VERAS

=====================================================================

 

 

  Sabeísmo - II  

 

 

 

Lá no Levante o sol acorda agora,

jorrando raios claros e fulgentes.

Vão adorá-lo — De ascensão é hora —

crentes religiosos, sabeus crentes.

 

 

 

 

Um árabe, senil, religioso,

não pode ir adorar o sol nascente

e fica só e quérulo — queixoso,

longe da luz do sol, rútila e ardente.

 

 

 

 

É tarde. O sol vai declinando

ao leito rúbido, ao sangrento ocaso;

vão matizados pássaros voando

para os ninhos, num giro extenso e raso.

 

 

 

 

É hora de adoração. Surgem estrelas

e a clâmide da noite desce lenta;

e o árabe, velho crente não vai vê-las

brilhando na alta umbela sonolenta.

 

 

 

 

Mas ele, velho e enfermo, de seu leito,

olha astros, cuja luz inda cintila

mais que as do céu — e sente o doce efeito

que essa luz resplendente em si instila.

 

 

 

 

Pois, ante si, tendo no olhar, reflexa,

a clara luz benéfica que brilha,

alma crente, extasiada e genuflexa,

adora o claro olhar de sua filha.

 
 

 

Go to the Poem in English

Ir para o primeiro Poema

Ir para o anterior Poema

Ir para o próximo Poema

Ir para o último Poema

Ir para a Página de Abertura

Ir para o Menu em Português

Ir para o Sumário em Português