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Simon & Garfunkel - The Very Best Of por Rony Maltz
Talvez por terem disputado espaço com ninguém menos do que os
Beatles, talvez por, cada um à sua maneira, terem ousado ir além
da velha e conhecida receita americana de produzir sucessos, algo soa como
se Paul Frederic Simon e Arthur Ira Garfunkel, quase quarenta anos depois
do lançamento de seu primeiro álbum juntos, não tivessem
tido todo o reconhecimento do qual seriam merecedores. Pelo menos não
fora de seu país de origem. Com uma carreira que, enquanto dupla, só
fez decolar até seu fim prematuro, e carreiras solo inconstantes, porém
de auges memoráveis (quase sempre por parte de Paul, vale dizer), os
músicos produziram muito mais do que simples hits de ocasião,
mas canções para posteridade.
Influenciados por Bob Dylan e duetos caipiras da região onde moravam
e cursavam o colégio, em Queens, Nova York, os dois pré-adolescentes
começaram cantando em bandas com outros garotos das redondezas, para
finalmente por volta dos catorze anos (ambos nasceram em 42, Paul em 13 de
Outubro, Art em 5 de Novembro) adotarem a formação de uma dupla.
Garfunkel já cantava desde criança em corais da escola, e foi
observando a popularidade que a música rendia ao colega que Simon se
interessou pelo canto. Viriam a se conhecer melhor aos nove anos de idade,
na ocasião da encenação de uma peça de teatro
infantil - Alice no País das Maravilhas -, na qual o pequeno Paul interpretou
o coelho apressado e Arthur o gato listrado. Mais tarde, já na qualidade
de um dueto, o mais velho aceitou vender uma música que acabara de
compor, "The Girl For Me", por 25 dólares, mas foi impedido
pelo pai de Art. "Ele disse na época: 'Não venda,
não venda! Eu compro!' Ao que eu rebati: 'Não se preocupe,
eu faço outra. Isso é fácil!'", conta Simon. O resto
é história.
O primeiro álbum da carreira do dueto foi lançado em 1964 com
o nome de "Wednesday Morning, 3 a.m.", e consistia basicamente em
um violão acústico com duas vozes interpretando canções
majoritariamente de outros artistas, como a afamada "The Times They Are
A-Changing", de Bob Dylan, a clássica "Bleeker Street"
e o esboço do que viria a ser "Sounds Of Silence" à
parte, o disco não ambicionava ser nada mais do que era: uma dupla
caipira cantando folk do início dos anos sessenta. O rumo dos músicos
começou a mudar quando Dylan trocou seu violão acústico
e sua gaita pela guitarra em meados da década, e o segundo álbum
já trazia algo que viria a lembrar a produção musical
e a riqueza melodiosa que marcou a carreira de Simon & Garfunkel, mesmo
que ainda de forma um bocado crua. A faixa "Sounds Of Silence",
que dá nome ao compacto, é um sucesso com seu arranjo definitivo,
bem como a obra-prima introspectiva "I Am a Rock". Simon já
compôs quase todas as músicas deste álbum, e a inspiração
só tende a aumentar. A consagração vem no ano seguinte,
com o terceiro e definitivamente maduro "Parsley, Sage, Rosemary And
Thyme", letras e arranjos exclusivos de Paul, que lançou para
o topo das paradas a harmoniosa "Scarborouth Fair" e a complexa
e impecavelmente interpretada "Homeward Bound", além do suingante
hit single "59th Street Bridge Song (Feelin' Groovy)".
Era tempo dos Beatles de "Rubber Soul", de um Bob Dylan mais elétrico
do que nunca e de uma antes despretensiosa dupla do subúrbio nova-iorquino
começar a se acostumar com o estrelato.
Art Garfunkel sempre foi o segundo nome da dupla. Discreto, tímido
e aparentemente confortável na privacidade resultante de um apelo público
bem inferior ao do amigo, certa vez o próprio admitiu não participar
em mais de dois por cento dos arranjos e composição de letras
das músicas. Sua indispensabilidade, contudo, era claramente percebida
por Paul e ficaria comprovada mais tarde, na ocasião do lançamento
do primeiro álbum de Simon sem o companheiro. Tenor de alcance e habilidade
excepcionais, Garfunkel dava ao som do dueto uma riqueza e preenchimento raramente
alcançáveis, e sua voz aveludada, suave, quase angelical, concedia
às baladas a harmonia e profundidade que lhes eram marcas registradas.
