Comedoras compulsivas: quando o assalto à geladeira
vira doença
Não basta sentir vontade de fazer um lanchinho de madrugada ou
devorar uma caixa de bombons uma vez na vida para ser uma
comedora compulsiva. Quem
apresenta esse distúrbio come uma
grande quantidade de alimentos em um curto
espaço de tempo,
praticamente sem mastigar ou sentir o gosto.
Em um desses
ataques, podem ser ingeridas até 3.000 calorias, o
que equivale a trinta
brigadeiros ou dez cachorros-quentes.
"As compulsivas costumam ir direto
aos doces,
carboidratos e alimentos gordurosos, que rapidamente estimulam a
produção de serotonina, substância que atua no cérebro e regula o
apetite",
conta Walmir Coutinho, endocrinologista e presidente da
Associação
Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso). "Elas comem sem fome, até
se
sentirem empanturradas. E, geralmente, têm uma sensação de terrível
falta de controle",
completa o médico.Resultado: além de vergonha e culpa, problemas
físicos.
No fim da aventura glutona, o que fica é uma enorme indisposição e um
sentimento de
culpa.
"É comum que a compulsiva esconda seu hábito.
Ela sente tanta vergonha dele que evita
comer perto de outras pessoas",
fala Coutinho. Por isso, quando pressionada por amigos ou
parentes, as
compulsivas se isolam ainda mais.
Esse distúrbio pode dilatar o estômago,
provocar problemas
cardiovasculares, elevar a taxa de colesterol e aumentar a propensão
ao diabetes.
Quem está no grupo de risco:
* Mulheres extremamente ansiosas.
* Aquelas que vivem fazendo dietas correm o risco de desenvolver esse
transtorno
alimentar. "Longos períodos de jejum provocam a queda do nível
de serotonina", explica
Coutinho.
Para sair dessa:
Quando sentir aquela vontade louca de comer, procure se distrair com
outras atividades
como ligar para uma amiga ou resolver tarefas pendentes em
casa, arrumar o escritório,
mudar a decoração da estante...
Isso pode
parecer coisa de Amélia, mas esse gasto de energia vai ajudar você a
esquecer
a fome descontrolada.
Encontre atividades que lhe acalmem e dêem prazer. Quer um exemplo? Vá
caminhando
até a manicure e cuide um pouco de você.
Não tenha vergonha porque você não está sozinha. Estimativas revelam
que cerca de 2%
da população brasileira sofre desse mal. Nos Comedores
Compulsivos Anônimos (CCA),
você pode trocar experiências e buscar apoio
entre pessoas que têm esse mesmo problema.
Mais informações pelos telefones:
(11) 3846-6694, em São Paulo
(21) 714-0443, no Rio de Janeiro.
Mantenha a compulsão sob controle:
As dicas acima podem ajudar bastante. Porém, é importante que você
procure ajuda
psicológica. Assim, o tratamento será mais rápido e eficaz. Além disso, um endocrinologista
pode ajudá-la a restaurar o equilíbrio
hormonal do organismo abalado pelo distúrbio.

Ele acaba com minha auto-estima!
Não é um tipo de relação incomum, embora difícil de entender. Ele
fala mal dos amigos dela, critica tudo o que ela gosta de fazer, põe
para baixo qualquer projeto da mulher. Ela aceita, passivamente ou
não, e assim os dois continuam juntos. Aos trancos e barrancos,
mas juntos.
Quem já passou ou ainda passa por isso fica se perguntando por
que é que alguém que gosta de você, ou ao menos diz que gosta,
acaba com
seus sonhos, seus planos, sua auto-estima.
Ciúme, inveja e insegurança --em geral misturados com amor
levam a esse tipo de comportamento. E o papel de vilão não é exclusividade masculina, as
mulheres também desempenham. Aliás, não existe herói nem bandido nessa história. Passar
por cima do amor próprio do companheiro é péssimo, mas se o outro aceita está sendo
cúmplice.
Ciúme e insegurança:
É difícil acreditar, mas se seu namorado ou seu marido age assim pode estar fazendo isso
por medo de ficar sozinho, de perdê-la. "Ele acredita que se a mulher crescer, se der bem,
talvez encontre alguém melhor e vá embora", explica o psicanalista Otavio Fagundes.
Enquanto ambos estiverem no mesmo patamar (ou se ele estiver um pouco acima) na
carreira, nas finanças, no que for, tudo bem. Os problemas geralmente aparecem se você
ameaça mudar para melhor: volta a estudar, tem planos de trocar de emprego, pede uma
promoção, faz plástica, entra na ginástica, renova o guarda-roupa... Enfim, qualquer coisa
que vá deixá-la mais feliz e melhor aos olhos do mundo recebe um corte.
Por quê? Porque assim você continua só dele e não há o risco de outras pessoas
perceberem que você é legal,
interessante, bonita, inteligente.
Dificilmente essa é uma atitude consciente. Ou seja, seu parceiro não percebe tudo isso.
Inveja também pode ser a causa:
Talvez existam outros sentimentos nesse bolo. "Pode ser inveja, rivalidade", diz a
psicoterapeuta Rosane Landman. Se ele tem medo que você apareça mais do que ele, se
não acredita na própria competência, pode sentir medo de ficar por baixo.
É um sentimento parecido com o ciúme, só que bem menos nobre. E aí o amor já ficou
um pouco mais para trás.
"Se ele não suporta a capacidade dela, se não suporta a competição, o melhor
(para ele)
é fazê-la acreditar que não tem capacidade para levar nada em frente", diz o
psicanalista Mauro Hegenberg.
Reaja para sair dessa:
Existe um motivo principal para que o relacionamento continue nesse ritmo: a sua
permissão.
Não é explícita. Ele não pede, mas vai fazendo. Você não diz que consente, mas aceita.
Em muitos casos, o lado mais fraco também ameaça, dizendo que, quando conseguir algo
melhor, vai embora. Só que esse dia nunca chega. Romper o jogo de ameaças e ofensas
é o primeiro passo para sair dessa situação.
O caminho é não abaixar a cabeça nem revidar, mas mostrar que a aprovação dele não é
essencial para que você realize seus planos, sua carreira, sua vida.
Se você passa a não aceitar, é bem possível que a postura dele comece a mudar.
Recupere a auto-estima:
O problema é que, a essa altura, a auto-estima da "vítima" já não está lá grande coisa.
Pedir a opinião sobre os projetos para a família e para os amigos ajuda a levantar o astral
e a recobrar a confiança.
"Questione e critique o que ele diz, peça a opinião de outras pessoas sobre o assunto e
contraponha-se à opinião dele. Mostre que você não concorda", diz Fagundes.
"Para acabar com isso, é necessário algum tipo de rompimento: pode ser físico
(a separação) ou psicológico (rejeitar as imposições dele)", diz Mauro Hegenberg.
"Conheço casais que passaram a se dar bem depois que a mulher mudou de atitude",
conta.
O que você tem que descobrir, depois disso, é se ainda vale a pena levar esse
relacionamento em frente. Se o motivo da agressividade dele tem a ver com ciúme e medo
da solidão, conversar muito é o melhor caminho. Se ele perceber que está magoando
você e quer continuar ao seu lado, vai se esforçar para mudar. Mas se vocês competem
o tempo todo e isso ficou mais importante que companheirismo e amor, então é hora de
avaliar as vantagens e desvantagens de continuar juntos, orar muito e pedir uma direção
do Senhor
para sua vida.
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