IMPRINT DE LINFONODO 3
MENU:

HOME

APRESENTA��O

INTRODU��O

LINKS DOS ASSUNTOS


ASSUNTOS M�DICOS GERAIS:

OBESIDADE

�NDICE DE MASSA CORPORAL

COLESTEROL E COMPANHIA

GRIPES

TABAGISMO

ANEMIA NA MULHER

PROPAGANDAS ENGANOSAS

TRATAMENTO COGNITIVO COMPORTAMENTAL

AUTOMEDICA��O


ASSUNTOS PARA OS PROFISSIONAIS DAS �REAS DE SA�DE E AFINS:

IMPRINT DE LINFONODO

DIST�RBIOS HEMORR�GICOS

TEMAS DE PSICOLOGIA E DE FILOSOFIA

�NDICE DE FILTRA��O GLOMERULAR

LINKS GERAIS:

A) Predomínio de pequenos linfócitos 1. Linfoma de pequenos linfócitos (tipo LLC) e imunocitoma linfoplasmocitóide/ linfoplasmacítico (*)

2. Doença de Hodgkin

3. Reacional: a) transformação blástica discreta ou praticamente ausente, b) transformação blástica moderada/intensa
B) Predomínio de outras células linfóides 1. Linfoblastos (LNH/LLA)

2. Outros tipos de LNH (*)
C) Presença ou predomínio de células não hematológicas 1. Metástase
QUADRO 1. (*) Somente no adulto. LNH: linfoma não-Hodgkin. LLA: leucemia linfóide aguda. LLC: leucemia linfóide crônica.

