Lembro-me
de uma frase lida por mim certa vez em um encarte
de cd (grandes formadores para mim os benditos
cds...): "truth, some stupid facist clichê".
E percebo como atualmente isso me faz sentido.
Entender como funcionam as coisas, aprender
a ver com meus próprios olhos, perceber
o que realmente significa verdade quando alguém
profere tal vocábulo.
A verdade é realmente algo rentável
para muitos e desesperador para outros. Entender
por verdade o que está convencionado
e só para mim é pouco. Essa "verdade"
pode esconder-se por trás de muitas coisas.
O julgamento pré-concebido que temos
dos outros é um dos milhões de
exemplos do que poderia eu simplesmente citar.
Fazer confusão com tudo, simplificar
e reduzir o máximo os fatos, deturpar.
E aí é que mora o grande perigo,
na deturpação. Quantas vezes pela
nossa conduta simplista e comodista criamos
uma crosta nojenta e pegajosa no que chamamos
de verdade, camuflando-a e, modificando totalmente
o sentido das coisas. Tudo isso é muito
irritante.
Achincalhar movimentos tão louváveis
como o movimento feminista por exemplo, juntando
num mesmo patamar as feministas e femistas e
ignorantemente igualando-as é medíocre.
E acontece por demais. E eu tenho a certeza
que, é mais do que dever, é sim
uma obrigação dos que conseguem
tirar o véu de seus olhos, ajudar os
que ainda não o fizeram. Eu não
posso ver isso acontecer e não fazer
nada. Ação e braços cruzados
não combinam.
Feminismo
x femismo
O
erro está aqui. Exatamente neste ponto
crucial. Uma coisa não tem nada a ver
com a outra. Feministas lutaram por muito tempo
e ainda lutam por igualdade dos sexos. A favor
de que a mulher não seja condenada a
ser só uma sombra, alguém sem
vontade. Só mais uma conformada em só
ser isso e pronto. Feministas conseguiram muito.
Ponto para elas. As sufragistas, por exemplo,
lutaram pelo direito nosso ao voto quando nós,
seres "fracos", desprovidos de vontades
e opinião políticas não
o tínhamos. Mesmo timidamente como nesse
movimento, ou mais escancarado como as queimas
de soutiens das feministas na década
de 70, ou as riot grrrls dos 90, muito foi feito
nunca lutando pela separação,
e sim pela libertação feminina.
Já o femismo, é machismo ao contrário.
É toda ação que deprecie
o sexo oposto e que signifique que, as mulheres
em toda sua luta, ao invés de procurarem
a sua libertação, busquem incessantemente
provar que são superiores aos homens.
E muitas vezes esses distúrbios são
encarnados por todos os sexos, raças,
classes.
A feminista não titubeia e joga na cara
o que não se quer ouvir, ela não
esconde sua revolta e luta contra todas as formas
de tirania e dominação existentes.
"ela atua sobre a discriminação
mais intima, mais ameaçadora, mais arcaica,
sobre a mais velha de todas as dominações:
aquela que se faz sobre o estreito território
do seu corpo". Diante de tal quadro, tantos
os homens assustados como as mulheres recuam
e usam o velho argumento: "eu não!
Eu feminista, não. Quero ver a situação
das mulheres melhorada, mas não sou feminista
não. Nunca!" assim sendo a história
se repete. Todo o real valor da coisa se perde
e nós por medo, continuamos a deixar
porem em nossas cabeças o que se é
convencionado como o certo. Questionar o mundo
e a forma com ele se dispõe faz parte
de todo crescimento. E, é então
uma jornada limitada demais a que percorremos
até perceber isto.
Conclusão:
feministas não são somente mulheres
reclamonas, de mal com a vida e com o mundo,
gritando por igualdade quando quer realmente
gritar por exclusão masculina. Nós,
de modo oposto, já fomos vitimas disso
e não iremos repetir os mesmos erros.
Achar que necessariamente feministas são
lésbicas, chatas e másculas é
pura desinformação. O sentido
real disso não está aí.
Lembre-se "agir como o sexo oposto também
é sexismo". Propagar tais idéias
absurdas não faz sentido algum, e principalmente
depois que a informação chega
até você.
Desmistificar conceitos, rever atitudes, questionar
e procurar não enxergar com olhos alheios
é o lance. O desvelamento da tal "verdade"
é um exercício gratificante, vá
em frente por isso!