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Do planalto abençoado para as telas
do mundo : a Vera Cruz

A herança

Cabe ,finalmente,refletir sobre o que restou do sonho de Franco Zampari e Ciccillo Matarazzo de viabilizar em São Bernardo do Campo uma indústria cinematográfica do porte das maiores do mundo. Talvez o momento não tivesse sido o mais propício.A ambição foi desmedida.O ciúmes de empresários concorrentes.A falta de apoio da crítica e da imprensa.As manobras da concorrência internacional.O desinterêsse das esferas governamentais. O fato é que mesmo os mais ferrenhos críticos reconhecem no "caso" Vera Cruz o enorme salto qualitativo que representou.A partir de então o cinema brasileiro não mais poderia retroceder ao primitivismo e precariedade anterior do cinema nacional ,ressalvando-se algumas poucas obras . A Vera Cruz foi ,principalmente, uma grande escola de cinema.O contato de brasileiros com competentes profissionais ,vindos de diversas formações e nacionalidades ,criou uma vasta e rica geração de técnicos e cineastas em atividade até hoje.As exigências perfeccionistas e o padrão de qualidade que a Vera Cruz impôs ao mercado,fez surgir laboratórios de revelação, sonorização,finalização e copiagem ,anteriormente inexistentes. Consolidou entre artistas e cineastas o senso e necessidade do trabalho profissional ,como etapa mínima para superar a falta de credibilidade junto ao público.

O fracasso da Vera Cruz deixou patente a necessidade de uma presença efetiva da iniciativa nacional no mercado interno de distribuição e de exibição,problema não solucionado até hoje.Por outro lado a necessidade de uma legislação protecionista que preserve o cinema nacional da concorrência desleal das grandes multinacionais,legislação esta que existe em todos os países do mundo.O filme é até hoje o único produto que adentra ao mercado brasileiro sem qualquer tipo de restrição ou taxação.É uma concorrência inusitada e cruel pois estes produtos já amealharam receita mundial,enquanto o produto nacional sobrevive da minguada bilheteria interna.

De um talento marcadamente vinculado à Vera Cruz receberia o Brasil , em 1962 ,sua maior premiação internacional: a Palma de Ouro no festival de Cannes para "O Pagador de Promessas" (2)dirigido por Anselmo Duarte, o galã da maioria dos filmes de sucesso da fábricca de sonhos de Franco Zampari.

(*) Antonio de Andrade. Sociólogo, mestre em Comunicação Social, professor no curso de graduação em Comunicação Social da Universidade Metodista de São Paulo.

Notas:

(1) GALVÃO,Maria Rita. Burguesia e Cinema:O Caso Vera Cruz.Rio de Janeiro,Civilização Brasileira,1981.

(2) SINGH JR,Oséas. Adeus Cinema:Vida e Obra de Anselmo Duarte.São Paulo.Editora Massao Ohno.1993.

 

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1. Introdução.  As origens.

2. O cenário.  Os irmãos Zampari.

3. Cavalcanti. 1951e 1952 : anos de consolidação.

4. 1953:ano de ouro. 1954: epílogo.

5. A herança. Notas.