VERAS
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NO EGITO | |||
— EXCERTO —
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... A luz do sol, no espaço, brilha, acesa em rútilos reflexos. Na devesa, por sobre o solo bom, cuidado e extenso, musas oscilam em flácido consenso com a brisa que corre brandamente... Vivas e aromas vagam no ambiente de beira Nilo. Precípites, ligeiras, voam íbis soberbas, altaneiras cegonhas, rocos e mil outras aves, cortando as virações as mais suaves de por ali * * * |
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o grande Marco Antônio. A alma lhe anima aquela hora inspirada — aquela aurora em que há de ver a rainha que ele adora. O seu olhar radiante de luz viva tem o poder indômito de Siva, que domina e que impera e ordena uma alma por severa que seja ou mesmo calma. Longe, nas águas, longe, à flor tranqüila, dourada barca chega e a brisa oscila a rica purpura da purpúrea vela. "Ei-la!", diz Marco Antônio, "É ela! É ela!" E súbito, trombetas forte ecoam, cegonhas e íbis rápidas revoam... rutilam sob o sol eris couraças, capacetes brilham. Cheias taças são erguidas por bravos, vigorosos romanos, cujos olhares radiosos revelam com vigor, nesse momento, o varonil e nobre sentimento que lhes anima as almas.
a barca e ao cais atraca. Uma bandeira à proa então se agita. Vem a rainha — colo branco em nudez!... Linha por linha, mira-lhe o corpo ebúrneo o louco amante que lhe sorri febril... E, nesse instante, sobre o coxim de seda, reclinada, ela também sorri, ela, a adorada, sorri a Marco Antônio, que fitando o olhar em seu olhar, vai-lhe atirando com as pontas dos dedos setinosos, os seus mais ternos, os seus mais fogosos, mais sensuais e mais sonoros beijos, cheios de fogo e cheios de desejos... ................................................................... |
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