VERAS
=====================================================================
Mãe dileta | |||
|
|||
Minha alma é branda e meiga e sempre afeita ao gozo das belezas naturais. A Natureza, minha mãe eleita, possui esmeros seus, primordiais. |
|||
|
|||
Gosto de vê-la pelos céus escampos, nos ares rarefeitos e suaves; gosto de vê-la no florir dos campos, gosto de ouvi-la no cantar das aves. |
|||
|
|||
Os riachos que correm cristalinos têm mil encantos, tem forte atração. Eles me entoam gloriosos hinos que são amados por meu coração. |
|||
|
|||
Que belo é ver-se a linha do horizonte, aonde o sol se conduz em majestade! Pela manhã o sol de luz é fonte e pela tarde é fonte de saudade. |
|||
|
|||
Amo a candura de nevado lírio, amo as flores em vívido estendal. Vendo-as, minha alma ascende-se ao delírio, tal como se Evias visse em saturnal. |
|||
|
|||
De madrugada, quando alegre canta o passaredo límpida harmonia, quantos prazeres me desperta! Quanta doçura há na amplidão mesta e sombria! |
|||
|
|||
Luzes e sons depois enchem o espaço em mista gama de luzes e sons; e então, se eu fosse Homero ou fosse Tasso, faria estrofes belas e hinos bons. |
|||
|
|||
Eu amo a Natureza em Primavera, cheia de aromas, de canções e flores; formosa e grande ela nos retempera as fibras dos arroubos, dos amores. |
|||
|
|||
Em auroras vernais, claras, risonhas, ou em noites de inverno sem fulgor, em perspectivas belas ou tristonhas — minha alma a Natureza vota amor. |
|||