VERAS

=====================================================================

 

 

 

Última Carta

 

 

 

À M. de L.

 

 

 

 

Ao ler as tuas cartas, que harmonias

scherzavam-me na alma outrora. Outrora,

como eu era feliz, quando sorrias

do meu afeto desleal senhora.

 

 

 

 

Eu tinha orgulho, ouvindo o que dizias:

palavras virginais que o coração decora.

Hoje, porém, és outra!... Quantas ironias

diz-me essa boca afeita ao beijo... agora.

 

 

 

 

E que serás, fanada flor capciosa,

ferida por lasciva mão vaidosa

de quem devia conservar-te pura?

 

 

 

 

A carta que pensei — dura verdade! —

viesse raiar-me em sã felicidade,

fez o negror de minha desventura.

 
 

 

Go to the Poem in English

Ir para o primeiro Poema

Ir para o anterior Poema

Ir para o próximo Poema

Ir para o último Poema

Ir para a Página de Abertura

Ir para o Menu em Português

Ir para o Sumário em Português