VERAS
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ANALOGIA | |||
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Eu vi, um dia, um sabiá, no Outono, a remexer, no chão, folhas e flores
E, vendo-as murchas, quase sem olores, ele entoava, tristonho, uma elegia — amava a Primavera — de saudade. |
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Ao triste sabiá faz companhia meu coração; pois tem afinidade meus cantos com seu treno ressentido. Meu coração entoa, abandonado, a liturgia longa de um gemido, revendo as folhas soltas do passado — e as flores murchas em que ainda há numes de sonhos róseos, pulcros e singelos, cheios de inspirações e de perfumes a relembrarem cúpidos anelos... |
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