Eu sou normal, acredite
Sentem-se,  o show vai começar
Proteja-se: você pode ser o próximo
Mudando um pouco seu dia-a-dia
Tudo que você sempre quis ser, mas tinha vergonha
Se quiser, ponha açúcar
Got popcorn?
Let's swing, babe
Plante uma árvore, tenha filhos, escreva um livro
POW! CRASH! TUM! SNIKT!
O que você está olhando?
Porque o importante é vencer
 : )
You're hot - come on in
Veja tudo que você nunca quis ver
Saiba quem são os culpados por isso
Seja experto! Gaste pouco e ganhe muito
Sugestões? Comentários?
Perdeu algo de bom? Garanto que não

DOSSIÊ LOSERS: a vingança dos nerds por Victor Paschoal

É fato que tem gente que nasceu para perder mesmo, mas não vamos entrar nesse mérito. O que está sendo questionado aqui é o culto aos perdedores, essa simpatia aos infelizes por uma grande parte da população, principalmente jovens, que sofrem das mais diversas carências emocionais. Quem quiser estudar as causas, efeitos e possíveis soluções desse problema a fundo e com uma abordagem séria, vai ter que escrever uma tese (teses sobre estes fenômenos socioculturais estão em voga, vale lembrar). Aqui, vamos nos limitar a fazer observações acerca do bicho loser, procurar alfinetar estas figurinhas tristes e aguardar a repercussão.

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Caracterizando o loser pós-moderno. (Se eu soubesse fazer aqueles testezinhos de blog, eu faria o “saiba se você é loser”. Isto pouparia o tempo de descrever essa espécie e seria, de quebra, uma grande ironia.)

Quanto à aparência, ele deve ser mais ou menos assim:

Ah, é claro, eles podem estar vestindo ou se parecer com qualquer coisa, esta é a maneira como eles preferencialmente vão se apresentar.

O gosto artístico:

Basicamente anos 80 e/ou apologia aos próprios problemas de relacionamento e à própria impotência (todos os tipos de impotência). Uns exemplos pesados ligados aos anos 80 são os desenhos japoneses e a música eletrônica/gótica (Eu soube de lugares muito barras-pesadas no Catete que misturam os dois. Imagina.). E quanto a impotência, temos a música britpop e vários filmes, só para citar o pior caso, com o mesmo argumento: casal fica em casa e discute a relação.

Onde são encontrados:

Beck lançou a música loser, num momento crucial da expansão da MTV.Normalmente nos chamados clubes “alternativos” e porões escuros. Aqui, no Rio de Janeiro, a preferência é pelo circuito Loud-Matriz-Bunker, mas não podemos esquecer de pequenos antros como a Nautillus (sede extra-oficial do clube gótico adorador de mangá do Rio) e de festas avulsas em lugares como o Barman clube e o Cais do Porto, que, segundo me contam, vem ganhando força e esvaziando as “grandes” festas, que estariam enchendo de “playboyzinhos” (em linguagem loser: pessoas que não são ruins o suficiente para freqüentar os mesmos lugares que eles).

Agora, se você quer mesmo encontrar um loser autêntico, não é preciso nem sair de casa. Conecte seu computador a Internet e entre no primeiro blog que você encontrar. É batata.

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A expansão da cultura loser hoje em dia pode ser vista como a verdadeira vingança dos nerds.Rubinho barrichello sendo ironizado. Cansados de levar cuecões e serem trancados no armário, eles deram o troco adaptando sua cultura (virando plocs, aqueles clubbers fofinhos) e colocando em todo o “movimento” um rótulo muito apelativo: o dos “alternativos”.

Não se pode dizer, é claro, que a expansão loser não trouxe nada de bom. Nem que seu todo é algo de pior do que a cultura farofa que está por aí. Mas, é normal a qualquer coisa, por mais ridícula que seja, ter um lado bom. A questão é que o maior lado é nojento. Como já dizia o pai da namorada de um camarada meu: “Se o cara quer ser viado, dar o cu, fique à vontade. O que eu não tolero é viadagem.”.