VERAS
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Em abismo | |||
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Estou rojado ao báratro, ao abismo enorme, escuro — perigosa Cila! Junto a minha alma existe o ceticismo e o desespero agita a minha argila. |
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Sofro atroz mágoa, acérrimo tormento! A tudo que me cerca, a tudo, a tudo, em ânsias interrogo e atento estudo, a suspirar em pertinaz lamento. |
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E nesta escuridão do feio pego em que rojado estou nos claros pinos quero subir!... Porem, se esforço emprego, sofro ânsias, pesares, desatinos. |
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E vivo sempre assim! Não!... Não é vida sentir em tudo palpitar o engano, tristemente afastado do oceano da ventura sonhada e apetecida. |
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Distante do prazer, longe da crença, vendo além o ideal distanciado, desejo ao nada ser já, já lançado, pois ele só tais mágoas me compensa. |
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Mas, se me volveres teus olhares, astros, talvez fanais de nova Crença... então aspirarei a vida extensa, lendo Evangelhos... e beijando altares... |
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