O
melhor amigo do seu filho
Que criança não ficaria feliz se sempre tivesse em casa um amigo disposto
a brincar, rolar no chão, jogar bola... Pois é esse o primeiro ponto positivo
de ter um animal de estimação: companhia. Além disso, bichos podem
ensinar várias coisas ao seu filho. Desde limites e disciplina até algumas
regrinhas de convivência. Então, se você gosta de animais e tem espaço e
disposição para criá-los, em casa, não perca tempo e escolha já o mais novo parceiro do
seu filho!
Veja o que a criança tem a ganhar:
Segurança afetiva - "O animal acaba com a solidão, sentimento que todos temos desde que
saímos da barriga da nossa mãe, mesmo que estejamos rodeados de pessoas. Não há nada
mais agradável do que chegar em casa e saber que tem alguém lhe esperando, ávido por lhe
encontrar", fala a psicoterapeuta Sônia Knopf. Um cãozinho, por exemplo, é um amigo que
vai acompanhar a criança em todos os momentos. Alguém com quem ela sempre pode contar
e para quem ela é muito importante e especial.
Aprendizado sobre o ciclo da vida - Observando o animal, seu filho vai compreender o
nascimento, o desenvolvimento e a morte dos seres vivos. Canários e periquitos, por exemplo,
escolhem seu pares e são fiéis, cães lambem suas crias. "Isso funciona como uma espécie de
treinamento. É como se fosse uma preparação para as perdas inevitáveis que sofreremos durante
nossa vida", diz Knopf.
Descoberta de limites - Percebendo que o cão ou o gato tem um lugar específico para fazer
suas necessidades, horário determinado para comer, locais onde pode e não pode ficar na casa,
a criança aceita que existem regras para todos - inclusive para ela. "Dessa forma, sente na pele
que falta de limites traz conseqüências para a convivência. Ninguém quer por perto ou consegue
brincar com um cachorrinho mal educado -- nem com uma criança levada", exemplifica Sônia.
Além disso, fica mais fácil para os pequenos compreenderem também que cada família tem suas
próprias normas. O gato do vizinho pode até dormir embaixo da cama. O dele, não.
Cada um é um - Cada bicho tem sua personalidade. Mesmo cães da mesma raça agem
diferente um do outro. Com seus bichinhos a criança percebe que cada ser tem um
comportamento, assim como as pessoas. Além disso, vê que as relações mudam. O animal
pode agir de um jeito com ele, de outro com a mãe.
Respeito ao próximo - Ensine seu filho que para acariciar e brincar com cães e gatos, ele
deve fazer gestos leves e abaixo do queixo do animal. Eles podem se assustar e reagir com
movimentos bruscos. Deixe claro que bicho não é brinquedo. Ele é um ser vivo, que sente dor,
medo, fome, frio, prazer. Logo, não é para montar, puxar o rabo ou a orelha e muito menos
fazer qualquer experiência cruel. E ensine logo que quando o animal estiver comendo, dormindo
ou amamentando precisa de sossego. Existem melhores momentos para brincadeiras.
Na hora de escolher:
Não existe tipo mais indicado. Ter qualquer bichinho é muito legal, desde que sejam
respeitados os cuidados de higiene do animal: tosas e banhos regulares, vacinação, controle de
pulgas, ácaros, piolhos, sarna, carrapatos. Procure a orientação de um veterinário para saber
como educar corretamente o animal. Existem truques para ensiná-lo como fazer xixi e cocô
no local certo, não comer tapetes, sofás e outros objetos das casa, não azucrinar visitas.
Cachorros: os melhores companheiros
Vantagens:
Vivem, em média, 14 anos e crescem junto com a criança.
Têm horários rígidos para se alimentar, o que pode servir de exemplo para a criança.
São extremamente companheiros.
Desvantagem:
Exigem cuidados freqüentes. Animais de pêlo longo devem ser tosados a cada 15 dias e tomar
banhos regulares, por exemplo.
Gatos: extremamente limpos
Vantagens:
Vivem, em média, 16 anos e crescem junto com a criança.
São extremamente limpos: cuidam de sua própria higienização (tomam banho de língua!), fazem
cocô e xixi sempre em uma caixa de areia, longe dos olhos do dono. São fáceis de cuidar.
Com seus movimentos lentos e elegantes, transmitem calma.
Desvantagens:
Têm temperamento mais forte, independente e solitário. Não são tão companheiros.
Não gostam de ficar presos no colo.
Suas unhas não devem ser cortadas (porque ajudam o animal a se equilibrar e a se movimentar),
mas aparadas por um veterinário regularmente.
Passarinhos: na gaiola, longe das crianças
Vantagens:
São belos enfeites e uma ótima distração. Eles cantam, têm cores variadas...
Seu ciclo de vida é rápido. A criança vai poder assistir nascimentos, acasalamentos e aprender a
aceitar a perda da ave.
Desvantagens:
Não há muito contato físico.
Os bichos vivem presos.
Alguns vivem apenas 1 ou 2 anos.
São muito frágeis e não devem ser manipulados pelos pequenos.
Podem bicar ou arranhar (principalmente no casos dos papagaios).
Peixes: no aquário, longe das crianças
Vantagem:
São belos enfeites e uma ótima distração. Têm cores variadas, nadam...
Desvantagens:
Alguns vivem apenas 1 ou 2 anos.
Cuidar de um aquário é bastante trabalhoso. É preciso limpar regularmente, controlar a
qualidade da água, separar mães dos filhotes, raças que briguem entre si...
Peixes não devem ser alimentados pelas crianças pois são capazes de comer até se empanturrar
e morrer. Também é essencial cuidar para que elas não façam do aquário um tubo de ensaio.
Jogar qualquer coisa em seu interior pode ser prejudicial aos animais.
Quando a criança tem medo de bicho
O receio de animais costuma surgir entre os 2 e 5 anos de idade e pode ser causado por
fantasias ameaçadoras criadas pela imaginação infantil, experiências desagradáveis envolvendo
bichos, ataques noticiados pela TV ou até pelo medo demonstrado pelos pais. O resultado?
Os pequenos acham que estão diante de um inimigo e podem apresentar tremedeira, palidez,
taquicardia, choro e gritos.O papel dos pais, nessa hora, é amparar a criança. Tente acalmá-la,
pegá-la no colo e chegar mais perto do animal. Assim ela percebe que ele não é tão ameaçador.
Vale também assistir filmes ou ler livros que mostrem a amizade entre crianças e animais.
Transmissão de doenças
Tomados os devidos cuidados de higiene e vacinação, é muito improvável que o animal
transmita algum tipo de doença ao seu filho. "Não existe um caso de raiva em São Paulo há
mais de 10 anos", fala o veterinário Renato. Porém, não é recomendável deixar os bichinhos
dormirem na cama da criança ou ficar beijando o animal. "Isso porque eles têm hábitos diferentes
dos nossos. Um cachorro pode dar uma mordida em uma barata e não apresentar nenhuma
alteração. Mas se a criança entrar em contato com a boca do animal que mordeu o inseto, pode
ficar doente", exemplifica.
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