VERAS

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  REACIONÁRIOS  

 

 

 

«O seu olhar não me cobriu de afagos

e minha imagem nem sequer guardou

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Eu olhei, ela olhou... doce mistério!»

B. Guimarães.

 

 

 

 

Oh, quando vens num passo à fidalguia,

em terna oscilação cadenciada,

ver chegando, eu suponho em fantasia,

bela visão fantástica e adorada...

 

 

 

 

Teus límpidos olhares são de Vênus,

festiva, resplendente e clara estrela;

eles refulgem rútilos, serenos...

A sua luz eu quero sempre vê-la.

 

 

 

 

Aproximas de mim... E fico louco!...

E quando tu me vês, então é quando

entristeces e vais a pouco e pouco

para evitares-me a vista recuando...

 

 

 

 

E que metamorfoses se operam

nesses olhares que eram sorridentes!

Eles perdem a graça e degeneram,

em olhares de rolas que vêem gentes...

 

 

 

 

Tento mirá-los, mas, tafuis, esquivos,

como miragens, vão retrocedendo

logo; e em sentido oblíquo, claros, vivos,

fogem jorrando luz e se escondendo...

 

 

 

 

E sem te ver o olhar que o meu acossa,

agora sem sorrir, ao sério cismo,

tentando descobrir — Mas sem que o possa! —

esse doce mistério em que me abismo...

 
 

 

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