Conhecer os custos de seus produtos é básico para a empresa ter sucesso em suas atividades

 CUSTOS SIMPLIFICADOS E NORMAS CONTÁBEIS

Apuração de custos 

 

 

 

Sistema de custos

 

         A despesa, contrário de receita, se ajusta a um período. O custo se ajusta  ao produto, sem prejudicar o regime de competência das despesas. Esta é a diferença básica entre despesas e custos.   Um sistema de custos interessa, sobretudo,  ao controle interno da empresa.  Pode ser de produtos, serviços departamentos ou setores. Tem estes objetivos principais:

  • achar os custos reais dos produtos, serviços ou departamentos.

  • calcular custos unitários.

  • indicar quais devem ser os preços de vendas.

  • definir quais produtos ou serviços devem ter sua produção elevada, reduzida ou até cancelada.

  • exercer outras funções de controle de custos e lucros.

       Uma empresa que fabrique cinco produtos,  mais ou menos similares,  tem, por hipótese, uma despesa mensal de 50 mil reais, a qual pode se ajustar aos produtos como na simulação simplificada abaixo:

 Produtos Custos (1) (A) Quantidade produzida (B) Custo unitário (A/B)
 Produto 1 10.800 232 46,55
 Produto 2 9.450 340 27,79
 Produto 3 11.250 198 56,81
 Produto 4 9.700 250 38,80
 Produto 5 8.800 290 30,34

total

50.000(C)

1310 (D)

-

   

Custo médio (C/D)

38,16       

(1) - inclui todos os custos. 

 

Procedimentos

 

       O cálculo de custos por processo extracontábil pode seguir o roteiro abaixo, com auxílio dos dados da contabilidade geral.  A apuração pode ser por meio manual, mecânico ou até eletrônico.

  • Cria-se uma ficha para cada tipo de produto ou serviço ou departamento, na qual se lançam os custos incorridos (diz-se “carregar os custos” na linguagem usual) durante o processo produtivo.

  • Finda a produção, distribuem-se os custos indiretos segundo critérios fixados. A dificuldade maior está, com certeza, no  rateio desses custos indiretos.

  • Somam-se os custos de cada ficha, dividindo-se, se o for o caso, esse total pela quantidade de unidades produzidas para achar o custo unitário de cada produto como no exemplo acima.

       A soma de todos os custos das fichas deve ser igual ou, mais, ou menos, igual à despesa total do período, caso se incluam os custos totais.  O sistema pode incluir ou não os custos administrativos indiretos.  

 

Processo contábil

 

       Esse processo consiste em registrar valores de contas de despesas em uma conta de produção, ou seja, criar custos. A contabilidade geral ou financeira, pois, fornece à de custos esses informes. Ambas andam paralelas e sintonizadas. Mais uma vez, a dificuldade maior está no rateio dos custos indiretos. No final, acham-se os custos unitários mediante divisão dos custos totais pelas quantidades produzidas.

 

Custos-padrão

 

      Em ambos os métodos, podem ser calculados custos-padrão para, em função das variáveis envolvidas, achar novos custos-padrão


Normas contábeis

 

Princípios  (normalmente aceitos)

  • Realização – a receita ou a despesa ocorre se bens ou serviços são fornecidos a terceiros em troca de dinheiro ou de outros itens do ativo. A Contabilidade só admite isso nesse momento, mas a Economia, para fins de estudo, pode calcular o ganho ou a perda antes mesmo de sua venda.

  • Entidade – A figura da empresa não se confunde com a de seu dono, embora ambas possam ter a mesma expressão econômica. Isso distingue a pessoa física da jurídica. No caso de uma sociedade, essa distinção é clara. O capital, por exemplo, fica no passivo porque é uma obrigação da empresa para com seus donos. Como esse tipo de passivo não exigido normalmente, diz-se que ele é “não exigível”. Na extinção de uma firma, porém, os sócios exigem sua quota de capital. Do mesmo jeito, receitas são do passivo porque são exigências dos donos anos para com a empresa. Os gastos, por oposição, são  exigências da empresa (direitos seus) para com seus donos, razão por que ficam no ativo.

