VERAS

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  Em desprezo  

 

 

 

Que vale a vida a quem perlonga a traça

dos infelizes, dos desamparados?

Não pode deleitar-me tua graça,

nem podem distrair-me os teus agrados.

 

 

 

 

O amar-te tanto é minha atroz desgraça

que tem travor dos mais negros pecados.

O meu consolo é que esta vida passa

e com ela se vão nossos enfados.

 

 

 

 

Mas vivesse eu contigo — ambos juntinhos,

eu a gozar tuas graças, teus carinhos,

e ser feliz como és, ter igual sorte!

 

 

 

 

Assim eu desejava vida eterna,

permanente, feliz — vida inalterna.

E que medo eu teria então da morte!

 
 

 

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