METODOLOGIA
DA REGIONAL
Bimba
introduziu uma nova forma de ensino da capoeira, criando
um método que permitia que a mesma pudesse ser
ensinada a vários alunos ao mesmo tempo, seguindo
um plano pedagógico:
- Aulas;
- Turmas;
- Horários
determinados;
- Lições;
- Treinamentos
específicos;
- Avaliações;
- Formatura;
- Especializações.
Um método que conciliava novos e antigos
modos de transmissão da capoeira e que também
facilitava aos alunos provenientes de outros meios, que
não os tradicionais da capoeira, a se habilitarem
para o seu jogo, dominando os atributos que os antigos
recomendavam para um bom capoeirista - esperteza, agilidade,
elasticidade, jogar em cima e em baixo, ser corajoso entre
os outros.
PRINCIPAIS
ELEMENTOS DO MÉTODO DE ENSINO CRIADO POR BIMBA
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O
exame de admissão:
Avaliação inicial do aluno-calouro. É
uma chance para o aluno mostrar suas propensões,
sua junta, facilidades e dificuldades corporais para a
prática da capoeira.
O
aprendizado da ginga:
O mestre pegava nas mãos do aluno e a partir daí
se iniciava o aprendizado, a transmissão da capoeira,
ensinando a ginga, movimento fundamental da capoeira,
sem o qual ela não existe. De mão em mão,
foi assim que a Regional preservou esta forma de passagem
da capoeira como prática artesanal.
A
Seqüência do Mestre Bimba:
Oito séries de golpes e contra golpes combinados,
feitos em parceria, que devem ser praticados todos os
dias de aula. "A seqüência é o
ABC da Capoeira Regional". Ela facilita e agiliza
o aprendizado. Os golpes e movimentos nela treinados,
são os mais usuais na roda de capoeira.
Cintura
desprezada:
É uma seqüência de balões, executada
em parceria. Os balões, os golpes ligados da Regional,
criados por Bimba, cujo pragmatismo era o de ensinar o
capoeirista a saber sair e livrar-se dos agarrões,
tinham tradição na capoeira de antigamente,
que possuía os balões, conforme os relatos
dos velhos Mestres e dos cronistas do passado da capoeira.
Entrar
no aço:
Termo em que o Bimba assinalava como à entrada
do calouro na roda. O Aço era referência
direta ao arame sonoro do berimbau. Era O Batismo, quando
o calouro jogava com um veterano, que a partir de então
seria o seu padrinho.
A
Roda:
A Regional, assim como os velhos mestres da Bahia, valorizaram
a roda como um dos mais importantes meios de aprendizado.
Esquenta
banho:
Originou-se em virtude da Academia do Bimba possuir apenas
um banheiro tendo assim os alunos de tomar banho um de
cada vez. Como ficar parado esfriava, os alunos ficavam
esquentando para o banho.
Formatura:
Na academia do Bimba, era a complementação
do curso primário, segundo ele.
Os
cursos de Especialização:
Este curso encerrava-se com as emboscadas no mato onde
eram traçados várias situações
perigosas para o capoeirista livrar-se, lembrando as perseguições
que os negros escravos enfrentavam se livrando dos capitães
do mato e perseguidores a mando do senhor.
A
Charanga:
A Charanga é a orquestra, a bateria de instrumentos.
A bateria da Regional tem a seguinte formação
clássica: 1 Berimbau e 2 Pandeiros. O Berimbau
é o instrumento rei. É ele quem dá
o toque (referência), para o tipo de jogo e o seu
andamento.
Os
Cantos:
São as Quadras e os Corridos.
A
Barbada:
Criada por BIMBA, a Mulher Barbada, Barbada ou Barbadinha
é uma bebida alcoólica à base de
ervas medicinais que faz parte da tradição
da Capoeira Regional, servida sempre em ocasiões
festivas: festa de batizado, Formaturas e outras.
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