VERAS

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  Novo aspecto  

 

 

 

Se me fitas e o riso teu desatas

em sonoras e claras vibrações,

eu leio, no teu riso, umas volatas,

que trazem amorosas predições.

 

 

 

 

Em tua alma voam, arrulando, as gratas

aves do amor, risonhas e canoras.

E ficas a escutá-las em abstratas,

longas cismas, que duram horas e horas.

 

 

 

 

A puberdade faz certo alvoroço

e põe no olhar cintilações astrais.

Que vibrações... quando tu ris, eu ouço

agora que não és criança mais!

 

 

 

 

Olhas-me às vezes. Teu olhar baladas

entoa-me rítmicas, sonoras.

Há no teu riso as doces alvoradas,

que as aves cantam ao romper de auroras.

 

 

 

 

Nas tuas faces há rubor e pejo,

e no teu seio raia o sol do amor.

A tua voz de claro e módulo harpejo

é como a de um canário cantador.

 

 

 

 

Olhas o mundo agora com anseios

e nele encontras atração e encanto;

tens auroras de amor dentro dos seios —

desses seios punícios que decanto.

 

 

 

 

Em teu andar existe qualquer cousa

extraordinária — fora do vulgar:

É quase o andar fluente de uma esposa,

que vai chegando já ao pé do altar.

 
 

 

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