VERAS
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Olhando a lua | |||
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«Passo mesmo uma vida de louco; momen- tos há, em que uma espécie de torpor se me apodera do espirito e eu fico, como que esta- tico, vendo o dulçor da imagem querida de Lucília se me ostentar semivelada em qualquer angulo do meu quarto ou mesmo por entre as longínquas nuvens brumosas deste céu.»
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Lua que brilhas na planura imensa, no etéreo azul, tão pálida e tranqüila! Eu amo a tua luz. À tua presença, o sol do pensamento em mim cintila. |
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Ao ver-te, vai minha alma — e já não pensa na dor que me atormenta a fraca argila! — no céu do enlevo, onde não há ofensa e onde a vida terrena se aniquila. |
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Como eu, te amam os entes que, tristonhos, sofrem saudades... mas que, entanto, em sonhos, vêem o seu bem no céu ou a seu lado. |
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Lua! Meu coração sincero te ama, porque me fazes ver, em sonho, a dama, que eu amo ausente e por quem sou amado. |
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