VERAS
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Estâncias à lua | |||
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Noite bela, clara e limpa... A lua brilha na grimpa, no longo pino do céu. |
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Noite bela, limpa, clara... Todo o espaço a lua aclara — não há de neblina um véu. |
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Ó noite cheia de encantos! A brisa entoa-te cantos, correndo pela amplidão. |
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Sorriem-te os brancos lírios, brilham no céu claros círios, em forte cintilação. |
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Brilhando a lua suspensa, na umbela sidérea imensa, convida a gente a cismar... |
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E o seu perfil tão luzente estro instila à nossa mente, jorra luz ao nosso olhar. |
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Ó noite propicia a amores! No teu seio há bons odores, teus encantos são a flux... |
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Das estrelas os olhares distribuem aos milhares brilhantes setas de luz. |
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Maviosas serenatas, a te entoarem volatas, ternos sons mandam além... |
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E minha alma em fantasias, ouvindo tais harmonias, que gozo, que prazer tem!... |
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Do céu curvo, azul, convexo, vê-se no rio o reflexo cheio de luzes astrais. |
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Tendo os seios rociados, brilham flores nos silvados. Ha estrelas vegetais? |
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Nas águas em murmúrio, em deslumbrante bailia, estrelas, lua e céu vi. |
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E os vegetais circunstantes, com suas ramas brilhantes, oscilam, sorrindo, ali... |
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Ó lua risonha e bela! Só minha alma agora anela oscular-te e a ti se unir. |
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Dize: — não fiques calada — tua invisível estrada, onde está? Quero subir... |
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Ó noite tão sedutora! Deveras ser duradoura, deveras jamais ter fim. |
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Ó céu imenso, ó céu belo! É agora meu anelo — que tu fosses sempre assim. |
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Teu aspecto como é raro! Por ti, noite, estou avaro e louco por tua luz. |
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Teu esplendor me põe mudo, teu aroma, estrelas, tudo me embriaga e me seduz. |
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