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Desnervação Cardíaca
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A hiperativação simpática

 

Estoques intracardíacos de nor-adrenalina

 

A depleção de catecolaminas intracardíaca na ICC foi descoberta simultaneamente por um americano (Chidsey) e um russo (Meerson), trabalhando de modo independente um do outro, sendo os respectivos trabalhos publicados em 1963.

 

A depleção se associa a acúmulo de dopamina no citoplasma da fibra cardíaca. O defeito consiste em incapacidade de transportar a dopamina do citoplasma para a vesícula (grânulo de secreção), onde seria convertida em nor-adrenalina.

 

Além de lentificação na conversão de dopamina em nor-adrenalina, há destruição anatômica das terminações simpáticas, fenômeno conhecido como desnervação cardíaca.

 

A excessiva estimulação simpática do coração resulta invariavelmente em depleção da nor-adrenalina intracardíaca, desnervação e depleção do estoque de ATP na terminação simpática intracardíaca.

 

Embora a dopamina seja importante substância inotropo-positiva, seu acúmulo no coração insuficiente é inútil porque ela não se liga ao receptor beta-adrenérgico, situado na superfície externa da célula. 

 

A dopamina acumulada no citoplasma, não sendo capturada pela vesícula para posterior conversão em nor-adrenalina, resulta em conversão até 6-hidróxi-dopamina, que é neurotóxica.

 

Portanto, a depleção de ATP e o aparecimento de neurotoxina podem explicar a progressiva desnervação simpática vista na ICC.

 

Resumidamente, teríamos que uma prolongada estimulação simpática do coração exaure anatomicamente as terminações nervosas simpáticas e depleta os estoques intracardíacos de nor-adrenalina. Isso está associado à elevação nas catecolaminas circulantes. 

 

Ambos os fenômenos são seguidos de desacoplamento do receptor beta-adrenérgico, com dessensibilização miocárdica. Além do distúrbio adrenérgico, foram descritas disfunção parassimpática e defeitos nas vias serotoninérgicas que regulam o tônus simpático no próprio sistema nervoso central.

 

Tais anormalidades autonômicas não se distribuem uniformemente ao longo do miocárdio, gerando defeitos eletrofisiológicos e mecânicos decorrentes da perda de ordenação temporal da excitação e da contração entre segmentos e desnervados adjacentes.

 

                               

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