Biografia - Parte 2 | Cronologia | Opiniões de Peso | Cartas | Verso & Prosa |
1858: Sua irmã Vitalie Rimbaud nasce no dia 15 de junho. Ela guardará um diário de informações preciosas sobre a vida do irmão Arthur.
1860: Nasce Isabelle Rimbaud, que se tornará a guardiã das obras de Arthur e também sua grande amiga, o acompanhando ao decorrer de sua agonia. Em agosto seus pais separam-se definitivamente. O capitão Rimbaud engaja-se na guarnição de Grenoble, de onde não dará mais sinal de vida.
1861: Rimbaud inicia seus estudos na Instituição Rossat, em outubro deste ano, e mostra-se um aluno precoce, alcançando as melhores notas.
1869: Seu primeiro prêmio literário acontece no Concurso Acadêmico de Douai, um concurso de versos latinos. Escreve seu primeiro poema conhecido em francês em dezembro deste ano, intitulado : "Les Etrennes des Orphelins".
1870: Ingressa na escola Georges Izambard, em janeiro. Escreve uma carta ao poeta Théodore de Banville após alguns meses, apresentando os poemas "Sensation", "Ophélie" e "Credo in Unam". No dia 19 de julho inicia a Guerra Franco-Prussiana. Um mês depois, Rimbaud foge de casa e vai de trem a Paris. É preso na chegada, e sai graças e intervenção de Izambard, que o leva de volta a Charleville. Em 7 de outubro foge novamente, a pé, passando por Fumay, Charleroi e Bruxelas até chegar a Douai. Durante a jornada, escreve os poemas "Au Cabaret Vert" e "Ma Boheme".
1871: Em fevereiro faz sua terceira fuga, de trem, com destino a Paris, onde fica por 15 dias. Volta a pé a Charleville. Em 18 de marco Rimbaud passa a contribuir com o jornal Le Progrès des Ardennes, em correlacão com a Comuna de Paris. De acordo com alguns autores, ele próprio teria participado da Comuna entre abril e maio. Neste mesmo mês escreve ao escritor Paul Verlaine "Lettre du Voyant", e compõe paralelamente "Le Bateau Ivre". Recebe resposta de Verlaine, no verão, que escreveu : "Venha, querida grande alma, eu o espero".
1871: Em setembro, comeca suas andancas pela Europa. Vai a Paris, onde é acolhido por Verlaine. É bem recebido entre os poetas parisienses com seu "Le Bateau Ivre".
1872: Mathilde, mulher de Verlaine, exige que o marido se afaste de Rimbaud. Entretanto, em julho, os dois viajam juntos e são presos em Arras, em decorrência de "conduta suspeita". Em setembro chegam a Londres. Três meses após, Rimbaud volta a Charleville, atendendo o pedido de sua mãe.
1873: Em janeiro, Verlaine, doente, chama Rimbaud a Londres. Em 3 de julho os dois se afastam, e Verlaine viaja a Bruxelas. Rimbaud o segue alguns dias depois e, durante uma discussão, leva dois tiros de revólver de Verlaine, que lesam seu punho esquerdo. Rimbaud volta a Paris, e antes de partir, denuncia seu amigo a um guarda, na estacão de trem. Verlaine é preso. Após o incidente, Rimbaud inicia o poema "Une Saison en Enfer" em abril.
1874:
As "Iluminacões" iniciam-se em marco, quando viaja com o poeta Germain
Noveau a Londres e escreve a maior parte da obra. Noveau retorna a Franca em
junho. Rimbaud permanece e, doente, recebe a visita da mãe e da irmã,
Vitalie. Publica em novembro o anúncio : "Parisiense de altos conhecimentos
literários e linguísticos e excelente conversacão ficaria contente em
acompanhar um gentleman ou uma família que desejem viajar aos
países do Sul ou do Oriente ".
1875:
Viaja para Stuttgart em fevereiro, e trabalha como preceptor. Verlaine é
solto em marco, e procura Rimbaud com intuito, em vão, de convertê-lo ao
catolicismo. Em maio, Rimbaud vai a pé a Itália. Retorna a Charleville
doente, onde passa a maior parte do inverno. Em 18 de dezembro, morre
Vitalie.
1876: Em abril viaja a Viena; é assaltado e acaba sendo expulso do país. No mês seguinte engaja-se no exército colonial holandês. Em julho embarca para Java, onde deserta e foge. Retorna a Charleville no último dia do ano.
1877: Viaja pela Suécia e Dinamarca, trabalhando como intérprete de um circo de Hamburgo.
1878: Vai a Gênova em outubro, de onde embarca meses depois para Alexandria. Arranja um emprego como capataz na pedreira de uma firma francesa, em Chipre.
1879: Novamente retorna, doente, à família, para restabelecer-se de tifo. Após uma melhora, torna-se comerciante na África.
1880: Parte para o Egito em junho, onde arranja emprego, em Áden, numa firma comercial de café e couro, que o transfere para sua filial na Etiópia. Viaja 20 dias a cavalo pelo deserto, chegando ao seu destino em dezembro.
1881: Prossegue como comerciante, fazendo negócios com peles e marfim no interior da África. Envia, por carta, fotos a família, as quais surpreendem pela extrema mudança fisionômica : pele escura, magro e cabeça raspada.
1882: Torna-se o primeiro europeu a percorrer o rio Ugadine, seguindo a jornada como negociante da empresa onde trabalha, que o encarrega de explorar o deserto da Somália.
1883: Recebe notícias de sua irmã Isabelle, que pede para visitá-lo, mas rejeita a idéia respondendo : "Isto aqui em um fundo de vulcão". Aconselha-a a casar e diz que, se pudesse, também constituiria uma família. Em abril, retorna a Harrar (Etiópia).
1884: Passa e viver em Áden, após a empresa onde trabalha falir. Mora nessa época com uma jovem abissínia.
1885: Na Franca, seis poemas inéditos seus são publicados por Verlaine, entre eles "Le Bateau Ivre". Rimbaud junta-se a Pierre Labatut, no final do ano, no comércio de tráfico de armas.
1886: Suas "Iluminações" são publicadas por Verlaine, em maio, na revista Vogue, que apresenta o autor como "o falecido Arthur Rimbaud". Chefia uma caravana levando armas para os rebeldes que lutam pela independência na Etiópia meses depois, numa viagem que dura quatro meses.
1887: Passa o mês de abril no Cairo, onde descansa e escreve à família : " Sinto que minha existência periclita. Carrego sempre comigo, atados na cintura, 16 mil francos-ouros, que pesam oito quilos ".
1888/90: Ingressa novamente em uma jornada, comandando uma caravana de 200 camelos e 3 mil fuzis, com destino ao líder rebelde Makonnen. Nesta época trabalha como diretor de uma feitoria. Em julho de 1890 é surpreendido com uma carta da revista Le France Moderne, que pede sua colaboração literária.
1891: Em abril é internado em Áden, em decorrência de um inchaço em sua perna direita. Quatro meses depois, retorna a Franca, onde convalesce no hospital da Conception, em Marselha. Recebe a visita de sua mãe. Sua perna é amputada, após constatação de câncer. No mesmo mês encontra-se com a irmã Isabelle, em Roche, com quem viaja, em agosto, para Marselha. Volta a ser internado e morre em 10 de novembro. É enterrado quatro dias depois em Charleville.