De Olho no Grajaú
 
  edição 1
maio de 2004



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A luta pelo progresso do bairro

Mãe...

A velha guerreira

História de uma vida sofrida

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O povo não tem mais liberdade de expressão

O que se passa na cabeça deles?

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Tentativa de explosão


A saúde no bairro do Grajaú

Convivendo com a miséria na periferia

O Homem à procura de equilíbrio

 


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Mãe...

Ilza da Silva Cavalcante ou Dona Ilza, como todos a conheciam. Nasceu no dia 23/07/1945. Uma alagoana, que não agüentava ficar parada, trabalhar era preciso pois tinha que alimentar seus inúmeros filhos, pra ser exato eram 12. Entre esses doze apenas dez eram seus filhos (Geronimo, Eliasér, Everton, Ricardo, Jeane, Maria José, Gilmara, Ânjela, Dinah e Zaine), os outros eram netos (Leandro e Laercio) que tratava como filhos.

Sempre amiga do povo. ''Meu lugar é com o povo'', dizia ela. Estava sempre metida em alguma coisa. Foi uma das pessoas que ajudou a arrumar alguns acres de terra para que o povo pudesse plantar, que acabaram plantando arroz. Arrumou uma boa quantidade de terras para ela, mas acabou doando para algumas pessoas que necessitavam (essas terras existem até hoje, em Chão de Jaqueira, Maceió).

S
empre ensinou para seus filhos o certo, e esses sempre o fizeram. Ensinavam que trabalhar era preciso, levava-os todos os dias na feira pra vender sururú (peixe). Tinha um coração enorme, que esse sempre tinha lugar para mais um. Se necessário tirava da boca, mas alimentava os outros. Em 1970, veio para São Paulo (SP), com os filhos e o marido, Cicero Monteiro, para tentar uma vida melhor. No início morava de aluguel, mas logo arrumou um lugarzinho. Ajudou a fundar a IASD (Igreja Adventista do Sétimo Dia) do Jardim Eliana, Região de Santo Amaro, São Paulo - SP. Mas nada disso importava, porque mais que uma mulher caridosa, essa era mãe. Mãe que teve seus dias terminados em 05/03/2001. Para aqueles que a conheciam dizem que mulher igual no mundo jamais existirá. Para os filhos, essa era a maior entre as mães. No dias das mães sempre fica aquela sensação de vazio. Não é possível confortar com palavras, mas mesmo assim a verdade conforta, a verdade que mãe jamais morre, pois essa não pertece a esse mundo. Mãe é apenas presente de Deus, presente que esse sempre pede de volta. Mãe é estrela que vira quando Deus chama. Um beijo a minha mãe, Dona Ilza, e a todas maravilhosas criaturas de Deus: Mães.

Ricardo Monteiro

 

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