Eu sou normal, acredite
Sentem-se,  o show vai começar
Proteja-se: você pode ser o próximo
Mudando um pouco seu dia-a-dia
Tudo que você sempre quis ser, mas tinha vergonha
Se quiser, ponha açúcar
Got popcorn?
Let's swing, babe
Plante uma árvore, tenha filhos, escreva um livro
POW! CRASH! TUM! SNIKT!
O que você está olhando?
Porque o importante é vencer
 : )
You're hot - come on in
Veja tudo que você nunca quis ver
Saiba quem são os culpados por isso
Seja experto! Gaste pouco e ganhe muito
Sugestões? Comentários?
Perdeu algo de bom? Garanto que não

Heróis vendidos por Bruno Alves

Um garoto assisti ao novo filme do Homem-aranha ou pega na locadora o filme dos X-men. Ele simplesmente adora, nunca tinha visto tanto heroísmo! "Uau, o cara tem garras! Nossa, ele sobe pelas paredes!" pensaria sua mente inocente. E movido pela sua nova paixão, procura artigos sobre o tema. Acaba descobrindo que são histórias baseadas em gibis homônimos, e corre pra banca de jornal (hoje em dia também vale as lojas de revistas dos shopping centers) mais próxima. Pergunta pro carinha se ele tem a revista do mês dos X-men. E o carinha replica: "Qual?". O garoto não entende, e o jornaleiro mostra a seção contendo umas três revistas mensais mais duas edições especiais com a marca X-men. Hã... wolverine?!O garoto a princípio delira, e compra todas. E corre pra casa, morrendo de vontade de ler todas. Começa sua decepção: "Ué, cadê o pessoal que tava no filme? Quem são esses milhares de mutantes na história? Começou na edição passada? Xiii, então não vou ler...", "COMO ASSIM o Wolverine é amante da Jean Grey?? Ei, ela não era apaixonada pelo Ciclops?", "Acabei de ler na revista que o Wolverine foi 'criado' pelo governo canadense... E porque nesse especial ele tá no faroeste???". Assim, a indústria das revistas de histórias em quadrinhos perde mais um fã em potencial.

O grande problema de editoras como Marvel e DC Comics é a grande sede por dinheiro, acima de tudo. O caso acima pode parecer estranho, mas não é. Hoje em dia, são vendidas revistas de um mesmo super-herói em diversos mundos paralelos (ou não, acreditem) para conseguirem aumentar suas vendas. Para um leitor assíduo, é maravilhoso, mas mesmo assim desnecessário, pois ele com certeza já está satisfeito com o material original - senão não seria um fã. Para quem está lendo uma única vez, ou esporadicamente, é o fim. A confusão feita pelos editores chega ao ponto de mudar os poderes dos heróis! Para quem acredita que não, aqui vai um exemplo: Psilocke, dos X-men, começou como uma meiga telepata britânica, morreu e ressuscitou como uma ninja chinesa, recuperou seus poderes, aprendeu a se teleportar pelas sombras, e depois trocou sua telepatia pela telecinésia (poder de mover objetos pelo ar). Complicado? Os roteiristas explicam tudo.

E quando acabam as idéias... Sempre podem usar do artifício do grande-evento-universal-destruidor-e-temos-que-começar-tudo-do-início-de-novo. Perdi a conta de quantas vezes o Universo da DC Comics foi zerado. Já usaram esse tema até pra fazer uma saga sobre isso. Na Marvel as coisas são diferentes: eles não costumam recomeçar o universo; dá menos trabalho matar o herói e depois ressucitá-lo da maneira que quiserem. E vender pra burro com isso.

A continuidade também aflinge a todos. Uma mesma história pode comprometer várias edições, ou uma saga pode ser passada em vários títulos diferentes. O leitor é obrigado a comprar todas as edições para entender tudo perfeitamente. Como assim um clone do Homem-aranha???Convenhamos: não é todo mundo que possui de R$10 a R$30 para gastar todo mês com HQs. Nesse ponto, e somente nesse ponto, sou fã das clássicas histórias do Super-homem, que sempre acabavam ao final da revista, normalmente trazendo uma lição de moral ou todos os personagens rindo de alívio por ter Metrópolis salva novamente.

Se formos falar do mercado brasileiro, as coisas ficam piores ainda. Alegando ser um mercado instável no Brasil (as editoras dizem que uma pessoa compra e cinco lêem o mesmo gibi), diversos heróis se vêem confinados a uma mesma edição mensal, que não supre a sua temporalidade. Conclusão: anos ou até meses de atraso em relação às edições americanas. E agora as coisas pioraram, já que a Editora Abril saiu de vez do mercado de quadrinhos. Há mais de 10 anos como líder no mercado, primeiro parou de veicular revistas da Marvel Comics e este mês irá parar com a veiculação da DC também. Para aquele leitor lá do início da história, as coisas ficam mais complicadas ainda? Mesmo que ele quisesse continuar comprado, aonde ele irá comprar?