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Apoio à leitura de O Ano da Morte de Ricardo Reis, de José Saramago     
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BREVE CRONOLOGIA POLÍTICA DE PORTUGAL

-  Século XX  -


Publicação gratuita da Divisão de Bibliotecas e Documentação
da Câmara Municipal de Lisboa, Março 1999

1906

  • Crescem os movimentos republicanos e radicais durante o reinado de Carlos I, que subira ao trono em 1889. A indicação como primeiro-ministro de João Franco, um ditador anti-republicano, serve para aumentar os distúrbios.


1909

  • O rei Carlos I e o seu filho mais velho são assassinados em Lisboa. Sobe ao trono o seu segundo filho, Manuel II. Embora venha a restabelecer os poderes constitucionais, não impede que a corrupção prolifere no país, como nos tempos do seu pai.


1910

  • Manuel II é deposto por uma revolução liderada por forças do exército e da marinha. Instauração da República. Início do período de República Parlamentar.


1911

  • É promulgada uma constituição liberal, que estabelece a separação entre a igreja e o Estado. Manuel José de Arriaga é eleito como primeiro presidente da República Portuguesa.
  • Durante os próximos quinze anos, o país será dominado pelo caos político, com sucessão de ministros após ministros. A duração média de permanência no cargo será de quatro meses.


1916

  • Cumprindo um acordo de aliança com a Grã-Bretanha, Portugal aprisiona cerca de 70 barcos alemães ancorados em portos nacionais, no princípio da Primeira Grande Guerra. A Alemanha declara guerra ao país em 9 de Março. Tropas portuguesas lutam na França e em África. A desordem e a turbulência política, entretanto, prevalecem a nível interno.


1917

  • Anunciada a aparição em Fátima, no centro de Portugal, da Virgem Maria.
  • Uma revolta militar, iniciada a 5 de Dezembro, leva ao poder o major Sidónio Pais, que possuía um certo carisma popular. Acumula todos os principais cargos políticos e funda a República Nova, que irá durar apenas um ano, até o seu assassinato em Dezembro de 1918.


1919


1921

  • António de Oliveira Salazar, um ex-seminarista e professor de economia, é eleito deputado através do Centro Académico da Democracia Cristã (CADC) de Coimbra, que constituiu um dos veículos de oposição católica à República liberal. Comparece apenas a uma sessão da Câmara dos Deputados, sem fazer qualquer intervenção, e afasta-se em definitivo da cena parlamentar.


1926

  • Um novo golpe militar depõe o 40º ministro a ocupar o cargo desde a proclamação da República, em 1910. O General António de Fragoso Carmona é escolhido pelos militares como chefe de governo. Final da República Parlamentar e início da Ditadura Nacional. Salazar exerce por poucos dias o cargo de ministro das Finanças, que prontamente abandona por divergências de fundo com os generais.


1928

  • Carmona vence as eleições à presidência, nas quais concorreu como candidato único. António de Oliveira Salazar retorna ao poder, nas suas próprias condições, como um superministro com poderes para desenvolver uma política rigorosa de controle da máquina do Estado, condição indispensável para o combate à crónica crise financeira nacional.
  • Salazar é bem-sucedido em sua tarefa, tornando-se rapidamente na mais poderosa figura política de Portugal. Uma das suas primeiras medidas foi criar meios para que a igreja católica recuperasse o poder que lhe tinha sido retirado.


1930

  • Salazar funda a União Nacional, uma organização política com base em princípios autoritários, inspirada em alguns pontos na Itália de Mussolini.


1932

  • Salazar torna-se Primeiro Ministro e ditador de Portugal. Alimenta uma imagem paternal de dirigente dedicado exclusivamente à governação, "casado com a Nação" (a sua vida privada deixa de ter qualquer significado).


1933

  • Salazar promulga uma nova constituição que cria o Estado Novo, de regime corporativista, com economia planeada, onde não há lugar para qualquer espécie de oposição. A ordem é garantida pela censura total e a sinistra actuação de uma polícia política: a Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE), que mais tarde passará a chamar-se Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE) e finalmente Direcção-Geral de Segurança (DGS). Final da Ditadura Nacional e início do Estado Novo.


1936

  • Salazar apoia a revolta liderada pelo General Francisco Franco, no princípio da Guerra Civil Espanhola. Corte de relações com o governo republicano de Madrid.
  • Criação do campo de concentração do Tarrafal.
  • Fundação da Mocidade Portuguesa, Legião Portuguesa e "Viriatos".
  • Revolta dos navios de guerra "Dão", "Bartolomeu Dias" e "Afonso de Albuquerque"


1939

  • Salazar assina um pacto de não-agressão com a Espanha, já dominada pelo General Franco.


1940

  • Em 29 de Julho, é incluída uma claúsula no pacto de não-agressão com a Espanha que garante a neutralidade de ambos os países durante a Segunda Grande Guerra.


1943

  • Salazar permite que navios e aviões das forças aliadas utilizem como base as ilhas dos Açores, quando já tornava-se evidente a queda dos países do Eixo.


1961

  • Ocupação de Goa, Damão e Diú pela União Indiana.
  • Explodem as lutas pela independência nas colónias a partir de Angola. Início da Guerra Colonial.


1968

  • Após um acidente doméstico - queda de uma cadeira - Salazar é substituído por Marcello Caetano, um professor de direito e homem de negócios, a longo tempo associado ao regime. O ditador jamais virá a inteirar-se do facto até à sua morte, ocorrida em 27 de Julho de 1970.


1974

  • Um movimento liderado por oficiais das Forças Armadas depõe Marcello Caetano, em 25 de Abril, pondo fim a 48 anos de ditadura. Acaba-se o Estado Novo. Fim da Guerra Colonial com a independência de todas as colónias, exceptuando-se os terrítórios de Macau e Timor Leste, que é ocupado pela Indonésia.


1976

  • Estabelecimento, através de uma nova constituição, da República parlamentar de regime semi-presidencialista.





Consultas feitas a

Diciopédia 2000
Porto Editora-Multimedia, 1999  
»
Exemplares disponíveis nas bibliotecas municipais

Encarta Encyclopedia 98
Microsoft, 1993-1997  »


- Reprodução não oficial -




Maiores informações podem ser obtidas em
Tábua Cronológica, VIDAS LUSÓFONAS  »






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