VERAS

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  Vernais  

 

 

 

No céu há lustres, há nuvens douradas,

feitas desse áureo pó que o sol produz.

Luzes no monte, ao longe, alcandoradas.

Impera a aurora, dominando a luz.

 

 

 

 

A linfa, pressurosa, em seu declívio,

serpenteando por entre a penedia,

vem tomar parte nesse bom convívio,

cheia de luz e cheia de harmonia.

 

 

 

 

Brilhos nas várzeas há, raios nos prados,

valsando, alegres, sobre os vegetais.

Luzes transpondo montes e valados,

dando esplendor às micas e aos cristais.

 

 

 

 

O sol é a vida — as luzes são as vidas

dessas florinhas belas. Que floreios!

Flores risonhas, castas, coloridas,

erguem a luz, que é a vida em pulcros seios.

 

 

 

 

Refulgem lagos e rebrilham fontes,

tremeluzindo as águas pela flor.

Refletem raios mil, refletem montes,

aonde as micas mostram esplendor.

 

 

 

 

Soam acordes de epopéias: — trenos,

em enleios de sons, vagam, dispersos.

Notas sonoras há, trilos amenos,

gorjeios límpidos, requebros tersos.

 

 

 

 

Evolam-se árias, odes, cavatinas,

cortando essa amplidão fluídica, azul.

Dançam as borboletas mais lustrinas

em coréia festival, taful.

 

 

 

 

A natureza está agora em galas.

As aves cantam na floresta em flores —

flores que servem sempre a excitá-las,

a mais plena expansão de seus amores.

 

 

 

 

A natureza agora está em festa,

numa solenidade magistral,

e agora ao meu olhar se manifesta,

cheia de encantos, fúlgida e imortal.

 
 

 

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