COMPARAÇÃO ENTRE OS MOTORES CICLOS DOIS E QUATRO TEMPOS |
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Podemos notar que o motor a dois tempos (2t) é mais simples que o quatro tempos (4t), possuindo apenas três peças móveis (pistão, biela e virabrequim), o que diminui as perdas com atrito. Além disso, as peças mencionadas são mais leves, pois a pressão dentro do cilindro do motor dois tempos é menor. No motor a quatro tempos, além do peso maior, há a resistência das molas das válvulas, que são usadas para proporcionar o retorno das mesmas às suas posições originais. Mas o motor 4t funciona melhor, é mais eficiente em termos de aproveitamento da energia do combustível e polui bem menos. A grosso modo, para um motor 4t produzir a mesma potência de um 2t de mesma cilindrada, ele tem que girar ao dobro da rotação do 2t. Nos anos 80, a Honda tinha uma moto 4t no mundial de velocidade que competia com as 2t. Ela produzia ao redor de 135hp, mas a rotação de potência máxima era de 25.000rpm, enquanto que as 2t tinham a mesma potência, mas a 12.500rpm. Hoje em dia, na velocidade, com cilindradas iguais, não há comparação, pois as 2t produzem ao redor de 200hp. A não ser que se use um turbo no 4t, aí é outra história, ou se dê vantagem na cilindrada, como a partir do ano de 2002, quando foi permitida a participação de motos 4t com até aproximadamente 990cm3 de cilindrada contra as 500 2t. No campeonato americano de motocross e supercross, havia uma regra que permitia a participação de motos 4t com até 560cm3 de cilindrada na categoria 250, e até 250cm3 na 125. Em 1997, a Yamaha resolveu aproveitar-se desta regra e desenvolveu um protótipo de 400cm3 e que produzia 57hp. O que ela fez foi pegar um cilindro do motor da Fórmula Um, adequar as dimensões para a cilindrada desejada e pronto! O piloto Doug Henry fez muito sucesso com ela, vencendo a última etapa do supercross, em Las Vegas, na estréia do protótipo em competições oficiais. Em 1998, com uma moto de série preparada, ele venceu o campeonato de motocross 250 cilindradas, e depois disso, seguiram-se mais alguns títulos para a Yamaha, na categoria 125 do supercross com as YZF250. Mas por que as fábricas decidiram investir nas 4t? É que a partir dos anos 80, as vendas das 500 2t caíram muito, principalmente porque as 250 estavam ficando muito boas, e poucos pilotos podiam pilotar uma 500. As preocupações dos fabricantes quanto ao aspecto de poluição também foram levadas em conta, mas ninguém conseguia fazer uma 4t que andasse junto com as 2t. Até que a Yamaha entrou em cena com a YZM400F. Os pilotos dizem que elas são mais fáceis de pilotar, menos brutais e o ronco do motor faz os fanáticos por 4t delirarem! |