  • Custo como base de valor Em geral, o custo histórico ou de aquisição é o normal, mas em épocas de inflação ou deflação, com flutuação de preços, tende a vigorar mais o custo de mercado

  • Regimes adotados – As despesas e as receitas são do período em que foram realizadas. Não importa que tenham sido pagas ou não. É o dito regime de competência, mais comum nas empresas. Quando só receitas recebidas e despesas pagas são levadas em conta, o regime é o de caixa, que vigora, em regra, em entidades sem fins lucrativos. No serviço público, porém, de acordo com norma legal, há um regime misto: competência nas despesas e caixa nas receitas. O analista aí deve está atento para essa questão que pode distorcer resultados. Mas a lei foi sábia ao adotá-lo, pois se há o regime de caixa nas despesas, o mau gestor público poderia deixar de pagar gastos para melhorar o resultado e seu caixa. Do mesmo modo, se há o regime de competência nas receitas, ele poderia deixar de receber receitas de protegidos, sem afetar o resultado.         

  • Base monetária – A base para registro é a moeda em vigor no País. Mas aí a inflação pode bagunçar. Por essa razão, foi criada a correção monetária. Porém, esse mecanismo no Brasil, usado mais com fim fiscal, deve distorcer mais que corrigir, por razões que não cabe aqui discutir. O ideal seria que as empresas tivessem, ao lado da escrita normal, outra em valores reais ou moeda constante (que inclui o aumento de preços). Isso anularia os efeitos da inflação, com registros mais reais. O imposto de renda exige coisa parecida.

Convenções (normalmente aceitas)

  • Consistência – Os princípios adotados nos registros contábeis não devem ser mudados, para que haja uniformidade e consistência nos relatórios contábeis.

  • Conservadorismo – Sempre que houver opções para atribuir valores diferentes ao ativo ou ao passivo, deve-se dar preferência ao mais baixo para o ativo e ao mais alto para o passivo. Esta convenção pode modificar um pouco o princípio do custo como base de valor.

  • Materialidade – Só se registram os itens que têm alguma expressão monetária. Os de valor irrelevante ou nenhum ficam de fora. Os gastos com material em uso (a parte do lápis usada, por exemplo) não são objeto de registro. Ai este ocorre por inteiro quando o item vai ao uso. Essa convenção pode ser estendida aos relatórios gerenciais que devem mostrar apenas valores expressivos no conjunto. Um gestor público ou privado, que, num programa de redução de custos, comece por cortar ou limitar o cafezinho (ou coisas parecidas), por exemplo, está caindo na imaterialidade, pois custos maiores devem existir, às vezes a sua frente, afetando os resultados. Do mesmo jeito, a dona de casa que, para fazer economia no lar, inicie pelo controle do gasto com palitos ou com papel higiênico, incorre no mesmo erro


Conceitos contábeis  

 

             Abaixo, diversos conceitos em Contabilidade (geral e pública), em ordem alfabética e dentro da matéria exposta. Para ver o significado clique em cada um:

Nota: outros conceitos básicos estão claros onde 

estão contidas idéias listadas acima.


Custos indiretos - Não incidem de forma direta. Apropriam-se de forma indireta (aluguéis, depreciação, salários de mão-de-obra indireta, energia elétrica etc.), por meio de rateio.

Rateio - divisão proporcional de custos indiretos entre produtos, serviços ou departamentos, mediante uso de certos critérios de rateio (área, cubagem, percentuais, valor etc.).

Despesas não monetárias -   Exemplos: as máquinas e os móveis de uma indústria se desgastam pelo uso. Os próprios imóveis, embora podendo se valorizar, sofrem esse tipo de desgaste. Uma parte dos títulos a receber se mostra incobrável, ou seja, gera perdas.. Há  outros casos de depreciação, inclusive ligados ao orçamento doméstico. Os fundos  ou provisões são  feitos  como retenção de parte dos lucros . São parcelas subtrativas de grupos do ativo. Surgem no não exigível, em regra.

            Nem sempre está disponível a grana para repor o bem desgastado ou a perda sofrida, embora exista o fundo ou a provisão. O importante é ter a coisa como perda real, evitando que se consuma essa parcela como lucro. O freguês, por exemplo, que começa com um carro novo e, depois que este fica velho, não pode mais comprar um novo, por certo, ignorou a depreciação ou não pôde bancá-la. Os lucros retidos costumam ficar aplicados no capital de giro. É mais lucrativo assim, em geral. Espera-se apenas que haja condições de fazer a reposição quando necessária. 

 

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Editada em 26/07/03

Atualizada em 07/05/2004