VERAS
=====================================================================
Vernais | |||
|
|||
No céu há lustres, há nuvens douradas, feitas desse áureo pó que o sol produz. Luzes no monte, ao longe, alcandoradas. Impera a aurora, dominando a luz. |
|||
|
|||
A linfa, pressurosa, em seu declívio, serpenteando por entre a penedia, vem tomar parte nesse bom convívio, cheia de luz e cheia de harmonia. |
|||
|
|||
Brilhos nas várzeas há, raios nos prados, valsando, alegres, sobre os vegetais. Luzes transpondo montes e valados, dando esplendor às micas e aos cristais. |
|||
|
|||
O sol é a vida — as luzes são as vidas dessas florinhas belas. Que floreios! Flores risonhas, castas, coloridas, erguem a luz, que é a vida em pulcros seios. |
|||
|
|||
Refulgem lagos e rebrilham fontes, tremeluzindo as águas pela flor. Refletem raios mil, refletem montes, aonde as micas mostram esplendor. |
|||
|
|||
Soam acordes de epopéias: — trenos, em enleios de sons, vagam, dispersos. Notas sonoras há, trilos amenos, gorjeios límpidos, requebros tersos. |
|||
|
|||
Evolam-se árias, odes, cavatinas, cortando essa amplidão fluídica, azul. Dançam as borboletas mais lustrinas em coréia festival, taful. |
|||
|
|||
A natureza está agora em galas. As aves cantam na floresta em flores — flores que servem sempre a excitá-las, a mais plena expansão de seus amores. |
|||
|
|||
A natureza agora está em festa, numa solenidade magistral, e agora ao meu olhar se manifesta, cheia de encantos, fúlgida e imortal. |
|||