De Olho no Grajaú
 
  edição 1
maio de 2004



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A velha guerreira

Armenia Miranda Santos de Melo nasceu em Gentil do Ouro, na Bahia, no ano de 1943. Neta de fazendeiros, foi criada na fazenda com seus pais, avós e irmãos e outros familiares. Começou a trabalhar na roça com 7 anos de idade. Aos 13 anos, foi para a cidade de Irecê, na Bahia, onde cursou o primário.

Em 1971, veio para São Paulo para trabalhar pra pagar os impostos da fazenda onde morava e para ajudar seus irmãos, menores do que ela, nos estudos. Ao todo são 13 irmãos. Começou a trabalhar em 1971, numa firma metalúrgica e depois trabalhou em outras empresas. Ela também cursou 5ª série do ginásio no colégio do Sesi. ''Na época não consegui terminar os estudos porque tinha que escolher entre estudar e trabalhar'', conta dona Armenia. Em 1978 ela se casou com o chefe de oficina de mecânica de ônibus, José Pessoa de Melo que nasceu em Recife, Pernanbuco. Com ele, ela teve dois filhos José Roberto Miranda de Melo, que hoje tem 23 anos, e Maria Aparecida Miranda de Melo, que hoje tem 22 anos.

D
ona Armenia batalhou muito para trabalhar e cuidar dos filhos ao mesmo tempo. Deixava os filhos com pessoas confiáveis, mas ela procurava sempre levá-los para a escola e passava o fim da tarde e a noite com eles. Depois de um tempo ela trouxe sua prima da Bahia, Adriana Oliveira Dias, que acabou se tornando uma filha para ela e hoje tem 30 anos, é casada e tem um filho que se chama Wilson.

Mas mesmo assim seus plobremas não acabaram por causa do vício de seu marido em bebidas alcólicas e cigarro. Ela, junto com os filhos, tinham que buscá-lo na rua e na porta de bares se não ele dormia lá. Ou então, quando ele recebia, gastava todo o seu salário no bar. Também, às vezes, tinha que sair tarde da noite para comprar cigarro para ele. Se não era ela, eram os filhos que iam.

Ela acompanhou o seu marido em alguns psiquiatras e psicólogos, mas, infelizmente, sem susesso. Ela também tinha que sair de madrugada para levar o seu filho para os hospitais. Ele tem bronquite arlégica que e atacava muito quando ele era pequeno. Mas, mesmo assim, continou muito forte graças a sua fé em Deus e sua devoção em Nossa Senhora Aparecida e São Judas Tadeu para quem fez várias promessas e faz, até hoje.

E
m 2001 ela sofreu uma grande perda em sua vida ao perder o marido vitima do câncer, por causa do cigarro e do álcool. Hoje ela mora com seus filhos, é aposentada e pencionista, vende panos de pratos e é voluntária. Ela ajuda pessoas com plobremas de saúde a marcar consultas e pegar remédios gratuitos em postos de saúde e hospitais da região da Capela do Socorro. Hoje ela tem 60 anos de idade e vive, bem e feliz com seus filhos e a sua família em geral que são as pessoas que ela mais ama. E acima de tudo ela ama a Deus.

José Roberto

 

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