origens dos termos pós-moderno, pós-modernidade e pós-modernismo
Michael Koehler, citado por John M. Unsworth (1998), tem sua versão para a origem do termo, delineando algumas diferenças importantes quanto a esta. Afirma que o termo pós-moderno (post-modern) foi introduzido, em inglês, nos anos 40, por Arnold Toynbee, que o utilizou para designar o período desde 1875 até o presente. Koehler diz que Irving Howe pode ter sido a primeira pessoa a chamar a literatura posterior ao modernismo de "pós-moderna", no seu ensaio de 1959 "Sociedade de Massa e Ficção Pós-moderna." Uma boa parcela da confusão que tem acompanhado o uso deste termo nos anos recentes, na opinião de Unsworth, pode ser atribuída ao fato de não levar em conta já ter havido duas gerações de pós-modernos e que as duas têm pouco em comum. Ele decidiu usar o termo com hífen em inglês "post-modern" para a primeira, que parece ser uma extensão do modernismo, e para a segunda o termo "postmodern", que implica o nascimento de uma nova entidade. Esta última é cada vez mais comum, mas ao invés de aplicar indiscriminadamente o termo, diz , este deveria denotar especificamente esta geração que surge, que se auto-conceitua como diferente e em oposição ao modernismo.
Outras definições dos termos Pós-modernismo, Pós-moderno e Pós-modernidade podem ser encontradas na Web: podemos consultar "The Po-Mo Page" da Georgetown University, assim como "The Postmodernity in Everyday Life". Nestas referências a definição é dada através de seu sentido atual, sem a preocupação pelas origens: sugere-se diferenciar a condição histórica (política / econômica / social) do movimento intensional nas artes, filosofia e política. Afirmam seus autores que Lyotard considera o pós-moderno como uma "condição" histórico-cultural baseada na dissolução das grandes narrativas ou meta-narrativas (Marx, Freud), uma crise das ideologias, enquanto não se mostraram transparentes. Já para Fredric Jameson, o pós-modernismo seria um movimento nas artes e na cultura em correspondência a uma nova configuração da política e da economia, a qual, seguindo a Ernest Mandel, chama de "capitalismo tardio": economias de consumo transnacionais baseadas num contexto global de capitalismo.
Seria interessante examinar as seis indicações sobre os modos de operar com a idéia da pós-modernidade (presentes na cultura, economia e política atuais): 1) depois do modernismo (segue tendências já presentes no modernismo, não necessariamente em sucessão cronológica) - primeira geração de Kohler; 2) contra-modernismo (subvertendo, resistindo, opondo-se ou contrariando realizações do modernismo) - segunda geração de Kohler; 3) equivalente a capitalismo tardio (consumismo pós-industrial; capitalismo multi e trans-nacional); 4) era histórica em continuação à era moderna; 5) ecletismo artístico e estilístico (hibridização de forma e gêneros, misturando estilos de diferentes períodos culturais ou cronológicos, des- e re-constextualizando estilos na arquitetura, artes visuais, literatura); 6) fenômeno de aldeia global: globalização de culturas, raças, imagens, capital, produtos (era da informação, redefinição de identidades de nação-estado, o que era o fundamento da era moderna; disseminação de imagens e informações além dos limites nacionais, lingüísticas, étnicas; um sentido de mistura global de culturas numa escala não-conhecida nas sociedades prévias à era da informação). Todos estes modos se podem apreciar nas mudanças no trabalho do psicoterapeuta ou criando demandas que tendem a produzi-las, como vamos apreciar adiante.
Entretanto, quais os veículos de difusão e sustentação destas alterações?
economia e política na modernidade e na pós-modernidade
a clínica nos tempos pós-modernos