VERAS

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  Mãe dileta  

 

 

 

Minha alma é branda e meiga e sempre afeita

ao gozo das belezas naturais.

A Natureza, minha mãe eleita,

possui esmeros seus, primordiais.

 

 

 

 

Gosto de vê-la pelos céus escampos,

nos ares rarefeitos e suaves;

gosto de vê-la no florir dos campos,

gosto de ouvi-la no cantar das aves.

 

 

 

 

Os riachos que correm cristalinos

têm mil encantos, tem forte atração.

Eles me entoam gloriosos hinos

que são amados por meu coração.

 

 

 

 

Que belo é ver-se a linha do horizonte,

aonde o sol se conduz em majestade!

Pela manhã o sol de luz é fonte

e pela tarde é fonte de saudade.

 

 

 

 

Amo a candura de nevado lírio,

amo as flores em vívido estendal.

Vendo-as, minha alma ascende-se ao delírio,

tal como se Evias visse em saturnal.

 

 

 

 

De madrugada, quando alegre canta

o passaredo límpida harmonia,

quantos prazeres me desperta! Quanta

doçura há na amplidão mesta e sombria!

 

 

 

 

Luzes e sons depois enchem o espaço

em mista gama de luzes e sons;

e então, se eu fosse Homero ou fosse Tasso,

faria estrofes belas e hinos bons.

 

 

 

 

Eu amo a Natureza em Primavera,

cheia de aromas, de canções e flores;

formosa e grande ela nos retempera

as fibras dos arroubos, dos amores.

 

 

 

 

Em auroras vernais, claras, risonhas,

ou em noites de inverno sem fulgor,

em perspectivas belas ou tristonhas —

minha alma a Natureza vota amor.

 
 

 

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