Muito bem assessorado pelos vocais precisos de Artie, Simon não precisava
ser nada além do que um bom cantor para que o trabalho rendesse ótimos
resultados. O gênio da dupla, Paul compunha quase que a totalidade das
letras e arranjos musicais, e é crédito dele a qualidade mais
notável das obras de Simon & Garfunkel - a sua atemporalidade.
Era capaz de conferir sua característica qualidade melodiosa e harmônica
tanto às faixas de mais sutil temática política quanto
às baladas mais despretensiosas. Líder e o porta-voz do grupo,
se por um lado foi o que mais se beneficiou da fama, por outro também
foi o que mais sofreu com as críticas, endereçadas principalmente
a seu trabalho solo.
Ano é o de 1968, e o clima o melhor possível para o par, que
após compor a trilha sonora do filme A Primeira Noite de Um Homem ("The
Graduate", no original) e lançar um álbum homônimo
em Fevereiro, veria sua popularidade alcançar o auge com o compacto
"Bookends", que desapareceu das prateleiras quase instantaneamente
após ser posto a venda, em Outubro daquele mesmo ano. A produção
daquele que até hoje é considerado o melhor trabalho dos dois
músicos - juntos ou separados - recompensou os esforços de abafar
todo o estrondo feito em volta do mais novo disco dos Beatles, o megalomaníaco
"Sargeant Peppers Lonely Hearts Club Band". A inspiração
de Simon está mais certeira do que nunca, bem como a interpretação
e o senso rítmico de seu parceiro. "A Hazy Shade of Winter"
e a divertida "At The Zoo" são muito boas, mas "Fakin'
It", "Mrs. Robinson" (que já compunha a trilha lançada
meses antes), "America" e "Old Friends" são excepcionais.
Qualquer material que pretendesse ser equiparado a "Bookends" precisaria
estar bastante fora da média, e, por isto, a dupla pôs-se a trabalhar,
intervalando dois anos até o lançamento do álbum seguinte.
E se alguma compilação do dueto pode ser classificada à
altura daquela do fim de 68, esta é a sua derradeira. Em 26 de janeiro
de 1970, Simon & Garfunkel lançam seu último material inédito
juntos, o monstro de vendas "Bridge Over Troubled Water", o único
a alcançar no exterior o mesmo nível de adoração
alcançado dentro dos Estados Unidos. A faixa um do lado A, que dá
título ao álbum, é celebrada por muitos como a melhor
música jamais feita por Paul Simon e a mais brilhantemente interpretada
pela dupla até os dias de hoje. Recordista de premiações,
a canção aglomera, entre outras condecorações
menores, quatro Grammies e a nomeação de melhor single
não-britânico pela "Britannia Music Awards", e o compacto
em si acumula mais dois Grammies e a mesma honraria por parte da instituição
britânica, por todo o LP. Não bastasse o estrondo causado pelo
abre-alas, o restante do disco não se deixa abafar, apresentando ainda
os sucessos "El Condor Pasa (If I Could)" e "The Boxer",
além da testosterônica "Cecilia". Um legado e tanto
para encerrar uma parceria vitoriosa.
Não foi traumático o fim da parceria Simon & Garfunkel,
como já previam suas personalidades serenas e centradas. Se o estrelato
durou pouco, talvez tenha sido pelo bem; não faltam exemplos de bandas
que não suportaram a passagem de décadas e acabaram tendo fins
trágicos, quase sempre relacionados ao uso de drogas pesadas. Não
esses dois. Claro que os dois ainda se reuniriam algumas vezes depois, como
na composição do hit épico "My Little Town"
e em concertos como o de Central Park, em 81, que reuniu meio milhão
de pessoas no coração de Nova York. E simples assim foi a trajetória
dessa dupla folk, meio caipirona, que quase quatro décadas após
seu fim acumula mais "Best of" e "Greatest Hits"
do que autênticos álbuns de estúdio.
Certa vez Paul falou a respeito do desmanche da dupla: "Artie queria
fazer filmes. Eu queria fazer música de um jeito que não era
típico de Simon & Garfunkel, e ninguém achou que isso era
grande coisa. Foi tipo 'você faz isso, eu vou fazer aquilo, tá
bom?' ". Tá bom.