VERAS

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  ANALOGIA  

 

 

 

Eu vi, um dia, um sabiá, no Outono,

a remexer, no chão, folhas e flores

murchas em abandono...

E, vendo-as murchas, quase sem olores,

ele entoava, tristonho, uma elegia

— amava a Primavera — de saudade.

 

 

 

 

Ao triste sabiá faz companhia

meu coração; pois tem afinidade

meus cantos com seu treno ressentido.

Meu coração entoa, abandonado,

a liturgia longa de um gemido,

revendo as folhas soltas do passado —

e as flores murchas em que ainda há numes

de sonhos róseos, pulcros e singelos,

cheios de inspirações e de perfumes

a relembrarem cúpidos anelos...

 
 

 

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