Século
XIX - Anos 1800
Imigrantes
europeus, principalmente suíços, constituem uma colônia agrícola
na Ilha de Superagui. Plantam para subsistência e no cultivo de
arroz introduzem a tecnologia com base no sistema de irrigação.
Especializam-se na produção de uva, com ela fabricando o vinho.
Constroem engenho para o beneficiamento do café e da mandioca.
Entusiasmado
com a terra e encantado com o cenário, um deste imigrantes, Wilhen
Michaud, escreve:
"Atualmente,
os matos estão cobertos de flores violetas, vermelhas, brancas,
amarelas e, ao penetrarmos nos bosques, encontramos muitas árvores
cobertas de frutos e que haviam florescido antes; se poderá crer
que estamos no paraíso."¹
O
fim da economia apoiada no trabalho escravo provoca uma crise na
produção agropecuária, determinando que agricultores abandonem
suas terras. Isso acontece no final do século XIX, quase nos anos
1900.
Ao
mesmo tempo, e geradas pela mesma modernidade, são construídas a
estrada da Graciosa (ligando Curitiba a Antonina) e a estrada de
ferro Curitiba-Paranaguá, favorecendo e privilegiando o transporte
por terra. "Escoar e produção por via marítima e fluvial
ficou muito mais caro". Estes fatos geram o deslocamento das
famílias agricultoras, que migram para o interior da baía,
transformando-se em pescadores.
O
isolamento da região se intensifica porque não havia comunicação
terrestre com o restante da área. Esse isolamento só virá a ser
rompido no século seguinte, em 1970, com a construção da PR-404,
ligando Guaraqueçaba a Antonina.
Na
região pertencente a APA, o município de Guaraqueçaba é a
primeira terra do Paraná povoada por portugueses, quase em meados
do século XIX, diversos sítios e fazendas pretendiam a honra de
ser a sede da futura povoação. Foi em 1838 que Cypriano Custódio
de Araújo e Jorge Fernandes Correa, antigos proprietários de
terras, construíram a Capela do Bom Jesus dos Perdões, na encosta
do Morro do Quitumbê. Em torno da capela surgiram habitações e em
pouco tempo, a povoação nascente ganha direitos e privilégios.¹
¹ALVAR.
J. ALVAR. J. Guaraqueçaba, mar e mato. UFPR. 1975.
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