VERAS
=====================================================================
Sabeísmo - II | |||
|
|||
Lá no Levante o sol acorda agora, jorrando raios claros e fulgentes. Vão adorá-lo — De ascensão é hora — crentes religiosos, sabeus crentes. |
|||
|
|||
Um árabe, senil, religioso, não pode ir adorar o sol nascente e fica só e quérulo — queixoso, longe da luz do sol, rútila e ardente. |
|||
|
|||
É tarde. O sol vai declinando ao leito rúbido, ao sangrento ocaso; vão matizados pássaros voando para os ninhos, num giro extenso e raso. |
|||
|
|||
É hora de adoração. Surgem estrelas e a clâmide da noite desce lenta; e o árabe, velho crente não vai vê-las brilhando na alta umbela sonolenta. |
|||
|
|||
Mas ele, velho e enfermo, de seu leito, olha astros, cuja luz inda cintila mais que as do céu — e sente o doce efeito que essa luz resplendente em si instila. |
|||
|
|||
Pois, ante si, tendo no olhar, reflexa, a clara luz benéfica que brilha, alma crente, extasiada e genuflexa, adora o claro olhar de sua filha. |
|||