Epístola de Tiago
Informações rápidas:
Autor:
Tiago?
Destino:
As “Doze Tribos” - Cristãos judeus
Propósito:
Dar instruções morais e refutar a idéia da “crença fácil”
Conteúdo:
Cap. I: Saudação e diversas instruções éticas | Cap. III e IV: Lições morais |
Cap. II: A
verdadeira religião e seus preceitos |
Cap. V: A
“parousia” (2ª vinda de Cristo), e outras lições para a boa conduta cristã |
Introdução
A
Epístola de Tiago é de estilo clássico com um tom forte e austero. Tem
conteúdo bem diversificado e dedicado à exortação a uma vida religiosa
autêntica. É provavelmente a carta mais antiga do Novo Testamento.
O livro, no entanto, é o mais disputado de o Novo Testamento, depois do livro de
Apocalipse. Desde que começou a
ser usado regularmente pela Igreja Cristã (Século IV), eminentes estudiosos da
Palavra expressaram suas dúvidas acerca da autenticidade da carta.
Após passar por diversos e severos testes, ela foi finalmente
incorporada ao Cânon do Novo Testamento.
Uso pela Igreja Primitiva
Esta
é uma das razões para a disputa sobre a autenticidade da Missiva. A Igreja Primitiva (séculos
I e II) não fazia uso regular da Epístola.
Os primeiros pais da Igreja, tais como Clemente de
Roma, Justino Mártir,
Policarpo, Inácio, Irineu e outros, não fizeram nenhuma menção desta Epístola,
nem usaram seus versículos em seus documentos.
Tiago foi mencionada claramente, pela primeira vez, por Orígenes no
final do século III. Somente a
partir de então é que ela teve uso regular na Igreja (Grega), e passou a
figurar em algumas listas e catálogos, que eram as primeiras tentativas de formação do
Cânon do Novo Testamento.
Autoria
Um dos pontos mais
disputados e com o que pouquíssimos historiadores e teólogos concordam é
quanto ao autor da Epístola. A
maioria concorda que a Epístola não tem autoridade apostólica.
O autor da epístola de Tiago era bem versado na filosofia e retórica helênicas.
Pela total falta de identificação do próprio escritor da carta, portas
são abertas para a especulação de quem poderia ter produzido esse Panfleto.
Uma saída bem aceita é que o autor fez uso da pseudepígrafe (onde alguém
produz um documento e adota o nome de outra pessoa mais eminente para garantir a circulação
do seu material). Afinal, quanto à questão da autoria, não se pode
estabelecer com exatidão quem possa ter escrito aquela Epístola; e, qualquer
afirmação, é mera conjectura.
O Conteúdo
A carta de Tiago é muito fragmentada em seu pensamento, pois as declarações nos vários capítulos são dispostas de modo desconexo, isto é, não apresentam uma seqüência contínua de pensamento, especialmente os capítulos III à VI. É indubitável que a Epístola representa o “Cristianismo Legalista”, aquele pregado pelos judaizantes (judeus cristãos que se mantiveram na Lei Moisaica), no qual a Nova Aliança era um complemento à Antiga, e não seu substituto. O documento, além de apresentar “as obras segundo a Antiga Lei”, em muito se assemelha, e até depende de escritos do A.T., especialmente de Provérbios, Eclesiastes e Salmos. A ênfase de Tiago acerca da necessidade da obra aparente para a salvação, ou seja, a salvação não provem só de fé, é a razão maior da rejeição dessa Epístola por tantos que estudam a Bíblia. Tiago opõe-se frontalmente aos ensinos de Paulo acerca da justificação pela fé (Rm. 4 com Tg. 2:14 e ss.). Não há como conciliar Tiago e Paulo neste ponto, ainda que muitos assim intentam fazer.
Conclusão
O que podemos dizer é que Tiago trouxe à tona uma questão comum a todos os tempos da Igreja, que se tornava um problema, e necessitava de uma solução enérgica. É fato que aquele que professa fé no Senhor, não pode negligenciar as obras que esse Senhor deixou para ser feita. Na verdade, a fé genuína produz obras - obras de fé. A caridade feita por um cristão não é feita (pelo menos não deve ser) por obrigação, mas como fruto da sua fé em Cristo. O amor de Cristo nos compunge à realização de obras de amor. Assim, cumprimos a Lei de Cristo e dos Profetas. Assim como outros escritos antigos, produzidos por cristãos sinceros e tementes a Deus, a Epístola de Tiago contém ensinos proveitosos e valiosos para a uma vida cristã sadia.
J. Marques
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