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A esfera intelectual nas organizaçõesHá alguns anos falar sobre atividade intelectual em empresas provocaria risos na maioria das pessoas. Ainda hoje, muitos empresários ainda conservam esse preconceito. Mesmo assim essa situação está mudando. Peter Drucker já observou que a revolução industrial começou com o estudo sistemático das atividades de produção pelos enciclopedistas, que deu origem à nossa tecnologia. A primeira etapa da vida intelectual das organizações começa com o reconhecimento de que o trabalho é um objeto legítimo da atividade intelectual. Nessa primeira etapa, porém, a atividade intelectual nas empresas é reduzida, chegando no máximo a uma engenharia encarregada dos processos de transformação física. A segunda etapa da vida intelectual das organizações acontece quando a atividade intelectual é integrada às demais atividades da empresa. O pioneiro nessa incorporação foi Taylor, que mostrou como o método científico podia ser aplicado com sucesso ao gerenciamento do trabalho e definiu o papel do administrador. Com a evolução da atividade econômica, as organizações tornaram-se mais complexas, ampliando o escopo das atividades intelectuais dentro delas: finanças, marketing, produção, recursos humanos, organização e métodos. A esfera dos trabalhadores do conhecimento--"colarinhos brancos" e média gerência--assumiu importância decisiva dentro da empresa. Estamos agora entrando em uma nova fase, que podemos chamar de pós-industrial, na qual processamento de informações e produção de conhecimento são encarados como processos decisivos para o desempenho do negócio. Isso é o que está por trás das novas técnicas administrativas: gestão da qualidade, reengenharia, gestão do conhecimento, aprendizagem organizacional. Na fase pós industrial, as organizações adotam o estilo participativo de gestão, os colaboradores tomam parte nas decisões, sentem-se 'donos' de seu trabalho, devem ser ao mesmo tempo 'trabalhadores', 'administradores' e 'empreendedores'. |