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O NOSTRADAMUS MÍSTICO
por Wilson Mello Franco
Quando se fala em Nostradamus logo
nos vem à mente a idéia de profecia. Mas, praticamente nada se fala do
Nostradamus iniciado. Isto porque ele mesmo deixou pistas
tênues sobre sua iniciação, e assim o fez em virtude da Inquisição,
que ele mesmo chama em suas Centúrias de "injuria do tempo presente".
Nostradamus, um judeu, era católico praticante, não por sinismo como
querem alguns, mas porque sabia que a Igreja do Cristo triunfará de
todos os males (incluindo os dela próprios), e que através dela o
Cristo prometido governará na devida ocasião. Não estou falando, claro, desta Igreja que
está aí, que vive do conluio com o Poder Econômico, mas daquela
Igreja de todos os povos irmanados numa única civilização chamada de
Milênio de Ouro de humanidade.
Nostradamus nasceu em dezembro de
1503, no sul da França, e morreu em julho de 1566. De família judia
convertida ao cristianismo, estudou línguas, formou-se em medicina, e
depois andarilhou pela Itália e França. Enquanto exercia sua profissão
também editava almanaques de previsão de tempo
para a agricultura. Editou um livro de receitas de beleza e culinária,
mas só ficou famoso com o lançamento de seu livro de profecias, AS
CENTÚRIAS, em 1555.
Como
testemunho de seu ocultismo, citarei uma sextilha e
as duas quadras da Centúria I que abrem seu famoso livro. Toda a Obra de
Nostradamus é rica em traços ocultistas, que ele chama de
"astrologia judicial". Também Mme. Blavatsky fala desta
astrologia, muito diferente desta astrologia dos horóscopos que vemos
por aí e, principalmente, em toda a Internet.
Se você quiser
conhecer melhor meu trabalho sobre Nostradamus, visite meu site clicando
no banner abaixo.
Estand assis de nuict secret estude,
Seul reposé sur la selle d'aerain:
Flamme exigue sortant de sollitude,
Fait prosperer qui n'est à croire vain.
Centúria
I - Quadra 1
Estando sentado à noite em estudos ocultos
num estúdio secreto,
Sozinho, repousado sobre o assento de
bronze:
Chama fulgurante exígua saindo da
solitude,
Faz prosperar quem não é de crer em vão.
La verge en main mise au milieu de Branches,
De l'onde il moulle et le limbe et le pied:
Un peur et voix fremissent par les manches:
Splendeur divine. Le divin près s'assied.
Centúria I Quadra
2
A vara de Branchus em mão posta no
meio,
Da onda ele modela e contorna a
cintura, a barra e o pé:
Um medo e voz tremulante (ao
passar) pelas mangas:
Esplendor divino. O divino perto se
assenta. (I.2)
Esta segunda quadra poderia ser transliterada assim, segundo o código
nos mistérios:
"O Mestre com o caduceu de Mercúrio
na mão o molha na água e com ele
contorna meu corpo, a cintura, o pé, e
pelas orlas das mangas:
O caduceu entregue para mim, me
inclino, e o Mestre entorna a água
molhando a borda de minhas vestes:
um temor e voz fremente
(quando passa) pelas mangas:
Esplendor divino. O divino perto se
assenta:
Ele mostra a multidão que modela o
meu corpo, o castigo presente
nele posto, e o meu passado."
Na primeira quadra vemos Nostradamus afirmar a importância da crença
para fazer "prosperar" (realizar ou atualizar) alguma coisa.
Ressalta ele a importância da solitude e nos fala da "chama
exígua" que Jesus compara ao um grão de mostarda, pequenino mas
que se transforma em árvores onde os pássaros vêm depois
nidificar.
Já na segunda quadra, que dá continuidade à primeira, a definição
é a mesma mística que encontramos nos
Caminhos
da Cabala.
