não ter muito sentido, mas com certeza vão ficar na sua
cabeça. Pessoas como ele são muito raras
A Lapa (de bar
em bar)
Não vamos negar. A Lapa é um bom lugar pra se beber uma cerveja
ainda que esteja vivendo dias difíceis graças á multidão
que torna a região intransitável às sextas-feiras e ao
conseqüente aumento no preço da cerva. Mas o fato é que
ainda há algumas belas pedidas por ali e, com bom senso e algum faro
para a cerveja barata, é possível fazer miséria com dez
pratas no bolso. E aqui vamos nós.
Bar e Restaurante
Cosmopolita
- Esquina da Rua Visconde de Maranguape com a Travessa Mosqueira
Chopp Brahma- 1,70
Cerveja lata - 1,70
O Cosmopolita fica na esquina da Rua Visconde de Maranguape com a Travessa Mosqueira. O lugar está impregnado de tradição, mas talvez não vá muito mais longe do que isso. O chopp é bastante aguado e, vez ou outra, vem premiado com insetos muito pequenos, e, talvez por isso, seja caro. Uma vez descartado o chopp cosmopolita, há a possibilidade da cerva em lata, que também é meio cara, mas é um melhor negócio. Invariavelmente geladas, as latinhas cosmopolitas chegam em cardumes à mesa, dentro de um baldão entupido de gelo. Convenhamos: isso denota estilo. A trilha sonora do cosmopolita às sextas (mas só às sextas) também pode se tornar um problema para os mais frágeis: do outro lado da rua, a associação de moradores e amigos da Lapa promove semanalmente um tremendo baile funk onde martela-se o martelão dos pancadões mais vulgares que se pode imaginar durante a noite toda. Mas a verdade é que isso não chega a incomodar e ainda há a rapaziada que decide balançar do lado de fora do baile mesmo e que rende quase sempre aos habitués do Cosmopolita cenas sensacionais de suingue puro.
Número 141 da Joaquim da Silva
Cerveja em garrafa - Antártica e Brahma -R$ 2,00
Skol - R$2,20
Mais próximo
aos arcos da Lapa propriamente ditos, na rua Joaquim da Silva, número
141, temos o bastante razoável bar que fica bem em frente ao renomado
Semente. Entre os bons momentos do estabelecimento estão a cerva (Antártica
e Brahma) sempre muito gelada a dois reais, o som que rola no Semente e a
mulherada atraída por ele. Mas há algumas ressalvas a se fazer
no que toca ao bar cor de rosa. Pra começo de conversa fique atento
ao pedir a sua Antártica ou a sua Brahminha no balcão. A rapaziada
está maquiavelicamente instruída a te vender Skol, cerveja aliás
inexplicavelmente mais cara (R$ 2,20) e, portanto, é preciso insistir
um pouco pra economizar vinte centavos que talvez te façam falta mais
tarde. A segunda e mais importante ressalva é o discreto, mas ainda
assim consistente público gay que ronda o lugar, provavelmente atraído
pelos bamboleantes ritmos latinos que sacodem o Semente. Isso torna necessário
um certo cuidado com o banheiro do lugar: procure mijar a salvo de olhares
libidinosos de negões gigantes e doidos pra te pegar de jeito.
Servindo-se de algum cuidado com a retaguarda , o bar pode se tornar uma grande
pedida da Lapa já que (lembrem-se) a cerveja não é cara
e a mulherada abunda.
Bar do Cláudio - Rua Joaquim da Silva, 90
Cerveja em garrafa - Antártica e Brahma - R$2,00
Skol - R$2,20
Outro bar que goza de boa reputação na lapa é o Bar do Cláudio. A Antártica e a Brahma saem bastante geladas por duas pratas e a Skol por R$ 2,20. O lugar é dono de um belo pastel, bom e barato. É também ali na calçada do Seu Carlos que se apresentam ora bem, ora muito mal uns sujeitos com um violão, um microfone e um gaitista totalmente canastrão. O pessoal se esforça pra mandar ver alguns clássicos do rock'n'roll e do blues. Ás vezes dá certo, às vezes não, mas, no fim das contas, o balanço do lugar é certamente positivo.
O anônimo
Mas se você está sem saco para multidões e sem grana pra gastar a torto e a direito seu destino não pode ser senão o bar instalado no número 8 da Travessa Mosqueira. Muito bem escondida, talvez seja essa a maior estrela entre os botecos da Lapa. O lugar é minúsculo e conta com não mais do que duas ou três mesas na calçada onde são servidas inesgotáveis garrafas da perfeitamente consumível cerveja Itaipava, vendida pela casa por módicos R$ 1,50. É a garantia de um belo porre, tomado ao sabor do balanço da mulherada que transita pela rua tal. O estabelecimento não oferece petiscos ou coisa do gênero, mas isso não é nada que um vendedor de amendoim não resolva. Cerveja muito gelada e barata e sossego para bebê-la é o que a casa tem para oferecer.
Mas no fim das contas é isso aí. Não desvendamos todos
os segredos da Lapa (e não queremos desvendar) pra você, mas
está aí um começo razoável quem quer pra pular
de bar em bar e tomar um porre fenomenal por ali. Bom proveito.