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Carybé desenhou as cenas da
produção
Mônica Santos Um dia antes de cada filmagem, ele desenhava todas as cenas em várias angulações, para que os atores pudessem visualizar o que desejava o diretor Lima Barreto. Foram mais de 1,6 mil desenhos, muito rústicos, mas responsáveis pela qualidade das cenas rodadas em tão pouco tempo. Cachorro Duque chegou a ganhar mais que astros Mônica Santos A sorte brilhou para Duque em 1950, quando caiu nas graças da equipe da Vera Cruz durante as tomadas externas de Terra é Sempre Terra, feitas no Sul do país. O cão foi contratado e estreou nas telas em 1951, em Ângela. Porém, foi no ano seguinte, ao lado de Mazzaropi, com Sai da Frente, que ele roubou a cena e se transformou no cachorro mais famoso do cinema nacional consta que ganhava mais que muitos artistas famosos da época. Campeão de adestramento, Duque se tornou símbolo da Escola para Cães Duque, que seu dono fundou em 1955, em São Bernardo. Também atuou em Nadando em Dinheiro, Uma Pulga na Balança (ambos de 1953), Candinho (1954), A Carrocinha (1955), Ravina (1958), e em O Vendedor de Lingüiças (1962). O cão mais famoso do cinema brasileiro morreu aos 18 anos, em 1965, não sem antes deixar uma nova geração sua no canil de Martinelli (morto em 1990). Alguns de seus descendentes trabalharam na TV, como o Lobo, astro da série Vigilante Rodoviário. O Cangaceiro consagrou companhia Mônica Santos A história escrita por Barreto mescla reminiscências dos faroestes norte-americanos com a Guerra de Canudos, descrita por Euclides da Cunha. O roteiro foi aprovado pela Vera Cruz após Barreto vencer as resistências do produtor Alberto Cavalcanti e de Franco Zampari, o fundador da empresa. Em meio a dificuldades materiais e sob as pressões dos produtores, Barreto completou O Cangaceiro em menos de seis meses. No elenco, estão Alberto Ruschel, Marisa Prado, Milton Ribeiro, Vanja Orico, Adoniran Barbosa, Neusa Veras, Zé do Norte e Ricardo Campos. As cenas foram todas rodadas em Vargem Grande, no interior de São Paulo, onde a equipe recriou o agreste nordestino. Porém, os cenários e figurinos de Pierino Massenzi e Carybé (leia reportagem nesta página) e a atuação dos atores conferiram à fita a qualidade necessária para se projetar internacionalmente. Mais que isso. O Cangaceiro consagrou toda a produção da Companhia Cinematográfica Vera Cruz no exterior, além de ganhar os prêmios de melhor filme de aventuras e melhor partitura musical no Festival de Cannes, em 1953. O motivo é simples: ao retratar a história de Lampião, Barreto apresentou ao mundo o faroeste nordestino brasileiro, uma temática até então inédita. O sucesso do filme, no entanto, não beneficiou os cofres da Vera Cruz. Todo o dinheiro de bilheteria ficou com a norte-americana Columbia Pictures, que comprou o filme para distribuição no país e no mundo. Foi a mesma distribuidora a responsável por uma mudança no final da história nas cópias exibidas na Europa e nos Estados Unidos. Por exigência das autoridades locais, o bandido teve de morrer no final. Barreto realizou então uma cena para a versão estrangeira, na qual o vilão Capitão Galdino morre após liquidar o herói Teodoro. Fonte: Diário do Grande ABC (www.dgabc.com.br) 1. Vera Cruz foi fundada em um sítio 2. Hollywood brasileira foi feita de talentos [volta] |