Eu sou normal, acredite
Sentem-se,  o show vai começar
Proteja-se: você pode ser o próximo
Mudando um pouco seu dia-a-dia
Tudo que você sempre quis ser, mas tinha vergonha
Se quiser, ponha açúcar
Got popcorn?
Let's swing, babe
Plante uma árvore, tenha filhos, escreva um livro
POW! CRASH! TUM! SNIKT!
O que você está olhando?
Porque o importante é vencer
 : )
You're hot - come on in
Veja tudo que você nunca quis ver
Saiba quem são os culpados por isso
Seja experto! Gaste pouco e ganhe muito
Sugestões? Comentários?
Perdeu algo de bom? Garanto que não

A antiga e fantástica fábrica de chocolates por Rony Maltz

Lembro-me bem do tempo em que a sessão da tarde era deliciosamente previsível. Tão certo quanto a presença do Tremendão no Especial Roberto Carlos e Esqueceram de Mim em véspera de natal, A Fantástica Fábrica de Chocolate passava religiosamente na Globo, e eu acredito não ter perdido uma exibição sequer. Charlie e vovô são recepcionados pelo Sr. Wonka;  no segundo plano figurantes fingem interesse
Tudo começou quando o senhor Wonka demitiu todos os funcionários de sua fábrica de doces para impedir que suas receitas fossem roubadas. Ninguém então entende como ele consegue continuar com a produção das suas mundialmente famosas e aclamadas guloseimas, mistério que seria em breve desvendado.
Isto pois Gene Wilder, o Willy Wonka, resolve então promover um concurso através do qual cinco crianças seriam premiadas com um tour pela sua linha de produção, e uma delas ganharia ainda de lambuja suprimento vitalício de chocolates Wonka.
Acho que todos já conhecem a história: Charlie, o garoto sonhador mais pobre do mundo, abre cuidadosamente a única barra de chocolate que seu avô pôde comprar e encontra lá dentro, quem diria, um dos cinco tão procurados invólucros dourados que lhe dariam direito ao invejado tour pela misteriosa fábrica. Confesso que, devido ao episódio, até hoje vivo momentos de suspense ao abrir uma barra.
Sempre tive um certo receio em relação a esse senhor Wonka, no entanto. Afinal, ele solenemente cagou para todo o poder e a influência das quatro crianças mais ricas e arrogantes do planeta e eliminou todas de seu caminho, com direito inclusive a certos requintes de crueldade. Não me esqueço do "incidente" com a menina cleptomaníaca, que ao tentar roubar um ovo de páscoa da Fábrica cai em um cano que leva diretamente ao compactador de lixo. AoCharlie fita o garoto mimado em trajes de cowboy desespero de seu pai, Willy Wonka responde sereno, num ferino sorriso de canto de boca e erguer de sobrancelha que ainda me causa arrepios: "Não se preocupe, a engrenagem só é posta em funcionamento dia sim dia não".
Enfim, Charlie Bucket e seu humilde avô são os únicos que conseguem chegar com vida ao final da visita, e são, portanto, premiados com o suposto suprimento ilimitado de guloseimas. Mas no fundo, eu sempre desconfiei que o que o senhor Wonka queria mesmo era achar um substituto digno de herdar a sua Fantástica Fábrica, para que ele pudesse finalmente voltar a seu planeta de origem tendo cumprido sua missão de despertar o terror e o medo em todas as crianças desobedientes da face da Terra. Aquele papo de espalhar magia e fantasia mundo afora nunca colou mesmo para mim. Algo muito interessante acontece enquanto o Câmera não está prestando atenção
Gene Wilder, cansado do traiçoeiro e burocrático mundo da produção em série de chocolates, segundo o próprio me disse, planejou tudo desde o início. A única coisa que ficou atravessada foi aquele final com o seqüestro de Charlie em um balão. Até hoje estou esperando a Fantástica Fábrica de Chocolate 2, afinal muito me admira que um senhor com tamanho tino para os negócios não tenha visto o excelente prospecto de uma continuação.
Lembro-me de ter lido em algum lugar certa vez que a Rede Globo, ao perguntada quantas vezes havia posto A Fantástica Fábrica no ar, respondeu, enfática, que não podia revelar a informação por questões estratégicas. Ora, estratégia mesmo tinha aquele senhor Wonka. Pois quem, senão ele, seria genial a ponto de recrutar os anões "ompalompas", que não são sindicalizados, não entram em greve e trabalham contentes e sem salário, cantando: Um-pa, Lum-pa, Dum-pa-di-du.