Contra machismo, sexismo e toda autoridade

O patriarcado é decorrente de processos históricos não sendo encontrado em todas as culturas. Assim como o estereotipo entre masculino e feminino não é encontrado da mesma forma em outras estruturas sociais e modos de produção passados, podendo muitas vezes serem bastantes contraditórios. A cultura ocidental tendo como influencia o pensamento judaico-cristã, coloca a mulher como submissa ao seu homem, tendo que viver para servi-lo, cuidar dos filhos e do trabalho domestico, sempre visto como de menor importância. Um mundo hierarquizado, com relações de poder alienadas, leva a mulher a passividade diante da opressão sofrida. A violência domestica com as mulheres apanhando de seus "companheiros", o estupro que faz a mulher ter que ficar em constante estado de alerta e insegurança, são conseqüências de relações baseadas na dominação de um ser sobre outro. Num mundo de produção-consumo, tarefas que não são medidas em dinheiro, são colocadas como de menor importância, estando aí um fator bastante relevante para as mulheres serem vistas culturalmente como inferiores, pois elas estão encarregadas do trabalho afetivo junto ao zelo pelo marido e filhos, e os trabalhos da casa como cozinhar, lavar, varrer e etc, tidos como secundários em relação ao de produção de bens. Já o homem e encarregado do trabalho "útil", expresso em dinheiro, transformado em mercadoria. Assim, a luta pela igualdade foi sempre levada para o lado jurídico, pelos "direitos iguais", pela conquista do mercado de trabalho, pelo direito ao voto. A mídia passa a igualdade dos sexos com mulheres jogando bola ou homens fazendo strip-tease. A verdade é que se as mulheres não são tão reprimidas e inferiorizadas em relação a tempos e sociedades anteriores a capitalista, também não estão nem perto de conquistar sua emancipação. Vejamos suas "conquistas": como maioria populacional ela foram uma grande classe para servir como massa de manobra nas eleições e no mercado de trabalho recebe menos que os homens. Assim como são os brancos que detêm que detêm a riqueza e domina culturalmente negros e índios, também são os homens em geral os grandes empresários, capitalistas e demais bandidos do tipo. Sendo que não será o ingresso da mulher no mercado de trabalho que fará ela se libertar. O dinheiro no seu bolso não trará a sua emancipação, no máximo fará a mulher deixar de ser do marido para ser do patrão e ser ainda mais escrava do consumismo que já é culturalmente impregnado nela. A "libertação" da mulher segue o que convém ou necessita a economia capitalista. Podemos ver que as mulheres obtêm sucesso com seu trabalho, produzindo muitas vezes mais que os homens por terem características propicias a isso. Pois bem, como já falado, as mulheres sempre foram colocadas como parte do trabalho afetivo, cuidando da casa e dos filhos, educadas para viver o sentimento exacerbado e a se produzir a espera do seu príncipe encantado. O homem por sua vez, é criado para ser um ser bruto, frio, competidor e, ao contrário da mulher que é amorosa, ele é intelectual. Mas o capitalismo sabe absorver e tirar proveito de coisas que não tem nada a ver com ele, como o amor, delicadeza e sutileza encontrada na mulher. Assim, descobriram que a atenção da mulher com essas coisas que muitas vezes passam desapercebidas aos olhos dos homens nascidos para competir e "subir na vida", trazem benefícios ao mundo de mercadorias e dinheiro. A emotividade passa a ser usada para fins capitalistas. A junção de frieza com uma dose de emotividade traz sucesso na disputa com a concorrência. Aonde isso pode nos levar? Podemos até chegarmos há uma igualdade de sexos, com masculino e feminino participando do mesmo mundo, respeitando claro, as diferenças biológicas, mas uma igualdade de embrutecimento, provocado pelo individualismo, egoísmo e automatização de todos os seres humanos, sejam homens ou mulheres. Isso não é reforçar o pensamento de que a mulher nasceu para ser submissa ao marido, muito pelo contrário, a questão é que a emancipação da mulher deve ser buscada ao lado de todos os grupos oprimidos. Não se deve buscar inserção ao capitalismo, pois ele é excludente por natureza, opressor por essência. A luta consiste em derrubar as relações sociais hierarquizadas, a divisão de tarefas alienantes. Até mesmo por que não é só o fato de ser mulher ou ser homem que vai determinar quem é explorado/oprimido ou explorador.opressor. A mulher que aparece na tv pedindo voto também sofre discriminação e ouve piadinhas "engraçadas", mas não está no mesmo barco da que acorda as 6 da manha para pegar ônibus e ir pro trabalho.

* Texto retirado do zine "Conteúdo Ativo", feito pelo Henrique e pelo Lucas (a/c Henrique Bezerra, Av. Monte Castelo - 138, Vergel, 57015-130, Maceió/AL ou lucasmf@mailbr.com.br.


 


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