Os prolinfócitos são maiores que os linfócitos, a cromatina é mais delicada e hipocrômica, destaca-se um único nucléolo com limites bem nítidos e o citoplasma é pouco basófilo. O paraimunoblasto (linfoblasto) é maior que o prolinfócito, a cromatina é mais delicada e mais hipocrômica, o nucléolo é único e o citoplasma é muito basófilo.
Assim, o subtipo pseudofolicular pode levar à confusão com linfonodo reacional no imprint. Já o subtipo formado por tumor, pode levar a pensar em linfoma agressivo devido ao grande número de prolinfócitos e de paraimunoblastos. Isso vem reforçar o que afirmamos anteriormente: o exame histopatológico é mais importante para o diagnóstico e, logicamente, a imuno-histoquímica e a imuno-citoquímica completarão o estudo.
Ainda, quando o predomínio é de pequenos linfócitos, procuramos, entre eles, as células linfoplasmocitóides (núcleo redondo com cromatina de linfócito compacta e hipercrômica, citoplasma hiperbasófilo, muitas vezes com vacúolos) e pequenos plasmócitos. Caso essas células estejam presentes, o diagnóstico poderá ser de imunocitoma linfoplasmacítico/linfoplasmocitóide. No imunocitoma o maior número é de pequenos linfócitos, e os plasmócitos e as células linfoplasmocitóides raramente ultrapassam os 10% do total das células.
O tipo linfoplasmacítico, contendo linfócitos e pequenos plasmócitos, corresponde à macroglobulinemia de Waldenstrom. Podem ser vistos alguns imunoblastos e em 2/3 dos casos há aumento do número de mastócitos.
No tipo linfoplasmocitóide, que se assemelha muito à leucemia linfóide crônica, as células que se misturam aos pequenos linfócitos são as linfoplasmocitóides, mais facilmente identificadas no imprint. Os mastócitos estão aumentados em 1/3 dos casos.
Alguns casos de imunocitoma apresentam grande número de imunoblastos e pode haver, como na leucemia linfóide crônica formadora de tumor, grandes centros de proliferação. No passado, a classificação Kiel denominava esse grupo imunocitoma polimórfico. Atualmente, esse grupo é denominado imunocitoma linfoplasmocitóide ou linfoplasmacítico, na dependência da célula que predomina (linfoplasmocitóide ou plasmócito, respectivamente). A presença de imunoblasto é, apenas, referida.
Como dissemos anteriormente, os linfomas de pequenas células são muito raros na criança, já no adulto podem levar à confusão com processos reacionais quando empregamos o método do imprint.
Antes de pensar, ainda, em reacional, temos que pensar na doença de Hodgkin. Nossa desconfiança surge quando encontramos, entremeadas aos linfócitos, células mononucleares de grande tamanho com citoplasma basófilo, cromatina delicada e nucléolos múltiplos e aberrantes. Reforçamos ainda mais a suspeita se muitas delas tiverem núcleo aberrante (irregular ou lobulado). Notamos nesse caso, distinção de duas populações: pequenos linfócitos e grandes células blásticas, e a falta de escalonamento (formas intermediárias de transformação blástica comum nos processos reacionais). O achado de grandes células binucleadas ou polinucleadas (células de Reed Sternberg) firmará o diagnóstico de doença de Hodgkin.
Descartadas essas possibilidades, ficaríamos agora com os processos reacionais. Tornamos a lembrar que é imprescindível contar com o exame histopatológico para observarmos as modificações relativas aos folículos, cápsulas, seios, sinusóides, vasos, etc., dados importantes para o diagnóstico.
Considerando-se apenas a citologia pelo imprint, o predomínio de pequenos linfócitos pode representar adenomegalia reacional em doenças bacterianas (como por exemplo na tuberculose), causadas por fungos e por protozoários. Nesses casos haverá aumento do número de histiócitos epitelióides, inclusive formando aglomerados, podendo ser vista célula gigante, multinucleada, e identificados microorganismos.
Dependendo da área do linfonodo examinada, observa-se apenas material amorfo e restos celulares correspondendo à zona de necrose ou caseose.
Nas síndromes hemofagocíticas associadas a transfusões recentes, septicemias bacterianas, viroses, infecções por fungos, uso de fenantoinas, e lupus eritematoso, os histiócitos estão aumentados em número e contêm hemácias e leucócitos fagocitados.
Nas infecções por toxoplasma, na SIDA, na doença da arranhadura de gato e no linfogranuloma venéreo há aumento do número de células de médio tamanho com citoplasma abundante e claro, núcleo ovóide ou navicular com nucléolo visível. Essas células, consideradas por muito tempo como histiócitos imaturos, foram identificadas como linfócito B com aspecto monocitóide. Elas proliferam nos seios subcapsulares e paratrabeculares, correspondem às células da zona marginal dos folículos esplênicos, e posicionam-se na faixa ao redor do manto folicular dos linfonodos (linfócito B memória não recirculante).
Abrimos, aqui, parênteses para dizer que em processos agudos bacterianos, quando a linfadenopatia é dolorosa e de poucos dias de evolução, podemos encontrar, também, citólise quase total, e distinguir com dificuldade restos de neutrófilos segmentados, monócitos e linfócitos.
Resta-nos agora fazer referência ao predomínio de linfócitos com grande transformação blástica. Nessa eventualidade é importante observar o escalonamento (diversas etapas de transformação blástica entre linfócito e imunoblasto) e a presença de células efetoras. Nesse casos somente as células B são identificadas morfologicamente (plasmócitos e linfoplasmocitóides).
No adulto pode ser difícil o diagnóstico diferencial pelo imprint, particularmente no imunocitoma quando há grande número de linfócitos transformados e inclusive imunoblastos.
O protótipo da reação com intensa transformação blástica é a mononucleose infecciosa quando pode aparecer, inclusive, imunoblastos atípicos (5). Nesse caso, os elementos celulares estão representados por pequenos linfócitos não transformados, células linfóides B infectadas pelo virus Epstein Barr (EBV) e grande predomínio de células linfóides transformadas pertencentes à linha T (citotóxicas, CD8+) que foram ativadas pelo mecanismo defensivo.
Grandes transformações blásticas são vistas em outras viroses como nas infecções por citomegalovirus e por herpes simples.
A hipersensibilidade por drogas, em particular os anticonvulsivantes, pode levar a reações de transformação blástica muito semelhante à causada pelos virus.
Nesse grupo das grandes transformações blásticas, devemos pensar ainda nas desordens linfoproliferativas atípicas, que apresentam quadro citológico semelhante ao das viroses e das hipersensibilidades às drogas, são de causa desconhecida e, muitas vezes, de difícil diferenciação com os linfomas. Nesse subgrupo estão incluídos: 1- a linfadenopatia angioimunoblástica com mortalidade elevada (entre 56 e 80%), com monoclonalidade T provada em mais de 80% dos casos, 2- a doença de Castleman multicêntrica, também com alta mortalidade, porém, com monoclonalidade B (78%), 3- as desordens linfoproliferativas pós transplante com muitos casos relacionados ao EBV e, também, com alta mortalidade, 4- hiperplasia de células B polimórficas, também vista nos pós-transplantados, e 5- proliferações imunoblásticas policlonais sistêmicas, processo idêntico ao anterior, mas com resposta ao corticosteróide (5).
Não foi nossa intenção descrever todos os processos reacionais e nem fornecer detalhes para o diagnóstico já que foge à finalidade desse artigo. Pretendemos, desse modo, chamar a atenção para as características citológicas dos diversos processos reacionais, para podermos melhor entender as semelhanças e diferenças com os patológicos.
No grupo B (quadro 1) o predomínio é de células linfóides com morfologia diferente das apresentadas pelo pequeno linfócito.
Em se tratando de crianças, o linfoma não Hodgkin é constituído sempre de células blásticas, e de tipo difuso com total alteração da estrutura do linfonodo, o que não causará dificuldade no diagnóstico diferencial com os processos reacionais.
Separamos esse grupo em dois itens porque há predomínio de linfoblastos (linfoma linfoblástico/leucemia linfoblástica), como ocorre na maioria das vezes em crianças, o tratamento é diferente dos demais linfomas e a transformação em forma leucêmica se dá em pouco tempo.
Incluímos no item dos linfomas linfoblásticos o tumor de Burkitt cujas células se assemelham ao tipo L3 das leucemias agudas. A origem das células do tumor de Burkitt ainda não está determinada, entretanto, tudo leva a crer que esteja relacionada à célula blástica do centro germinativo que precede o centroblasto (precentroblasto de Lennert) (7). Aqui os detalhes citomorfológicos são de grande valor para o diagnóstico diferencial, o que facilita o início do tratamento em casos de urgência, mesmo antes do resultado histopatológico.
Para o diagnóstico citológico dos "outros tipos de LNH" do item 2, é importante o treinamento para a identificação das células linfóides transformadas (centroblasto, centrocito, imunoblasto, etc.), cujas características morfológicas foram mencionadas anteriormente.
Por último, no item C, estão incluídas as doenças não hematológicas que invadem o linfonodo, focal ou difusamente (metástases). O citologista treinado distingue, com certa facilidade, essas células das células malignas não hematológicas, em particular pela cromatina e pela coesão que é característica das primeiras. Um dado de valor é a presença dos corpos linfoglandulares que caracterizam hemopatias malignas (2). Esses corpos, de forma arredondada, são resultantes da fragmentação do citoplasma das células hematológicas.
Para terminar, fornecemos no quadro abaixo um guia para o laudo do imprint do linfonodo:

