Em
pacientes com insuficiência cardíaca congestiva, a atividade
neuro-endócrina aumenta para manter a estabilidade hemodinâmica mesmo
diante de uma performance miocárdica deteriorada; tal atividade se
expressa agudamente por descarga simpática para o coração, vasos
sangüíneos (arteríolas e veias) e medula adrenal, e em longo prazo, por
retenção de sal e água. Apoiando essa resposta, são ativados em
seqüência o sistema renina-angiotensina-aldosterona (S-RAA) e o
ADH-vasopressina.
A
hiperativação destes mecanismos de regulação hemodinâmica resulta em
manutenção crônica de níveis elevados de pré-carga e pós-carga; a
resposta cardíaca a tais condições adversas de carga inclui a
remodelagem de câmaras, com desenvolvimento de hipertrofia e/ou
dilatação.
Para
garantir controle "fino" do nível de vasoconstricção em cada
órgão, de modo a manter seu funcionamento adequado, substâncias
vasodilatadoras e natriuréticas são liberadas, como Prostaglandinas,
dopamina e hormônio natriurético atrial.
Além
disso, a atividade do EDRF (fator relaxador endotélio-dependente)
reduz-se na ICC. Quanto mais altos os níveis de nor-adrenalina, hormônio
natriurético atrial, angiotensina II e ADH-vasopressina, mais sombrio o
prognóstico; a mortalidade na ICC grave é altíssima, da ordem de até
40% em 2 anos, porém é responsiva ao tratamento.
Os
sofisticados mecanismos de compensação cardiovascular que vamos agora
estudar evoluíram de modo Darwiniano ao longo de milhares de anos,
preservando a homeostase circulatória durante períodos de estresse
biológico representados por cataclismas geológicos e/ou agressão por
animais.
Os
mecanismos provavelmente se desenvolveram para melhorar a performance
cardiovascular em situações agudas, mas certamente passou a ser
seguidamente "emprestado" para apoiar um coração cronicamente
insuficiente.