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Cavalcanti trouxe técnicos estrangeiros para os estúdios

Reynaldo Gollo

Em 1945, a produção inglesa Na Solidão da Noite (Dead of Night) confirmava o talento de um cineasta que, havia 25 anos, fazia carreira internacional no cinema europeu. Seu episódio nesse filme (dividido com outros cineastas), o quarto, chamado O Boneco do Ventríloquo, foi saudado como obra-prima do terror. Seu diretor, cuja nacionalidade era constantemente confundida (nome italiano, estudos na Suíça, dez filmes dirigidos na França, outros quatro na Inglaterra), era Alberto Cavalcanti, nascido em 1897, que entusiasmava membros da intelectualidade européia quando sabiam que ele vinha do exótico Rio de Janeiro, capital dos “cariocas”, como eram conhecidos os nativos do Brasil.

Toda sua experiência e respeito internacionais e uma coincidência geográfica colocaram Cavalcanti à frente da direção artística da Vera Cruz. No início de 1950, o cineasta viera a São Paulo a convite de Assis Chateaubriand para ministrar um curso no Seminário de Cinema do Masp. Franco Zampari convidou-o para assumir seu sonho de cinema hollywoodiano-paulista.

Cavalcanti trouxe para sua trupe velhos conhecidos da Inglaterra, o fotógrafo Chick Fowle e o diretor Tom Payne. “Cheguei ao Rio em 28 de março de 1950”, relembraria anos depois Fowle. “No dia seguinte, fui de carro para São Paulo. Só deu tempo de embarcar em um teco-teco que me levou a São Sebastião. Atravessamos o mar numa canoa, rumo à Ilhabela. No dia seguinte, já estava trabalhando em Caiçara”.

Os estrangeiros não eram novidade. Zampari já arregimentara os técnicos e diretores, na maioria italianos, que trouxera para seu TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), entre eles, Adolfo Celi e Luciano Salce. Com essa invasão, era de se esperar que os primeiros filmes da Vera Cruz tivessem cara de cinema europeu, fortemente influenciados pelo neo-realismo e o cinema inglês do pós-guerra.

Matarazzo, Zampari e Chatô criaram o mecenato moderno

Reynaldo Gollo

O Brasil do pós-guerra viu surgir grandes empreendimentos que mudariam drasticamente o rumo da cultura no país. Três homens, num espaço de apenas dois anos, promoveriam a revolução do mecenato brasileiro: Assis Chateaubriand, Franco Zampari e Francisco Matarazzo Sobrinho.

O todo-poderoso dos Diários Associados, Chateaubriand, trouxe Pietro Maria Bardi da Itália para montar o seu Masp (Museu de Arte de São Paulo) em 1947. No ano seguinte, Matarazzo, o Cicilio, divide o mesmo endereço do Masp, na rua 7 de Abril (prédio dos Diários Associados), no Centro de São Paulo, inaugurando lá o seu MAM (Museu de Arte Moderna).

Também em 1948, Zampari, alto executivo da Metalúrgica Matarazzo que enriquecera no Brasil, abriu, no bairro do Bexiga, o TBC (Teatro Brasileiro de Comédia). E, no final de 1949, Zampari e Cicilio ergueram juntos em São Bernardo os estúdios da Companhia Cinematográfica Vera Cruz. Artes plásticas, teatro e cinema levantavam vôo praticamente ao mesmo tempo e saíam do amadorismo no país.

Intelectuais – Cicilio inovava em seu espaço. Fez de seu museu um local de convergência cultural. Dentro do MAM funcionava o Neurosi’s Bar, cenário de acalorados debates etílico-intelectuais, e a Cinemateca, montada e dirigida por Paulo Emílio Salles Gomes.

Zampari, por sua vez, queria mostrar às elites paulistanas o melhor do teatro mundial, sem se ater a detalhes como receita e lucro. Para se ter uma idéia, o TBC foi inaugurado, em 11 de outubro de 1948, apresentando La Voix Humaine, de Jean Cocteau, interpretado no original francês pela atriz Henriette Morineau. Um dos cenógrafos trazidos para o TBC foi Aldo Calvo, que trabalhava nas requintadas cenografias do Teatro Scala de Milão, templo da ópera européia.

Fonte: Diário do Grande ABC (www.dgabc.com.br)


1. Vera Cruz foi fundada em um sítio

2. ‘Hollywood brasileira’ foi feita de talentos

3. Cavalcanti trouxe técnicos estrangeiros para os estúdios // Matarazzo, Zampari e Chatô criaram o mecenato moderno 

4. Carybé desenhou ascenas da produção // Cachorro Duque chegou a ganhar mais que astros // ‘O Cangaceiro’ consagrou companhia

 

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