Eu sou normal, acredite
Sentem-se,  o show vai começar
Proteja-se: você pode ser o próximo
Mudando um pouco seu dia-a-dia
Tudo que você sempre quis ser, mas tinha vergonha
Se quiser, ponha açúcar
Got popcorn?
Let's swing, babe
Plante uma árvore, tenha filhos, escreva um livro
POW! CRASH! TUM! SNIKT!
O que você está olhando?
Porque o importante é vencer
 : )
You're hot - come on in
Veja tudo que você nunca quis ver
Saiba quem são os culpados por isso
Seja experto! Gaste pouco e ganhe muito
Sugestões? Comentários?
Perdeu algo de bom? Garanto que não

Rock ruim de cara feia por Tiago Carvalho

Quando passa aquela garotinha de mais ou menos quinze anos, magrinha, amarelada, camisa do Korn combinando com as olheiras, saiba que algum bigshot de alguma grande gravadora está sorrindo no inferno.
Elas são uma mina de ouro escavada à base de muito Marilyn Manson, Slipknot e outras coisas do gênero. Atrás de uma máscara de maluco, de um personagem assustador ou de um desenho animado, é que as novas vedetes do mainstream tentam esconder sua mediocridade musical, investindo pesado na esquizofrenia adolescente tipicamente norte-americana. E estão faturando adoidado.

O que, aliás, não é tão difícil de entender. Vamos tentar. Coloque-se no lugar de um gordão solitário e sujo de mostarda de uma highschool. Imagine que, antes da dar a sua última mordida naquele bom e velho donut sabor nacho que a sua mãe fez em casa pra você, o monstruoso Marilyn Manson te chamasse num canto e te dissesse, sibilando “E aí, vamos esquartejar aquele quarterback comigo, baby?”. E então, você e Marilyn, a mais nova dupla dinâmica do pedaço, partiriam decididos a acabar com o sonho do capitão do time de futebol americano de ser o príncipe da festa de formatura. Depois ele te vende uns CD’s dele mesmo e você continua a ser um gordo suado e sem amigos.

Adicione a isso tudo um bombardeio de publicidade, uma manada de gordos introspectivos, mais uma de garotinhas amareladas e outra, um pouco menor, de garotões esportistas anabolizados pra compor o outro time junto com as cheer-leaders e, voilá. É assim que funciona.

Mas há algo de muito estranho nisso tudo. Mick Jagger não costumava se fantasiar de serial killer nas apresentações dos Stones. Ronnie Van Zant costumava subir ao palco de pés descalços, pra poder sentir o chão tremer quando as três guitarras do Lynyrd Skynyrd começassem a rugir. Os Beatles simplesmente entravam num estúdio e saiam de lá com mais um clássico debaixo do braço. E nem é preciso recuar tanto assim no passado. O Pearl Jam não costuma sair por aí instigando a rapaziada a matar os pais com um picador de gelo no meio da noite e faz rock’n’roll de primeiríssima linha. São pessoas comuns fazendo música e a elas basta manejar com maestria um instrumento musical para que esteja dado o recado. Um recado sobre coisas comuns, sobre ser um garotão numa banda, sobre aquela cretina que te abandonou essa manhã, sobre aquele dia em que o sujeito acorda meio pra baixo.
O que um vampiro andrógino tem a ver com isso? O que um desenho animado desdentado pode ter a dizer a respeito? Tocar guitarra com a máscara do Jason faz a letra de uma canção mais bonita?

Não, não e não.

E então, Deus? Por quê? De onde saiu o exército de monstros sociopatas que fazem péssima música? De onde?

Talvez tenha algo a ver com Alice Cooper.