1. Qualidade do material Celularidade (boa ou hipocelular)

Quantidade de hemácias (pouca, moderada ou grande)

Morfologia das células (conservada, mal fixada, citólise)
2. Proporção das células Destacar as que predominam e avaliar, semiquantitativamente, as demais (aumento discreto, moderado ou intenso)
3. Descrição das células e referência ao dismorfismo a) Pequenos linfócitos - grau de transformação blástica (discreto, moderado ou intenso)

b) Outros tipos de células linfóides - descrever a morfologia e, sempre que possível, identifica-las

c) Histiomonócitos - aumento discreto, moderado ou intenso

d) Histiócitos epitelióides - aumento discreto, moderado ou intenso

e) Leucócitos reacionais - referência aos neutrófilos, monócitos, eosinófilos e plasmócitos

f) Material amorfo com células lisadas (se possível identifica-las)

g) Células malignas não hematológicas
4. Microorganismos Procurar identificar o microorganismo presente
5. Conclusão diagnóstica Sempre que possível, procurar chegar a um diagnóstico, caso contrário, fornecer as várias possibilidades diagnósticas

BIBLIOGRAFIA

1. COTTIER, H; TUK, J. and SOBIN, I.: A Proposal for a Standartized System of Reporting Human Lyph Node Morphology in Relation to Immunological Funtion. Bull W. H. O. 47:375.1972.

2. FLANDERS, E.; KOMSTEIN, M. J.; WAHELY, P. E.; et al. Lymphoglandular Bodies in Fine-Needle Aspiration Cytology Smears. Am J Clin Pathol 99:566,1993.

3. HANSEN, J. A. and GOOD, R. A.: Malignant Disease of the Lymphoid System in Immunological Perspective. Human Pathol. 5:567,1974.

4. HARRIS , N. L.; JAFFE, E. S.; STEIN, H.; et al.: A Revised European-American Classification of Lymphoid Neoplasms: A Proposal from the International Lymphoma Study Group. Blood 84:1361, 1994.

5. KRISHMAN, J.; DANON, A. D. and FRIZZERA, A. G.: Reactive Lymphadenopathies and Atypical Lymphoproliferative Disorders.: Hematopathol. 99:385,1993.

6. LENNERT, k. and STEIN, H.: The Germinal Center: Morphology, Histochemistry, and Immunohistology in Goos, M. and Christophers, E. Lymphoproliferative Diseases of the Skin. Spring-Verlag Berlin, Heidelberg. 1982, 3-15.

7. LENNERT, K. and FELLER, A. C.: Histopathology of Non-Hodgkin's Lymphomas (Based on the Up-dated Kiel Classification). Spring-Verlag Berlin, Heidelberg. 1992.

8. LIU, Y-J; JOHNSON, G-D; GORDON, J. and Mac LENNAN, I. C. M.: Germinal Centers in T-cell-dependent Antibody Responses. Immunol Today. 13:17,1992.

9. LUKES, R. J. and COLLINS, R. D. A Funtional Classification of Malignant Lymphomas. In: REBUCK, J. W.; BERARD, C. W.; ABEL, M. R. (eds). The Reticuloendotelial System (Monographs in Pathology, N0 16) Williams and Wilkins, Baltimore, pp. 213-242.

10. National Cancer Institute Sponsored Study of Classifications of Non-Hodgkin's Lymphomas, Sumary and Description of a Working Formulation for Clinical Usage. 49:2112,1982.

11. RAPPAPORT, H. Tumors of the Hematopoietic System. Atlas of Tumor Pathology. Sect 3. Fase 8. Armed Force Institute of Pathology, Washington, 1966.

12. van den OORD, J. J.: de WOLF-PEETERS, C. and DESMET, A. V.: The Marginal Zone in the Human Reactive Lhmph node. Am J Clin Pathol 86:457,1986.

13. van der VALK, P. and MEIJER, C. J. L. M. The Histology of Reactive Lymph Nodes. Am J Surg Pathol 11:866,1987.

Home | Imprint 1 | Imprint 2